quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Incompetência

imagem retirada de zerozero
Depois do que vi hoje, das duas, uma; ou o Futebol Clube do Porto é uma equipa muito limitada em todos os aspectos ou então o Besiktas é uma equipa candidata a vencer a actual edição da UEFA Champions League.

Mau. Muito mau. Este FC Porto tinha a obrigação de ter tido outro tipo de postura diante de uma boa equipa. Há que dize-lo. O Besiktas é uma boa equipa mas está longe – a anos-luz mesmo – de ser aquela equipa europeia que obriga os Dragões a jogarem como se fossem uma daquelas equipas que no nosso campeonato lutam pela manutenção. Se contra este Besiktas as dificuldades são monstruosas, então nem quero imaginar o que vai acontecer a seguir caso os portistas passem à fase seguinte da prova e tenham de medir forças, por exemplo, com o Manchester City. Isto se (repito: se!) daqui por 15 dias Sérgio Conceição for capaz de apresentar uma equipa que derrote o Mónaco no Estádio do Dragão, até porque de certeza que os turcos do Besiktas não vão dar-se ao trabalho de incomodar o Leipzig na Alemanha.

E não, o facto de hoje o FC Porto ter assegurado um lugar que lhe dá acesso à Liga Europa (na pior das hipóteses) não me agrada. Assim como não me agradou ter visto tanta incompetência em campo da parte dos azuis e brancos.

Quando uma equipa é fortemente pressionada pelo adversário não pode, nunca, tentar sair a jogar pelo meio do tereno. Se o faz perde de imediato a bola e desperdiça o facto de nas alas ter contado com extremos virtuosos e de qualidade. Qualquer equipa de top sabe disto. Hoje o Futebol Clube do Porto de Conceição esqueceu-se de tal e sujeitou-se por vontade própria a uma pressão ridícula da parte do “Todo-Poderoso” Besiktas.

Se um meio campo composto por Danilo Pereira, Sérgio Oliveira e Héctor Herrera não consegue tirar a bola ao adversário, fazer posse e fazer a ligação defesa-ataque, então muda-se o que está mal dado que no banco de suplentes estava um fulano de nome Óliver Torres que de certeza que teria feito melhor figura do que Sérgio Oliveira e o trapalhão Herrera (sim, o Herrera voltou ao normal). Apesar de tudo Sérgio Conceição confiou antes em todos os “Santinhos e mais alguns”, num José Sá inspirado e num Ryan Babel com uma pontaria demasiado afinada.

Claro que haverá quem diga que o golo que Felipe marcou é fruto de trabalho nos treinos e que foi muito bem executado, mas no melhor pano caiu a nódoa pois Felipe e companhia estavam todos a dormir na forma quando Talisca empatou a partida. E isto, somado ao que já aqui expus nos parágrafos anteriores, é incompetência. Especialmente da parte de Sérgio Conceição que vai “apostar as fichas todas” no último jogo da fase de grupos no que ao futuro do FC Porto na Liga dos Campeões diz respeito. Tal coisa, por muito que haja quem não goste, é inaceitável!

MVP (Most Valuable Player): Ricardo Pereira. Desta vez no seu lugar de origem (extremo direito), Ricardo terá sido o melhor em campo e poderia ter tido um melhor desempenho se os seus colegas de equipa do meio campo lhe tivessem feito chegar a bola em condições de poder ser jogada. Teve a hipótese de marcar o golo da vitória portista mas pecou porque o seu pé esquerdo não é tão eficaz como o direito. 
 
Chave do Jogo: Inexistente.

Arbitragem: Mateu Lahoz teve uma actuação sem erros graves. Arbitragem muito regular, com apenas alguns erros pontuais. Escusava de ter sido tão “caseirinho”.

Positivo: José Sá. Hoje o guardião português mostrou a razão da inabalável confiança de Sérgio Conceição. Excelente em todos os momentos em que teve de se aplicar a fundo. Foi muito por causa de Sá que o empate se manteve até ao fim.

Negativo: Yacine Brahimi. Tanta habilidade e ao mesmo tempo tanta vontade de complicar o que não é complicado. Custa assim tanto fintar um adversário e passar a bola a um colega desmarcado em vez de ir para cima de mais dois adversários para depois perder a bola?
 
Artigo publicado no blog o gato no telhado (21/11/2017)

4 comentários:

Felisberto disse...

Sem ofensa, mas você por acaso não será o Carlos Neves do Portista com muito orgulho?

Pedro Silva disse...

O que escreveu Carlos Neves sobre o jogo? Ainda não tive tempo de dar a minha habitual vista de olhos pela bluegosfera.

vidente mor disse...

concordo, o porto esta muito perto de começar a perder, percebe se que a equipa nao funciona e SC nao consegue alterar nada, nao refresca, convoca Bes e nao os poe a jogar entao para que as convocatorias?? continua a convocar uma anedora chamada hernani so porque sim, enfim com teimosia nao vamos la de certeza. O resultado e normal o problema foi em casa.

Pedro Silva disse...

A derrota em si não é um mal no seu todo. Serve muitas vezes para se "colocar os pés na terra" e para se ver qual a real capacidade de uma equipa, do seu treinador e equipa técnica.

Em termos de alternativas a Hernâni existe Galeno. O jovem brasileiro já mostrou que vontade tem muita mas falta-lhe ter calma no momento certo. Isto de se ir buscar jovens da B obriga a que o treinador da A saiba evoluir os atletas. Não tenho a certeza de que SC tenha esta capacidade. Para já tem feito um bom trabalho com o que tem à disposição, embora já sejam muitos os pontos de interrogação dado que existem atletas em que o Mister insiste e cuja resposta tem sido muito fraca. No final da época veremos.

E sim. O problema maio com este Besiktas foi o resultado no Dragão. Mas o FC Porto não pode comportar-se "à Desportivo das Aves" diante de uma equipa de boa qualidade. Se for esta a estratégia europeia de SC para os jogos mais complicados da Champions, então nem quero imaginar o que vai acontecer se pelo caminho aparecer um dos ditos "tubarões".