Não foi de brilho mas serviu na perfeição as intenções do momento. O FC Porto esteve quase a desesperar na recepção ao V. Setúbal mas aliviou a tensão a tempo de ficar a um ponto do Benfica, ainda que à condição. Lucho González, aos 64 minutos, fez o primeiro golo do triunfo por 2 x 0, já depois de James Rodríguez ter falhado uma grande penalidade, com Defour a selar a vitória aos 87'
O rosto do jogo assumiu a expressão natural de um embate entre equipas com armas desiguais, mas o FC Porto, percebeu-se, foi tendo sempre dificuldades para usar de forma eficaz as mais-valias técnicas sobre os Sadinos. Prova disso foram os primeiros 10 minutos no Estádio do Dragão, onde o Bicampeão passeou a bola pelo carrossel mas sem a última aceleração para perturbar Kieszek.
Dentro desse cenário, foi preciso aguardar até aos 17 minutos para se assistir à primeira ocasião de golo da partida – e do FC Porto; e só porque Venâncio terá feito ouvidos moucos a Kieszek, que saiu da baliza para ver o defesa tirar-lhe a bola com a cabeça. Atsu viu-se com o ouro não mão mas desperdiçou-o no céu da Invicta.
Nascia um curto período em que o FC Porto juntava ao domínio natural um ou outro lance de perigo, como aos 22 minutos, quando Venâncio se redimiu do erro anterior ao atirar-se de forma destemida a um remate de James Rodríguez que ameaçava bater Kieszek. Depois disto, o Vitória de Setúbal voltou ao conforto da estratégia defensiva, bem organizado no sector que mais lhe interessava.
E como prémio quase que lograva o golo, aos 24 minutos, quando Pedro Santos criou um lance de craque junto à área Portista; só faltou um pouco mais de precisão no remate final, que saiu junto ao poste direito da baliza de Helton.
Vítor Pereira não gostava do que via, sobretudo da actuação de Cristian Atsu; o Ganês nem chegou ao intervalo, substituído por Silvestre Varela aos 40 minutos. O treinador dos Dragões queria alargar a frente de ataque perante o bloco central e coeso do Vitória de Setúbal. E foi Varela a criar a última jogada de perigo da primeira parte, aos 45 minutos, quando serviu Jackson que se atrasou por pouco.
Pouco ou nada mudou na viragem do jogo, a não ser nova substituição na equipa da casa. Alex Sandro – com queixas físicas – ficou no balneário, rendido por Abdoulaye, que desviou Mangala para a esquerda e formou dupla com Otamendi. Tópico Otamendi: foi do Argentino o primeiro sinal de perigo na segunda parte, mas Kieszek estava atento ao cabeceamento do defesa central.
O FC Porto cheirava o golo, que teve tudo para nascer aos 61 minutos. James Rodríguez serviu-se da bola para cobrar a grande penalidade assinalada – por mão de Jorge Luiz. Mas a época Portista tem provado que os Colombianos da casa andam de candeias às avessas com os castigos máximos e El Bandido perdeu o momento de alívio no Estádio do Dragão, também porque Kieszek foi enorme na defesa.
O falhanço de James deixou a suspeita de um abalo emocional no Dragão, que não chegou a assentar com a violência que se temia pelo rosto de Vítor Pereira. Três minutos depois, James Rodríguez dispensou o protagonismo do golo para servir Lucho González no centro da pequena área, onde o Argentino surgiu a encostar para o 1 x 0.
A pouco mais de meia hora do final do encontro, o V. Setúbal sofria o rombo no «casco» de um «autocarro» que até então se mostrara sólido. Sem que o FC Porto tivesse intensificado a busca do golo da tranquilidade – que chegou aos 87 minutos, por Defour -, a equipa de José Mota ainda tentou esticar a ambição, mas o desgaste físico de uma hora a tapar buracos acabou por roubar aos Sadinos as faculdades necessárias para incomodar Helton.
Sobram, ainda assim, dois lances de bola no braço na área Portista, que Carlos Xistra ajuizou como não intencionais, ainda antes do tento do médio Belga. Já na compensação, Kieszek desviou um remate de Jackson ao poste, confirmando uma noite de gala em casa do antigo clube. Quanto ao FC Porto, cumpriu com maior ou menor dificuldade e passou a bola ao líder Benfica, que joga segunda-feira nos Barreiros.
Melhor em Campo: Lucho González
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