terça-feira, 1 de agosto de 2017

Que Futuro Teremos Com Esta Uefa

Nunca a silly season teve tanto sentido como neste defeso. Se traduzirmos “silly” como tola, idiota, estupida ou palerma e “season” como temporada, estação, período ou ocasião podemos emparelhar cada um dos dois significados de qualquer maneira que o sentido da expressão estará sempre correto.
Escolho “período idiota”. Período porque é um espaço temporal, idiota porque são 2 meses. Que raio de ideia iniciar os campeonatos nos primeiros dias de Agosto com um mês já decorrido de férias e treinos, o mercado das transações ainda a decorrer sem que atletas, treinadores, adeptos e direção tenham a certeza que podem contar uns com os outros.
 
Parece que não há nenhum dos nossos delegados à UEFA que se preocupe com estas coisas. “Delegados” entre aspas porque já sabemos de que forma são selecionados. Todos a soldo do clube do costume. Um de pleno direito, o que representa o clube da treta, os outros são os cartilhados dos clubes amigos a quem emprestam jogadores. Quem apanha o bouquet no final deste casamento? Um qualquer Jorge Mendes que sem arriscar 1 cêntimo recebe comissões do vendedor e do comprador como os agentes imobiliários.
Só a “instituição” com um Passivo inimaginável de 500M€, o segundo maior entre os clubes europeus, paga-lhes 30M€/ano. Por isso LFV anda há meses com o catálogo debaixo do braço a impingir tudo que pode. E é cada barrete que consegue despachar… Depois do Renatinho agora este caceteiro do Semedo!
 
Pior, muito pior são os exemplos que os clubes ricos estão a dar. Investem loucuras em jogadores que só muito tempo depois estarão amortizados. No TOP 10 destacam-se os Ingleses com 5 equipas, Espanhois com 2, Alemanha, França e Itália 1 cada.
Donde vem estes fantásticos Proveitos? Essencialmente dos Direitos Televisivos, Quotizações, Bilheteira, Merchandising e Sponsors. Como diria o outro dinheiro atrai dinheiro. Quem tenha bons jogadores e resultados desportivos, angaria mais sócios, vende mais camisolas e lugares no estádio, hipoteca o nome aos patrocinadores e recebe bons direitos televisivos.
 
Infelizmente para os países do sul da Europa está provado que devem investir na formação e formar atletas apetecíveis para os mercados mais poderosos. Sabemos que, de vez em quando, as coisas invertem-se. Os nossos 3 grandes gostam de apresentar Orçamentos com muitos milhões de Euros mas depois, no acerto de Contas anuais, sai tudo ao contrário.
 
Contrariando esta tendência dos clubes ricos se distanciarem cada vez mais dos pobres, a UEFA anuncia o aumento do número de clubes nas competições uefeiras. Vejamos quais os clubes que venceram as edições da Champions
Aumentar o número de clubes percebemos para que serve. Mais jogos, logo mais transmissões televisivas, mais dinheiro para distribuir. Curioso que na UEFA não falta dinheiro e nas estruturas dirigentes do nosso pontapé na bola passa-se o mesmo. É só ver as contas airosas da FPF e da Liga enquanto os clubes andam de calças na mão. E essas “estruturas” deviam preocupar-se com TODOS os clubes e não, como sobejamente já foi provado, apenas com o clube da treta. Ou será que ainda não perceberam que os patrões deles são os clubes?
 
Até à próxima

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