quarta-feira, 4 de abril de 2018

Novas Regras do Fair.play Financeiro

O "fair-play" financeiro começou em 2011. Desde então, os clubes que se qualificam para as competições da UEFA têm de provar que não tem dívidas em atraso em relação a outros clubes, jogadores, segurança social e autoridades fiscais. Os clubes também têm de respeitar uma gestão equilibrada (break-even) que por princípio significa que não gastam mais do que ganham. A UEFA criou o Comité de Controlo Financeiro dos Clubes da UEFA para analisar, em todas as épocas, as contas dos clubes dos últimos três anos.
 
 As novas regras serão apresentadas e aprovadas em reunião do Comité Executivo da UEFA, a 24 de maio, e a intenção é que esta medida seja aplicada já na próxima época. A acontecer, o PSG, por exemplo, não poderia gastar 420 milhões de euros em compras, como sucedeu no verão passado, sem fazer o necessário encaixe em vendas para cumprir a regra em perspetiva.
A UEFA pretende limitar a cada clube 100 milhões de euros na diferença de valores gastos entre vendas e compras ao longo de uma temporada. É conhecido que o clube da treta, por exemplo, costuma comprar jogadores às paletes dos quais aproveita 2 ou 3 sendo que os excedentários servem para mais tarde Jorge Mendes “despachar” a bom preço aos otários Europeus. Outra das propostas passa por uma limitação de profissionais a 25 jogadores por plantel, o que penalizaria, por exemplo, clubes como Chelsea ou Manchester City, que têm cerca de 60 jogadores com contratos profissionais. Desta forma o PSG não podia fazer o mesmo que fez nesta temporada onde gastou 420M€ em compras sem garantir que as vendas feitas sejam do mesmo valor.
Recorde-se que na época passada o PSG contratou o brasileiro Neymar ao FC Barcelona pelo recorde de 222 milhões de euros (o anterior registo era de Pogba, seguindo-se a aquisição de Mbappé ao Mónaco, de Leonardo Jardim) o que, com as novas regras, não poderá acontecer.
Anteriormente o FC Porto também tinha falhado o requisito de equilíbrio financeiro imposto pela UEFA, com quem estabeleceu um acordo de liquidação que impedia que o défice no final do ano de 2017 fosse superior a 30M€. A SAD tinha-se comprometido a alcançar o equilíbrio financeiro até ao período de monitorização de 2020/21 ou seja, nos relatórios financeiros que terminam em 2018, 2019 e 2020. Foi assumida ainda a responsabilidade de adequar as despesas às receitas, por forma a reduzir gradualmente o défice, tendo como máximos 20M€ em 2018 e 10M€ em 2019.
 
O Clube ficou ainda sujeito a uma limitação do número de jogadores a incluir na sua lista A para participação nas competições da UEFA, ou seja, na temporada 2017/18 só pôde inscrever 22 jogadores em vez dos habituais 25 previstos, e um máximo de 23 jogadores na temporada atual 2018/19. Esta restrição será levantada na temporada 2019/20 e/ou 2020/21 se o clube cumprir as medidas operacionais e financeiras impostas.
 
Conhecemos a bondade da UEFA em zelar pela saúde financeira dos clubes. Aguardamos que seja produzida legislação para os batoteiros que corrompem o sistema há vários anos sem que a UEFA se tenha pronunciado. Mas também quando Portugal tem 2 “Primeiros-ministros” que acham que a situação “é normal”, que se pode fazer?
 
Até à próxima alteração

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