terça-feira, 31 de julho de 2012

Filhos e Enteados

A crise financeira que se abateu sobre alguns clubes de primeiríssimo plano em Portugal, a indefinição na formação dos planteis bem como a atabalhoada inscrição mesmo em cima do prazo limite, por equipas das divisões secundárias, teve pelo menos uma vantagem: alertar os “presidentes/gestores”. O tempo das vacas gordas acabou, e graves problemas se avizinham. Sobretudo para os dois circos da Segunda Circular, com tratamentos de privilégio aquando da construção dos estádios e que, mesmo agora, graças ao BES empurram com a barriga, os Passivos para datas longínquas.

Vão-se conhecendo algumas coisas interessantes. O Tribunal de Contas (TC) recusou o visto prévio ao contrato-programa celebrado entre o Governo da Madeira e o Marítimo, destinado a financiar a remodelação do Estádio dos Barreiros que, no final da obra, vai custar à região cerca de 80 milhões de euros. Ao chumbo do Tribunal de Contas, o Governo madeirense reagiu para garantir a conclusão do estádio, cuja reconstrução arrancou antes da autorização camarária, e foi adjudicada sem o necessário visto prévio daquela entidade fiscalizadora. Depois de um controverso processo de cedência ao Marítimo, “a título gratuito e definitivo”, do antigo estádio que era propriedade do Estado, avaliado apenas em 17 milhões, o Governo assumiu na totalidade o custo das obras que, pasme-se, já não eram sequer da sua responsabilidade. Deve ser por isso que o senhor Carlos Pereira, visita habitual do camarote do clube da treta, anda tão nervoso.

Cá pelo burgo, o em breve, futuro ex-presidente, despreza os principais clubes da cidade, Salgueiros, Boavista e Futebol Clube do Porto. No partido ninguém o quer ver por perto, deve ir parar a qualquer instituto ou organização governamental, assim uma espécie de Santana Lopes, que foi colocado na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, só para não os chatear. O senhor Rio, atarefado como anda a vender os parquímetros, os serviços de recolha de lixo, as águas, e o que ainda resta dos edifícios camarários, quando for à vidinha dele deixa como herança o Mercado do Bolhão, cuja recuperação era da sua competência, em ruínas, e um rol de indemnizações a pagar nos processos em que se meteu, e perdeu.

Noutro quadrante, Vale e Azevedo mostra-se desiludido com a justiça portuguesa, confessou ter pensado em suicidar-se quando esteve 14 segundos em liberdade e o voltaram a engavetar, por “se ter apropriado de 4 milhões de euros do Benfica”. Enquanto isso, o senhor Vieira usa este mesmíssimo argumento como justificação para ter aumentado o Passivo da ”instituição”, 5 vezes em 8 anos, e não acontece nada.

Mas, como resmungava a minha Avó: “Deus castiga sem pau nem pedra”. Um dos seus treinadores preferidos (não é o carroceiro, é outro) que gosta de meter o dedo onde não é chamado, ainda não sofreu nenhum castigo da querida Federação da bola ao cesto. Claro que devem ter muito que fazer, para ajudar o Sampaiense ou o Barcelos a competir com o clube da treta, enquanto ele, só por ter andado a combinar com o vizinho do outro lado da rua como haviam de beneficiar das arbitragens, apanhou uma multa e vai 45 dias para o degredo!

Segundo os jornais económicos, 638 mil portugueses ficaram sem o subsídio de férias que lhes foi roubado pela quadrilha do senhor Relvas. Um fim-de-semana em casa de parentes da província onde já não iam há anos, ou 15 dias num Parque de Campismo são recursos que alguns ainda podem utilizar. Senão olhem, visitem os túneis!

Há mesmo, filhos e enteados.

Até à próxima

1 comentário:

leportista disse...

Mais um que leva ròtulo de golaço. Bis...