quinta-feira, 14 de julho de 2016

Banco Bom, Banco Mau

O relógio TAG Heuer marcava 20:45 horas. Ronaldo estava desolado no balneário. A cabeça deitada de lado entre uma camisola Nike de Rui Patrício e as cuecas CR7 do prodígio da Musgueira ainda cheirava a Linic. Restos de pizzas, latas de Herbalife vazias, camisolas salpicadas de molho de tomate, davam à cena um aspeto dantesco. Os auscultadores Monster dependurados nas orelhas ainda gritavam o nome de Ronaldo que abandonara lesionado. O que seria a segunda parte sem ele? Ao lado, meio escondido numa chuteira, o microfone fatal ainda com restos de lama do fundo do lago. Alguém tinha entrado no balneário e preparado um feitiço! Por certo alguém do Correio Manhoso como vingança pelo lançamento do aparelho.
CR7 já não tinha conseguido dormir na noite anterior ao jogo decisivo. Quando chegou ao Hotel atirou as chaves do Lamborghini para a mesa-de-cabeceira. Encontrara um baralho da Pokerstar meio aberto em cima da cama e o Rei de Espadas com a cabeça de fora. Mau presságio! O cunhado avisou-o que o lançamento da sua linha de calçado Outono-Inverno com sapatos feitos em Felgueiras estava atrasado. Mas houve mais. No próprio dia do jogo um jornal The Sun meio descolado da parede em frente aos chuveiros trazia na capa a foto do lançamento. A CMTV quer 1 milhão de euros por danos morais e 15 euros pelo microfone. Como se não bastasse a Prefeitura de Marcoussis vai processá-lo por poluir o lago.

Ronaldo não esteve muito bem neste Europeu. Também não há quem marque piores livres! Segundo O JOGO esta sombria conclusão advém de um estudo promovido pela OPTA cujos dados foram revelados pela revista FourFourTwo (obviamente em losango). O estudo refere-se a partir do Mundial de Argentina de 1978 e apenas a jogadores europeus. Até ao momento, o craque português contabiliza 18 livres diretos em Mundiais e 16 em Europeus, e, destes, apenas oito foram à baliza - 13 bateram na barreira e outros tantos foram diretamente para fora. No total, Cristiano Ronaldo apontou 41 golos em 594 tentativas. O início do jogo também não lhe estava a correr da melhor maneira até levar a cacetada fatal.

Mas felizmente o sonho lindo acabou por acontecer. A pedido de Fernando Santos tinha sido Marcelo Rebelo de Sousa, treinador do PSD, quem na manhã da grande final dera a tática. Como sabe tudo-de-tudo era a pessoa mais indicada.
Depois a história é conhecida de todos. Fortemente motivados conseguiram um feito inédito só ao alcance de grandes atletas. O recurso ao Banco Mau foi a chave do problema. Pelo télélé Marcelo deu instruções lá para baixo: “que entre o Éder”! E resultou. Mais tarde na tribuna com um fato Sacoor comprado no outlet de Vila do Conde, depois daquela epopeia épica, prometeu fazer dos heróis nacionais “comendadores”! No dia seguinte (não confundir com o programa do atrasado mental) afirmou que irá encontrar o responsável pelo rombo na CGD. Afinal tudo problemas simples de resolver. Como disse um dia Cândido de Oliveira, jornalista e nosso treinador nos anos 50, “os portugueses tem um jeito danado para estas coisas”!

Só não compreendo como é que certos “portistas” que não veem o clube fazer nada de jeito há 3 anos, olham para a nossa seleção com tamanha indiferença. Pelo menos podiam dar valor ao nosso ex-treinador que num mês conseguiu fazer de 23 homens uma equipa.

Até à próxima.

7 comentários:

Anónimo disse...

Fiquei confuso. Afinal foi o nosso ex-treinador que fez uma equipa ou foi o Marcelo Rebelo de Sousa e o Rei de Espadas a resolver o que ninguém tinha coragem de resolver?

JOSE LIMA disse...

Ironias meu amigo... ironias. Achei graça ao Marcelo andar sempre lá metido.
O Rei de Espadas representa o azar.
As referências aos produtos e marcas são as principais preocupações do Ronaldo.
Um texto non-sense próprio do defeso.
Abraço

Anónimo disse...

Captei a mensagem e é das melhores malhas que escreveu.
O Marcelo também vai condecorar os pombos dos campeões europeus de columbofilia.
A preocupação com as marcas e a representação são efectivamente as principais caracteristicas de Ronaldo. Nisso esteve bem, a jogar é que nem por isso, mas já estamos habituados.

Anónimo disse...

Se o Rei de Espadas representa o azar, então saíu-nos o euromilhões na impetuosidade de Payet.

Anónimo disse...

E eu a pensar que tinha sido o espirito do Eusébio a encarnar no Eder...

JOSE LIMA disse...

Ah!ah!ah! Não me lembrei dessa! Ab

Anónimo disse...

Se o espirito do Eusébio encarnou no Eder, apareçam na Tia Matilde pois o nosso herói não dispensa a dose diária duma litrada de maduro