quarta-feira, 15 de junho de 2016

Lá se começa com asneira

Não estava no guião, pelo menos da grande maioria dos portugueses, uma entrada em falso da equipa lusa. O empate a uma bola resulta de um jogo onde Portugal esteve longe de ser uma equipa afirmativa e dominadora, apesar de ter tido maior iniciativa. A Islândia, bem a defender e com princípios bem definidos, soube esperar pelo seu momento e alcançou um empate histórico. Ronaldo não "apareceu" e Portugal não mostrou futebol para o discurso de ambição que tem existido na comitiva.

Com os médios portugueses a jogar em zonas próximas, Fernando Santos começou por ver a sua equipa circular a bola muito fora do bloco islandês e sem conseguir criar instabilidade ao adversário. Portugal teve muitas vezes problemas a entrar nos espaços interiores (as tais entrelinhas) e metia pouca gente em zona de finalização. Além de que até foram os islandeses os primeiros a criar perigo.

A seleção do país dos vulcões e dos glaciares jogava em bloco baixo e compacto; com tranquilidade mas sempre ligados, ou não fossem eles de um país que tem uma cobertura de Internet grátis a rondar os 97 por cento do seu território.

Danilo e João Moutinho não conseguiam construir e procuravam sempre o jogo exterior. Mas João Mário e André Gomes derivavam muito para o meio e os defesas da lateral davam pouca profundidade. E com isso a bola não chegava aos homens da frente.

Com o avançar dos minutos, Ronaldo e Nani viram-se obrigados a buscar mais jogo em apoio, Vieirinha passou a estar mais projetado no corredor, Portugal aumentou a velocidade de processos e melhorou muito (até porque passou a baralhar as marcações dos islandeses). Foi nesse período de maior rapidez de processos que a turma dasquinas chegou ao golo. Minuto 31', André Gomes (que melhorou com o decorrer do encontro) serviu Nani no interior da área e o camisola 17 abriu o ativo, colocando a turma lusa em vantagem, vantagem essa que levou para os balneários.

Para o segundo tempo, Portugal parecia levar um futebol mais vertical mas foram os islandeses a empatar pouco depois do recomeço. Aos 50 minutos, cruzamento na direita e Birkir Bjarnason, sozinho na área, não teve dificuldades em bater Rui Patrício, num lance em que Pepe desocupou a posição e confundiu a marcação de Vieirinha ao adversário islandês.

Portugal andou perdido, baixou a intensidade e estava sem ideias perante uma Islândia confortável em campo a fechar os caminhos para as redes de Hannes Halldórsson. A entrada de Renato Sanches podia ter oferecido maior explosão e capacidade de progressão e a ida a jogo de Quaresma podia ter dado maior imprevisibilidade. Podia, mas nada disso se viu. O que se assistiu foi Portugal já mais com o coração do que com a razão num relvado onde Cristiano Ronaldo foi completamente anulado pela defesa islandesa. 

Retirado de zerozero

Melhor em Campo: Nani

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