terça-feira, 19 de junho de 2012

O Estádio do Dragão

A propósito do Euro 2012 que se está a desenrolar em vários estádios da Polónia e da Ucrânia, lembrei-me que já passaram 8 anos (12 de Junho de 2004) desde que se deu o pontapé de saída no Dragão com o então Portugal x Grécia de má memória. Mas não foi só pelo aniversário da data que me apeteceu escrever esta crónica.

Foi noticiado há semanas em vários jornais o Acórdão do Tribunal de Contas sobre as benesses oferecidas à “instituição” pela CML, via EPUL, aquando da construção da “cesta do pão”. Claro que os habituais pasquins afectos ao clube do regime, logo vieram tentar a colagem ao nosso clube, dizendo que também tínhamos sido beneficiados pela Câmara do Porto!!! Uma perfeita anedota. Todos os Portistas estarão recordados dos problemas que a CMP, e o senhor Rio, em particular, nos colocaram para execução deste valioso empreendimento de que hoje nos orgulhamos e engrandece o património do nosso Clube. DO NOSSO CLUBE! Não é da SAD como o Circo da 2ª Circular.

Os nossos associados menos familiarizados com estas questões colocam-me, via e-mail, perguntas. Por exemplo: como foi efectuada e com que meios, a construção do Estádio do Dragão? Eu explico.

Em primeiro lugar, importa referir que a quase totalidade dos terrenos onde viria a ser construído o estádio, eram nossos. Além disso, o projecto arquitectónico contemplava a sua edificação no mesmo sítio onde estava o Estádio das Antas. No local onde está o Dragão seria construído um pavilhão multiuso, maior do que o actual, e uma piscina.

Em 12 de Outubro de 1999, o nosso País foi o escolhido para a realização do Euro 2004, o que viria a alterar substancialmente, quer o conceito, que a dimensão do estádio.

O Presidente da Câmara do Porto, à época, Dr. Fernando Gomes e, posteriormente o Eng.º Nuno Cardoso, sugeriram a deslocação do Estádio mais para Nascente afim de se conseguir rentabilizar os terrenos para construção até à Avenida Fernandes Magalhães.

Como os Custos seriam muito elevados para serem suportados apenas pelo FC Porto, foi criada uma sociedade, EuroAntas que, juntamente com o Clube, e com recurso a um empréstimo a longo prazo, assumisse o serviço da dívida, situação, que ainda hoje acontece, visto o prazo acordado com a entidade financiadora ter sido de 15 anos.

Já temos aqui a primeira fonte de financiamento: a Banca. Vamos ver a segunda: o Estado. Como é conhecido, com a realização no nosso País do Euro 2004, e conforme os requisitos técnicos a que ficámos obrigados, a construção tornava-se demasiado dispendiosa, pelo que, o Estado decidiu atribuir aos clubes, sociedades desportivas e autarquias, uma quantia calculada pelo número de lugares/cadeiras disponíveis para o evento, quer fossem projectos de raiz, ou simples remodelações em alguns estádios já existentes. Terceira fonte de financiamento: uma Imobiliária a quem vendemos os terrenos para construção e que se viria a constituir accionista de referência da SAD.

Como vêem os meus amigos, nem foi preciso a Câmara comprar-nos os terrenos, voltar a doá-los, colocar uma empresa pública a construir 250 fogos com custos para a autarquia e lucros para a ”instituição” como fizeram os senhores da capital do reino.

E depois, “os corruptos somos nós”! Vai-te encher de moscas, Rui Gomes da Silva!

Até para a semana.

1 comentário:

leportista disse...

Excelente este trabalho com direito a buscas e tudo. Grande golo, Lima.
Saudaçoes tripeirinhas.