sexta-feira, 3 de abril de 2015

Um treino que correu mal

O Marítimo carimbou a inédita passagem à final da Taça da Liga, ao bater o FC Porto com uma cambalhota no marcador, conseguida ainda na primeira parte. A equipa de Lopetegui mostrou muito pouca clarividência de ideias e voltou a cair na Madeira, perdendo a segunda competição da temporada.
 
O Marítimo foi a equipa que entrou melhor. Sem permitir grandes espaços a um meio-campo do FC Porto claramente uma mudança abaixo do normal (a ausência de Herrera notou-se), a turma de Ivo Vieira esteve por cima nos primeiros 15 minutos. Acercou-se da baliza de Helton e ameaçou, mas não marcou.
 
Permitiu ao FC Porto tempo e capacidade para reagir. Ao fim do primeiro quarto de hora, e quase como um ponto de despertador, o remate de Hernâni espicaçou a equipa para virar o figurino da partida. Por isso, quando Evandro abriu o activo, já havia uma sensação de naturalidade na partida, isto porque os Dragões tinham sido bem melhores nesse quarto de hora.
 
Só que a reacção Maritimista foi excelente. Um pouco de forma fortuita, mas muito bem aproveitado por Xavier, surge o lance que resulta na grande penalidade. Um golo que afectou psicologicamente os Dragões (os recentes desaires na Madeira podem ter interferido no subconsciente) e atirou o Marítimo para os píncaros da motivação.
 
Embalados por isso mesmo, os Insulares haveriam de terminar a primeira parte na frente. Nova desatenção Portista e uma boa dose de classe na abordagem ao esférico ao primeiro toque fizeram com que o Marítimo, a três toques, concretizasse depois de um pontapé de canto.
 
Para o arranque da segunda parte, esperava-se um FC Porto pressionante e a carregar sobre o adversário em busca do empate, mas tal não aconteceu no imediato. Em boa verdade, até à entrada de Tello, os Portistas foram sempre previsíveis e tiveram muito pouco critério com bola. Além disso, a passividade a meio permitia ao Marítimo ganhar muitas segundas bolas.
 
A entrada de Tello pareceu, num primeiro momento, melhorar o FC Porto, só que tal não passou de ilusão. A forma como o Marítimo fechou os espaços foi notável, pelo que nem a mudança táctica de Lopetegui, quando passou para uma espécie de 3x4x3 (metendo Brahimi e tirando Ricardo), pareceu resultar.
 
Por isso, o Espanhol voltou a mudar e a arriscar, lançando Gonçalo Paciência para o lado de Aboubakar. Aí sim, viu-se um FC Porto a 'viver' no último terço e mais próximo do golo, com vários cantos que colocaram em sentido a turma da casa. Porém, a alma Verde-rubra já era enorme nessa altura e suficiente para anular todas as investidas dos Azuis e Brancos.
 
Pelo grande rigor táctico e pela solidariedade entre os atletas, o Marítimo acaba por chegar com justiça à final da prova, onde defrontará o Benfica, em Coimbra.
 
Retirado de zerozero
 
Melhor em Campo: Evandro

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