domingo, 11 de março de 2012

"Como desperdiçar 2 pontos" (Tese do FC Porto)

Esta é a história de um FC Porto que se fez líder à Luz do Clássico com o SL Benfica, mas que uma semana depois baixou a luminosidade da liderança para um ponto, fruto de um empate caseiro com a Académica (1 x 1) que apareceu pela mão de Habib, bem perto do fim.

A história da primeira parte escreve-se assim. Uma semana depois de ganhar na Luz e assumir a liderança de pleno direito, o FC Porto dormiu "à sombra" do feito alcançado e, qual discussão em torno de um fora de jogo na Luz, passou completamente ao lado desta parte. Não se admire o leitor quando lêr que a Académica chegou ao intervalo a vencer por 0 x 1 sem que isso fosse escândalo ou injustiça. Para estas coisas de líder, o FC Porto não esteve à altura.

Quando aos nove minutos Diogo Valente ensaiou uma primeira escapadela pelo flanco esquerdo, sem perigo para Helton, os sorrisos ainda faziam parte do quadro geral que era o Dragão. Sorrisos que foram perdendo cor com os minutos, como por exemplo aos 13', quando Saulo fez tudo bem dentro da área, menos o remate, que saiu muito torto e acabou por dar um ar esquisito à coisa, quando na verdade até foi bem perigoso!

O jogo seguiu - alguém devia ter dito aos Azuis e Brancos que a Luz já lá ia - e a Académica mandava. Aos 20 minutos, Cédric testou a elasticidade de Helton e o FC Porto ficou sem Fernando, lesionado. Pasme-se, mas é verdade. O primeiro remate do FC Porto surgiu aos 37 minutos, com Janko a atirar para as nuvens. Não havia mais para oferecer e por isso o foco do jogo voltou rapidamente para a Briosa que aos 39 minutos chegou à vantagem.

Assim, com toda esta naturalidade, sem surpresas para ninguém. Saulo teve tempo, arte e visão para trocar as voltas a Álvaro Pereira na direita, cruzou lá bem puxado ao segundo poste onde Edinho com pés de lã se escapuliu a Rolando e cabeceou para o 0 x 1. E esta, hein? O golo abanou as consciências do líder nada convincente e Lucho tentou logo a seguir, mas Peiser estava lá. No último suspiro da primeira parte, Hulk ficou isolado mas foi travado pelo fora de jogo. Má decisão, mas apetece dizer que este FC Porto mereceu o castigo.

Que a equipa da casa tenha voltado com mais velocidade do intervalo mais não é que uma consequência lógica e obrigatória, de tão mau que fora a primeira parte. James e Lucho esbarraram na defesa academista aos 55 minutos e pouco depois Hulk sentiu um toque na área e abusou da situação. Levou amarelo, quando na verdade até há dúvidas. Mas agora o FC Porto instalava-se perto de Peiser, sempre com Hulk no epicentro das jogadas.

Vítor Pereira usou, então a fórmula da Luz, e tirou um defesa - Rolando - e colocou um homem de ataque - Kléber. O primeiro não gostou, demonstrou-o e foi assobiado em casa. O FC Porto começava a ficar nervoso e James provou-o, com uma daquelas simulações que só lhe fica mal. Viu, pois claro, o amarelo. Voltou depois o melhor do FC Porto, com João Moutinho a tirar as medidas quase certas à baliza de Peiser, mas o livre do médio Português parou na trave.

As forças foram abandonando a equipa de Coimbra que se remeteu essencialmente às tarefas defensivas na preservação de um triunfo inesperado. Nesse novo cenário, Habib mostrou-se vital, com cortes decisivos a evitar mais do que uma vez o empate ao FC Porto.

Mas quis o destino, numa das suas partidas, que fosse Habib a tramar a Briosa em cima do minuto 90, quando um corte com a mão valeu a expulsão, grande penalidade e o golo do empate para Hulk, aos 92 minutos, que assim salvou o FC Porto de um tropeção maior.

Melhor em Campo: Maicon


4 comentários:

P. Ungaro disse...

Boas,

Ates de falar do jogo devo falar do arbitro ... 3 penaltis não assinalados, mão de Abibe aos 6 minutos, depois outro corte com a mão que o arbitro assinala fora da area, o terceiro falta sobre Hulk dentro da area, e ainda dou de barato o fora de jogo mal assinalado a Hulk quando este se isolava na cara do guarda redes.
Quanto ao jogo, demos 45 minutos ao adversário, é incompreensível que se jogue daquela forma depois de tomarmos a liderança do campeonato. Não há ninguém que consiga dizer aos jogadores que temos que começar a ganhar o jogo logo no primeiro minuto ??? não entendo.
Na 2ª parte mais ofensivo mas pouco consequente e com falhas de concentração no momento da finalização. Não sei se a opção de 2 pontas de lança foi a mais correta dado que a bola não chegava lá, provavelmente reforçar o meio campo com o cebola fosse mais inteligente, digo eu que não percebo nada disso.
A realidade é que perdemos 2 pontos para o Braga e os unicos culpados somos nós. A ver vamos o que o futuro nos reserva.

Um abraço

http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.com

Penta disse...

caríssimas(os),

"ser Porto" é termos um estado de alma capaz de suplantar emoções, como a de esta noite - em que esbanjámos dois pontos por culpa própria (e com uma ajudinha do árbitro) -, de mantermos a nossa cabeça bem erguida, de apresentarmos o nosso melhor sorriso às provocações - que já se (pres)sentem - e de prosseguirmos com o espírito crente (e ciente) de que, no final, venceremos!

"ser Porto" é, nesta altura de aperto e por muitas divergências que tenhamos para com quem lidera o nosso clube do coração, sermos capazes de o apoiar incondicionalmente, remando (com todos) para um mesmo lado, numa mesma direcção e com um fito comum: a conquista do campeonato nacional!

somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)

Miguel | Tomo II

souduque disse...

Concordo com P. Ungaro. Nosso maior problema foi o meio de campo. Vitor Pereira deve ser um revolucionário da táctica a apostar neste novo modelo de dois pontas-de-lança, nas constantes modificações na lateral direita, talvez ele até seja mesmo um genio, mas penso que a maioria dos adeptos não compartilha dessa mesma opinião. Apatia na primeira parte e pouca sorte e habilidade na segunda ditaram, entretanto, um empate inesperado e até positivo para o nosso FC do Porto. Sobressaiu o desempenho de Maicon, o mais lúcido e impecável a jogar e um dos poucos não infectados pelo futebol abaixo do nível de costume.
Nada que atrapalhe o caminho para mais um título, afinal o FC do Porto é líder e depende apenas de si próprio. Esta é a modesta opinião de um portista frequentador assíduo deste blog desde o Brasil. Um abraço a todos e sucesso contínuo e crescente ao nosso FC do Porto. Luiz Duque

leportista disse...

leportista
Boas - Vai ser precisa muita paciencia até à cruz chegar ao cimo do calvàrio, se é que ela là chagarà!!!...