terça-feira, 10 de julho de 2012

O Bombardeiro de Deli


Teve lugar (perdoe-se-me o galicismo) há dias em Nova Deli uma luzidia cerimónia de apresentação do jogador Sunil Chhetri, ao que consta, e sem que o próprio o saiba, para alinhar na equipa “B” dos Calimeros. Tudo isto na presença de altas individualidades, o vice-presidente dos leões Aureliano Neves, o presidente da federação indiana de futebol, Praful Patel, e o embaixador de Portugal naquele país Jorge Rosa de Oliveira. Imaginem como ficaria o Tesoureiro se o departamento de marketing (que é quem trata destas chinesices) tivesse sempre este aparato na apresentação dos seus jogadores nos 12 países de onde são provenientes, ao preço a que está a gasolina e os croquetes…

Como sabem os que se interessam por estas minudências, o país de origem arrasta-se pelo 163º lugar do ranking da Fifa, o atleta é conhecido como “o bombardeiro de Deli” o que, a avaliar pelo que aconteceu com Miguel Relvas, lhe confere equivalência (expressão muito na moda) para justificar a contratação. (Ah!Ah!Ah!) E o homem, digo eu, parece que está convencido disso. Numa das suas primeiras declarações afirmou que “não vai deixar pedra sobre pedra”. Ah valente! Aqui está um bom seguidor do presidente da Liga que enquanto não tiver destruído o pouco que resta do nosso futebol de opereta não descansa.

Os “mentideros”, rádios, tv’s e cassetes piratas garantem que a surrealista contratação terá a sua contrapartida em termos comerciais, com a venda dos direitos dos jogos da equipa “B” para a Índia. Como aquele País tem uma população de 1.189.172.864 (obrigado indexmundi) e Portugal apenas 10.760.136 significa que, por cada português, teremos 100 indianos a enviar dinheiro para cá. E virão charters… muitos charters carregadinhos de adeptos atraídos pelas transmissões on-line que preferem deixar de ver as novelas indianas, para assistir ao vivo, por exemplo, a um emocionante jogo Sporting-B x Freamunde.

Uma rápida pesquisa indica-nos que Sunil será o segundo detergente (perdão, o segundo indiano) a ingressar numa liga europeia, depois de Baichung Bhutia ter representado os ingleses do Bury dos escalões secundários. E o homem, apesar dos seus ainda jovens 27 anos, parece ser muito viajado. Andou pelo Glasgow Rangers, o Coventry, e o Kansas City Wizards. Pelo menos, é coerente. Jogou num clube meio falido, passou por dois quase a falir, e vai encerrar o seu percurso noutro que está mesmo falido.

Andam “eles” a construir Centros de Treino, Academias e Dragons Force para depois importarem todos os anos, barcaças de Indianos, Marroquinos, Malaios, e outros estranhos batráquios. É como, se lá na terra do homem, em vez dum frango de caril temperado à boa maneira Goesa, utilizassem um arroz instantâneo da Knorr. Assim vai o Mundo, uns para baixo e outros para o fundo (não confundir com Fund).

Até para a semana

1 comentário:

P. Ungaro disse...

Boas,

Realmente o Sporting consegue sempre fazer-me rir ... compreendo, e no seguimento das palavras de Paulo Futre, que se invista em mercados emergentes, como temos exemplos quer de clubes italianos quer de ingleses ... agora para jogar na equipa B e uma chamuça de 27 anos ???
Ja agora porque não fazer um 11 só de jogadores de paises com esta grande tradição de futebol, sei la um vietnamita, um norte coreano, um australiano, um chines (claro), um sul africano (podem ir buscar o Benny), um paquistanês, um iraniano e ja agora um iraquiano, um saudita, etc, etc.
Não me digam que com estas contratações os calimeros num par de meses saiam logo da falencia.

Um abraço

http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.pt