domingo, 22 de março de 2015

Bailinho com o patrocínio de Lopetegui

A derrota do Benfica em Vila do Conde fazia adivinhar um FC Porto autoritário e implacável, à imagem do que tinha feito nos últimos jogos, e capaz de reduzir para um os pontos de diferença. Contudo, por demérito da equipa de Lopetegui, mas, diga-se, por uma grande exibição do Nacional, os Dragões não foram além da igualdade, voltando a não ganhar numa ida à Madeira.
 
Na entrada para o desafio, estranhamente não se assistiu a um domínio absoluto dos Portistas, como tem vindo a ser habitual nos últimos jogos, nem a um fio de jogo contínuo e fluido, como Lopetegui gosta. O futebol previsível e sem rasgos poderia ter várias causas: o estado do terreno (não era mau, mas parecia longe de ser um tapete totalmente regular) ou a própria ansiedade de uma equipa que tinha passado, minutos antes, a depender de si própria para alcançar o Título.
 
Contudo, esses parecem ser motivos secundários. A grande razão para que o FC Porto não conseguisse uma primeira parte (e sobretudo 20 primeiros minutos) de supremacia foi o Nacional. A turma de Manuel Machado, mesmo com várias ausências de peso, estudou muito bem o adversário e isso verificou-se na prática.
 
Com um miolo compacto e um excelente trabalho de contenção dos extremos, o Nacional organizou um figurino táctico capaz de fechar as linhas de passe que Herrera e Evandro tentavam oferecer, o que travava o ritmo normal de desenlace de jogadas Portistas.
 
Só que, já depois de um desperdício de Lucas João, foi mesmo o FC Porto a chegar à vantagem, num lance onde ficou patente a influência que uma ausência de uma peça pode ter em toda a estrutura de uma equipa. Tello aproveitou a descompensação na esquerda (por causa da lesão de Wyllian) e abriu o activo. Não foi o FC Porto de maior fulgor, mas chegou para a vantagem ao intervalo ser uma realidade.
 
Com isso, a equipa descontraiu para o segundo tempo, mas não da melhor forma. E isso foi aproveitado da melhor forma pela formação de Manuel Machado, que deu grande demonstração de força mental, partindo sem receios para cima de um adversário estranhamente encolhido na sua vantagem.
 
E foi, digamos, de forma natural que o empate acabou por surgir. Por mais diferenças que possam existir entre as duas equipas no papel, essas não foram transferidas para o arranque da segunda parte. À hora de jogo, a igualdade justificava-se plenamente e obrigava o Dragão a meia hora com uma intensidade muito maior do que até então.
 
Tal não aconteceu no imediato, mas sim apenas com Quaresma em campo. O fluxo de jogo dos Azuis e Brancos passou a ser unicamente o lado direito, onde o internacional Português tentava aproveitar ao máximo a menor rotação de Sequeira (substituto de Marçal).
 
Os últimos dez minutos foram, aí sim, de um FC Porto mais sufocante, à imagem dos jogos anteriores, ainda que já sem grande clarividência, pelo que o resultado final acabou por ser um castigo justo para um Dragão que deu demasiadas benesses ao adversário.
 
Retirado de zerozero
 
Melhor em Campo: Ricardo Quaresma

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