quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Pensamento da Semana: Nacional-Parolismo (II)

Bastou um empate em Vila do Conde, e - é preciso não esquecer - sacado a ferros, com uma preciosa ajuda de Hugo Miguel, para assistirmos a uma pirueta retórica extraordinária no discurso oficial da propaganda do regime nacional-benfiquista. De um momento para o outro, passamos a ver cartilheiros queixarem-se de arbitragens, analisarem os jogos dos rivais, comentarem as opções dos treinadores que defrontam os rivais e lançarem suspeitas sobre eles…

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Só que há um problema: esta viragem súbita, como todas, expõe a hipocrisia de quem a conduz. Os que agora dizem tudo isto são os mesmos que há bem pouco tempo, perante as denúncias do FC Porto, diziam “Joguem à bola!”, ou “Enquanto uns falam de e-mails e arbitragens, nós organizamo-nos e ganhamos títulos…”, ou “Há um inaceitável ambiente de hostilidade”, marcado por “violência verbal e constante crítica a arbitragens”. “É preciso preservar o negócio do futebol.”


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Mas, caros portistas, ao contrário do que pode parecer, este novo discurso do Benfica vieirista não é connosco. É apenas, uma vez mais, o Ministério da Propaganda a actuar, no sentido de neutralizar a crítica interna que já se sente em vários sectores e facções do clube. Obviamente, nem todos os benfiquistas são parvos. “Então o Porto é que é o ‘clube intervencionado’ e o Benfica é que vende três dos seus melhores jogadores sem encontrar para eles substitutos à altura?” — é um comentário que fala por si.


aqui tinha feito referência ao nacional parolismo que parece ter tomado conta do nosso país futebolístico (e não só). 

O que me apraz dizer sobre o exposto nos excertos é que se a coisa não fosse grave até que teria a sua piada.

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