sexta-feira, 27 de junho de 2014

Eis a tal saída discreta

Portugal está fora do Campeonato do Mundo. O cenário era o esperado desde o empate com os Estados Unidos e a vitória por 2 x 1 sobre o Gana serve apenas como uma espécie de prémio de consolação para os comandados de Paulo Bento.
 
A diferença entre os golos marcados e sofridos atirou a Selecção Portuguesa para fora do Mundial e a goleada sofrida na primeira jornada com a Alemanha acaba por ser uma «espinha atravessada» no trajecto Português, se bem que Portugal podia ter feito mais nas três partidas que disputou.
 
Diante dos Ganeses, que também lutavam pelo apuramento, a Selecção orientada por Paulo Bento criou oportunidades mais que suficientes para vencer por uma margem superior a um golo, mas tal não aconteceu. À primeira parte bem conseguida, a turma das Quinas não conseguiu dar seguimento na etapa complementar e com o passar do tempo a esperança foi desaparecendo.
 
Uma coisa é certa. Se Portugal tivesse jogado sempre como o fez na primeira parte do encontro com o Gana de certeza que teria seguido para os oitavos-de-final do Campeonato do Mundo. Ao terceiro jogo, Paulo Bento apresentou o terceiro onze diferente e do mesmo se destaca pela primeira vez a inclusão de William Carvalho, que pela serenidade, confiança e certeza que deu ao meio campo deixou a impressão de que devia ter sido aposta inicial mais cedo.
 
É verdade que a Selecção Portuguesa chegou ao intervalo a vencer por 1 x 0 com um golo na própria baliza de um jogador Ganês. Além disso, houve também alguns erros cometidos, mas pela atitude, frescura física e superioridade sobre o adversário, Portugal só deixou sinais de que o adeus é prematuro porque a postura que teve contra os Ganeses, se a tivesse tido contra a Alemanha e os Estados Unidos os resultados podiam ter sido diferentes, especialmente diante dos Norte-americanos.
 
A precisar de marcar vários golos para ainda ter esperança no apuramento para a próxima fase, Portugal entrou com uma postura ofensiva no encontro e aos cinco minutos, numa espécie de cruzamento-remate, Cristiano Ronaldo viu a trave negar-lhe o primeiro golo neste Campeonato do Mundo. Minutos depois, mais particularmente aos 12, o Capitão da Selecção das Quinas ameaçou de livre e aos 18 minutos só não inaugurou o marcador porque Fatawu Dauda fez uma enorme defesa após o seu cabeceamento.
 
Com três oportunidades criadas, Portugal estava claramente melhor no jogo e parecia uma questão de tempo até marcar, mas o Gana, que também precisava de ganhar para poder seguir em frente, tentava explorar o balanço ofensivo dos Lusos, algo que só não aconteceu aos 23 minutos porque Beto, com uma boa saída da baliza, negou o golo a Asamoah Gyan. Foi a melhor situação dos Ganeses na primeira parte.
 
Aos 31 minutos, finalmente, surgiu o tão esperado golo de Portugal num momento de alguma sorte pela forma como John Boye colocou a bola dentro da própria baliza após cruzamento de Miguel Veloso. Porém, a jogada de João Moutinho, que fez o passe para Veloso, merecia um desfecho condizente. A partir daqui e até ao final do primeiro tempo, a Selecção das Quinas voltou a criar mais duas oportunidades para marcar, nomeadamente através de um remate de Cristiano Ronaldo defendido pelo guarda-redes Ganês e outro de Rúben Amorim ao lado.
 
Ao contrário do primeiro tempo, Portugal entrou mal na segunda parte e permitiu que os Ganeses crescessem no encontro. Por isso, foi sem surpresa que a Selecção Africana conseguiu chegar ao empate aos 57 minutos, altura em que Asamoah Gyan aproveitou uma falha de marcação de Miguel Veloso para restabelecer a igualdade.
 
Com o empate do Gana, que aconteceu segundos depois de no outro jogo a Alemanha se ter adiantado no marcador frente aos Estados Unidos, Portugal foi claramente abaixo e foi por pouco que não viu os Ganeses a fazerem o 2 x 1 aos 61 minutos, altura em que Abdul Waris, completamente sozinho, cabeceou ao lado.
 
O jogo tornou-se mais aberto, pois o Gana tinha obrigatoriamente que marcar para conseguir o apuramento, mas Portugal não teve capacidade para explorar essa situação da melhor forma. A turma das Quinas jogou sem critério e na frente Cristiano Ronaldo esteve sempre muito sozinho, pois Éder foi incapaz de aparecer no jogo desde o primeiro minuto até ao momento em que foi substituído por Vieirinha, Nani idem e Varela, que entrou para o lugar de João Pereira, esteve longe de ser a esperada «arma secreta».
 
Ainda assim, a Selecção orientada por Paulo Bento, numa espécie de prémio de consolação, despediu-se do Mundial com uma vitória, pois Cristiano Ronaldo, a dez minutos dos 90, rematou para o 2 x 1 após falha do guarda-redes do Gana. Nessa altura, Portugal tinha que marcar três golos para conseguir passar mas a missão era impossível, tal como se veio a verificar, embora Ronaldo tenha tido duas boas situações para o fazer.
 
Retirado de zerozero
 
Melhor em Campo: Cristiano Ronaldo

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