segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

As Contas da Federação

Apresentado o último Relatório e Contas da responsabilidade de Gilberto Madaíl será altura de calar as aves agoirentas que pré-anunciavam a “falência” da Federação. Um rápido olhar para o documento de fácil leitura confirma o que eu tinha escrito em 2 de Agosto de 2010, aqui no Mística, com o título “AS CONTAS DA FPF”. A sua gestão tem sido prudente, cautelosa e com os pés bem assentes no chão. Comparemos alguns números das rubricas mais significativas dos Balanços desde o exercício de 1996 (o primeiro da era Madaíl):

“No que diz respeito à componente patrimonial, saliente-se o património imobiliário de relevante valor, destinado unicamente ao exercício da respectiva actividade, que revela hoje uma solidez estrutural notável, como o demonstra a situação dos Capitais Próprios à data do encerramento da época desportiva de 2010/11. Na verdade, este ano, os Capitais revelam uma importância de 25.184.213,34 euros, substancialmente diferente pela positiva, da que existia no final da época de 1995/96, cujo montante revelava uma cifra negativa de -64.377,43 euros”. (Excerto do Relatório e Contas).

O Imobilizado Corpóreo valia 700 mil euros, e agora vale 10 milhões. O Fundo Social era de 27 mil e quinhentos euros e no final deste exercício representa 10 milhões. Os Resultados Transitados passaram de 1 milhão e quinhentos mil negativos para 4 milhões e quarenta mil positivos. O Resultado Líquido do exercício apresentava então um valor de 535,4 mil euros, e no fim de Junho 2011 fechou com 3,4 milhões euros. O Activo é de 48 milhões (com os Depósitos a Prazo a valerem 18,5 milhões), e o Passivo é de 17 milhões. O Passivo Financeiro (empréstimos obtidos ou dívidas à Banca) é igual a zero.

Este Relatório devia ser esfregado nas ventas do inefável Laurentino-papa-almoços, que aproveitando os infelizes episódios ocorridos na preparação da Selecção Nacional para o campeonato do Mundo de 2010, saiu em defesa de outra anedota do nosso Futebol, o conhecido benfiquista Luís Horta, conseguindo ambos, estragar todo o trabalho que estava a ser desenvolvido. Esta dupla, imiscuindo-se em assuntos que não lhes diziam respeito, tudo fez para denegrir a imagem do seleccionador, parecendo ser “uma encomenda” do anterior Governo que gostaria de ver Carlos Queiroz sair da Federação.

Felizmente o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) determinou que a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) pague 56.181 francos suíços (46 mil euros), correspondentes à totalidade dos custos do recurso interposto por Carlos Queiroz. Da quantia, a ADoP terá de pagar ao ex-seleccionador 18.500 francos suíços (15.100 euros) que este teve nas custas do processo. O recurso tinha sido apresentado na sequência da suspensão de 6 meses que lhe foi aplicada pela ADoP a 30 de Agosto de 2010, sob a acusação de “ter perturbado o controle antidoping” realizado a 16 de Maio, na Covilhã, durante o estágio da selecção antes do Mundial da África do Sul, ao dirigir insultos à brigada que ali se apresentou às 7 da manhã, e ao respectivo presidente.

Também o Secretário de Estado do Desporto, com o pretexto da não aprovação do Novo Regime Jurídico das Federações, viria a suspender a Utilidade Pública da FPF, inviabilizando com esta atitude irresponsável, dezenas de contratos-programa, com o evidente prejuízo de associações, clubes, e atletas não profissionais.

Vem a talhe de foice dizer que a aprovação, à força, destes Estatutos cozinhados pelo senhor Laurentino com a “concordância” dos habituais Octávios, Searas, Orelhas, Viscondes falidos, Colaços & Companhia, lá dos lados da Capital, constituiu como se viu há dias com o processo eleitoral da FPF, a maior bagunça de que alguma vez me recordo ocorrida no nosso pobre desporto, culminando no dia 10 de Dezembro com o desfile dos delegados/marionetas para, no final, apanharem o xito do costume.

É altura de recordar os cinco apuramentos de Gilberto Madaíl para as fases finais dos Europeus (Inglaterra 96, Bélgica/Holanda 2000, Portugal 2004 (anfitrião), Áustria/Suíça 2008 e Polónia/Ucrânia 2012) e três participações em Mundiais (Coreia/Japão em 2002, Alemanha 2006 e África do Sul 2010), bem como no Futebol Jovem com quatro títulos conquistados: Sub-18 (1999), Sub-17 (2003) e Sub-16 (1996 e 2000).

Por agora resta agradecer a dedicação, os óptimos resultados financeiros e performance desportiva registados nestes quinze anos e desejar, pelo menos, igual sorte à gestão do Dr. Fernando Gomes.

Até para a semana

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