quinta-feira, 19 de março de 2015

Renovação ou Revolução

Vi este tema abordado no bibóportocarago num excelente artigo de norte em 13 de Março e retomado em parte no que se refere ao Basquetebol, por Fernando Delindro no dia 15. Não gostaria de abordar apenas o que parece estar a acontecer ao hóquei mas redimensionar este assunto para o conjunto das modalidades que (ainda) existem no clube.
Os que me conhecem sabem que “já venho de longe, de muito longe”. Hoje todos os portistas gostam do Ruben Neves. Recordo-me de outro Ruben nos anos 60 que era o nosso ídolo no rink de basketball da Constituição. Mais recentemente, desde 1982, lembro o tempo em que as senhoras acompanhavam os maridos ao futebol mas ficavam a fazer crochet dentro do automóvel nos arredores do Estádio das Antas. Hoje já vão ao Estádio do Dragão. Também sei que o nosso clube se chama “Futebol Clube do Porto”. “Futebol” não é? Sim mas onde eu quero chegar é referir para os menos informados que havia outras modalidades queridas dos nossos consócios. Não acho que sejam irreconciliáveis com o Futebol. Afinal até já temos um excelente pavilhão. Assim, de cor, recordo algumas que foram sendo extintas.

Atletismo; Boxe, Campismo; Ciclismo, Ginástica; Halterofilismo; Hóquei em Campo; Patinagem Artística; Pesca Desportiva; Pólo Aquático; Rugby; Tiro; Ténis, Ténis de Mesa; Voleibol; Xadrez etc. Não quero vir para aqui com saudosismos serôdios mas c’os diabos, por este caminho, qualquer dia só temos o tal “football” como estava pintado até há bem pouco tempo no velhinho Campo da Constituição.
O basquetebol que pela segunda época consecutiva ganhou o direito desportivo de subir para o lugar de onde nunca devia ter saído, permanece uma incógnita. Ninguém sabe se fica outra vez na ProLiga ou se aceita o repto e vai jogar com os meninos grandes. Este ano parece repetir-se o cenário no Hoquei em Patins. Como titulava o norte no seu blogue será “renovação ou revolução”? E Fernando Delindro relembrava a promessa da gerência que “só ficaríamos na ProLiga por 3 anos”. Pelo menos não estraguem o que um punhado de atletas, técnicos, e muitos milhares de adeptos, ajudaram a construir nos últimos anos.

De outra “renovação” tive hoje conhecimento. Dos velhinhos Estatutos, vejam lá, que vão a votos na próxima Assembleia Geral Extraordinária no próximo dia 25 de Março no Auditório do Estádio do Dragão.
Na realidade não sou bruxo e não faço a mínima ideia quais as alterações que vão ser propostas aos sócios. Uma das coisas que deveria ser alterado é o número de proponentes para os Corpos Gerentes cujas listas, pelos antigos Estatutos, “devem ser subscritas pelo menos por 50 sócios”, sendo certo que os nomes, tem que passar pelo crivo do Conselho Superior.

O Conselho Superior faz parte de 4 Órgãos Consultivos. Os outros são: o Conselho de Filiais e Delegações, o Conselho Desportivo e o Conselho Cultural. Pelo menos sabemos que o Conselho Superior é constituído por Presidentes e Vice-Presidentes dos Corpos Gerentes em atividade e da anterior gerência, Secretários Gerais da Direção em atividade e da anterior, o Relator do Contencioso do Conselho Fiscal em exercício, dez sócios a eleger pela Assembleia Geral, dois representantes dos atletas amadores, um representante dos atletas profissionais, e dois representantes dos trabalhadores do Clube.

Quais são as atribuições do Conselho Superior? São importantíssimas. Aqui vão elas:

Art. 135º - O Conselho Superior é um Órgão destinado a ser ouvido sobre os magnos problemas do clube, competindo-lhe, nomeadamente:

Dar parecer sobre alterações estatutárias

Pronunciar-se sobre litígios, corte e reatamento de relações com outras coletividades

Apreciar quaisquer dissidências entre os Corpos Gerentes

Dar parecer sobre as situações previstas no §2º do art. 116º

Dar parecer sobre as listas dos Corpos Gerentes de harmonia com o disposto no art. 98º e seus parágrafos 2º e 3º

Propor os 3 candidatos à presidência dos Corpos Gerentes na hipótese contemplada no § 4º do art. 98º

Dar parecer sobre os regulamentos internos elaborados pela Direção nos termos do nº 5º do art. 116º

Dar parecer previsto no art. 123º sobre a proposta da Direção para o preenchimento de vagas que nela se verifique

Chamar à efetividade os sócios suplentes eleitos nos termos do § 1º do art. 131º para preencherem as vagas que porventura ocorrerem no exercício do Conselho Superior.

Dar parecer sobre o nº 26º do artº 126º dos estatutos.

Nas últimas eleições foi assim:
Como vimos mais acima, as listas devem ser subscritas, no mínimo “por 50 sócios”. Acho este número irrisório. Os meus amigos estão a ver? É que, se não se andar da perna, um qualquer grupelho pode tomar conta do clube. Também não quero 10.000 como o clube da treta! Mas nós achamos que é altura de dar um passo em frente não é? Nunca gostei de “evoluções na continuidade”. Será desta que haverá “revolução”?

Até à próxima

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