sábado, 26 de março de 2016

Raio das vitórias morais...

Portugal foi, permitam a expressão, bulgarizado em Leiria por uma seleção que não se conseguiu apurar para França, mas que deixou enormes ensinamentos para essa fase final. A turma das quintas foi surpreendida em contra-ataque e não conseguiu reagir da melhor forma, com Ronaldo a perder um duelo particular com Stoyanov, inclusivamente a partir da marca dos 11 metros. Sinais de alarme? Talvez não, mas...
 
Num jogo de preparação, se há coisa que importa mesmo é isso... preparar. Ainda longe de estar preparada para o Europeu (provavelmente, ainda nenhuma seleção o está, nesta altura) a turma de Fernando Santos demonstrou que há bons indícios, mas também maus. E, frente à Bulgária, várias são as notas que se podem retirar.
 
No bom há, precisamente, o facto de este ser apenas um amigável e o resultado não contar. Porque, se contasse, o que foi retirado do primeiro tempo não foi, efetivamente, bom.
 
Bom foi também o arranque ofensivo. Móvel e incerto, o ataque foi variando posições, com Rafa, ainda que tímido, a demonstrar ter cultura para este estilo tático, e atirando sem pedir autorização. Nani, Ronaldo, Adrien, João Mário, todos tentaram sem olhar muito para a etiqueta da jogada.
 
Quando essa jogada se desenvolvia, também surgiram notas boas, nomeadamente por causa do envolvimento dos laterais. Vieirinha, aqui, teve papel de destaque, visto ser o mais esclarecido na hora de encontrar espaço e enviar bolas para a área.
 
Ora, aproveitando esse pormenor, podemos já passar para o mau. E, nesse capítulo, encontramos o posicionamento de área. Com uma clara tendência para o jogo lateralizado e cruzamentos para a área, o fluxo nacional tornava-se previsível e, só com Ronaldo a procurar espaço entre os centrais, os búlgaros foram acertando de forma a estancar as intenções lusas.
 
Mau foram também algumas abordagens defensivas. Frente a uma equipa a atuar em bloco baixo e a explorar as transições, Portugal revelou algumas dificuldades em enfrentar esses ataques, por não conseguir fechar a tempo os espaços - culpa das constantes subidas dos laterais e da pouca compensação dos médios. Consequência: o golo e outro lance onde só o toque subtil de Pepe evitou males maiores.
 
Má, muito má, foi ainda a noite de Ronaldo. Nem em bola corrida, nem de meia distância, nem de livre, nem de cabeça, nem mesmo de penálti. O capitão tentou de todas as formas, mas esta não seria a sua noite. Também tem esse direito, é um facto, mas não deixa de ser um reflexo de que há coisas para melhorar. E mesmo no aspeto psicológico, pois convém que um transportador da braçadeira passe uma mensagem mais capaz aos seus colegas, que jogam todos em prol do camisola 7.
 
Por fim, boas podiam ter sido as substituições. Sobretudo as de Quaresma e de Renato Sanches, a avaliar pela reação enérgica das bancadas. Só que a tendência não mudou.
 
Fernando Santos tem muito trabalho de casa. Como bem disse, na conferência de antevisão a este jogo, esta era uma boa seleção para testar um estilo de ataque continuado contra transições rápidas do adversário. Ficou na cara que não faltam pontos a corrigir, ofensiva e defensivamente.
 
Dentro dos vários capítulos, há um que urge, ainda que não dependa somente de treinos, mas também de frieza, tranquilidade e confiança: a finalização. E, aqui, surge a grande dúvida: não será melhor, contra estas equipas, jogar com um homem de área e com Ronaldo a aparecer vindo de trás?
 
Terça-feira voltaremos a Leiria. Contra a Bélgica, número 1 do ranking, o filme será diferente.
 
Retirado de zerozeero
 
Melhor em Campo: Eliseu

2 comentários:

Artur Matias disse...

O atalho para este blog vai ja de vela. Nao se arranjava uma foto sem ser do benfas? Que blog portista e este?

Luís Miguel disse...


Mais uma vez o FCPORTO é prejudicado pelas selecções, Peseiro ficou sem a possibilidade de treinar com todo o plantel porque muitos jogadores andavam a brincar nas respectivas selecções.