terça-feira, 10 de abril de 2018

Vamos Baixar o Passivo

Ultimamente Luís Filipe Vieira tem sentido a necessidade de falar às massas. Um dos meios mais utilizados são as pretensas entrevistas aos cartilheiros que alguém lhe escreve ou então discursos nas “casas do Benfica” para lavar a imagem. O homem também informou a CMVM que ia baixar o Passivo em 97 milhões de euros. Diz ele que foi para “reestruturar a dívida”. Esta expressão que significa reformar, organizar de outra forma é mais uma lavagem ao cérebro dos seus associados para fingir que está cheio de dinheiro. Já conhecemos esta ladainha há anos. Na prática trata-se de uma artimanha para empurrar a dívida mais para a frente. Não sabemos o que vai acontecer aos seus calotes pessoais.
Sabemos, isso sim, na parte referente ao clube e à SAD quais os bens que estão dados como garantia de várias operações. Vejamos:

Com a reestruturação do Grupo Benfica realizada em dezembro de 2009, nomeadamente com a aquisição da totalidade das ações da Benfica Estádio pela Benfica SAD ao Clube, a Benfica SAD substituiu o Sport Lisboa e Benfica na prestação das garantias. A 13 de julho de 2007, no âmbito do financiamento da construção do Caixa Futebol Campus, a Benfica SAD em conjunto com a Benfica Estádio celebrou com a Caixa Geral de Depósitos um empréstimo sob a forma de mútuo com hipoteca, penhores e promessa de hipoteca, o qual foi garantido por

Hipoteca de primeiro grau sobre o direito de superfície dos terrenos sitos no Seixal onde se encontra construído o Caixa Futebol Campus, que abrange as pertenças e benfeitorias presentes e futuras sobre os bens objeto daquele direito;

Penhor de créditos do contrato de naming right e patrocínio celebrado a 21 de setembro de 2006 com a Caixa Geral de Depósitos;

Promessa de hipoteca sobre os terrenos onde está edificado o Caixa Futebol Campus, caso seja exercido o direito de aquisição dos mesmos por parte da Benfica SAD no final do período de cedência do direito de superfície;

• Domiciliação do pagamento de créditos referentes a contratos de naming right, de patrocínio ou de publicidade relacionados ou localizados no Caixa Futebol Campus;

• Domiciliação do pagamento a partir de 1 de julho de 2013 de créditos referentes ao contrato de utilização das lojas do Centro Comercial atualmente exploradas pelas sociedades Adidas Portugal – Artigos de Desporto, S.A. e Media – Saturn Systemzentrale GmbH;

Cessão de crédito futuro que a Benfica SAD tenha direito caso o Sport Lisboa e Benfica opte por exercer o direito de adquirir as benfeitorias edificadas nos terrenos sujeitos ao contrato de direito de superfície supra-referido.

O contrato de financiamento no montante máximo de 30 milhões de euros em vigor com o Novo Banco foi garantido com a entrega de uma livrança, penhor sobre os direitos desportivos de um conjunto de jogadores e os respetivos contratos de seguro desportivo referente a acidentes pessoais, designadamente dos atletas André Almeida, César, Cristante, Fejsa, Lisandro Lopez, Luisão, Pizzi, Rafa, Raúl Jimenez, Samaris, Sálvio e Talisca.

O contrato de organização, colocação e tomada firme de papel comercial no montante máximo de 61 milhões de euros em vigor com o Novo Banco foi garantido com um contrato de penhor de créditos futuros celebrado entre o Novo Banco, a Benfica SAD, o Sport Lisboa e Benfica, a Benfica Estádio e a Benfica TV referente ao contrato assinado entre essas empresas do Grupo Benfica e a Sociedade Central de Cervejas, S.A. Atualmente, o montante máximo do referido programa equivale a 57 milhões de euros, mantendo-se a mesma garantia.
 
Para garantia do integral e pontual cumprimento pela Benfica Estádio das Obrigações Garantidas (obrigações da empresa perante os bancos, emergentes do Contrato de Financiamento e dos Contratos Financeiros), foram constituídas as seguintes garantias (algumas das quais já foram referidas anteriormente em base individual):

• O Sport Lisboa e Benfica constituiu a favor dos bancos, penhor sobre todas e cada uma das ações de que era titular (10.000 ações representativas da totalidade do capital social da Benfica Estádio), assim como de novas ações de que possa vir a ser titular (em virtude de qualquer aumento de capital social da Benfica Estádio), bem como de todos os suprimentos e/ou prestações acessórias, no montante de 29.297 milhares de euros

• A Benfica Estádio, o Sport Lisboa e Benfica e a Benfica SAD, constituíram a favor dos bancos, garantia sobre todos os saldos a crédito das Contas do Projeto, das Contas SLB e da Conta SAD, constantes do Contrato de Financiamento, podendo ser livremente movimentados desde que não se verifique incumprimentos (a garantia prestada pela Benfica SAD já estava referida anteriormente em base individual);

• A Benfica Estádio constituiu a favor dos bancos, penhor sobre todos os bens empenháveis (adquiridos a partir da data de assinatura do Contrato de Financiamento) e ainda sobre todos os créditos de que a Benfica Estádio venha a ser titular sobre o Sport Lisboa e Benfica e a Benfica SAD, relativamente a suprimentos e/ou prestações acessórias;

• O Sport Lisboa e Benfica constituiu a favor dos bancos, primeiro penhor sobre todos os créditos, atuais e futuros, que detenha ou venha a ser titular, sobre os associados do Clube, a título de quotas;

A Benfica Estádio constituiu hipoteca de primeiro grau a favor dos bancos, sobre o imóvel, (leia-se o galinheiro) conforme escritura de hipoteca de 16 de junho de 2003;

• A Benfica Estádio cedeu ao banco agente das garantias, em representação dos bancos, todos os créditos de qualquer tipo ou natureza, emergentes ou futuros, dos contratos descritos no Contrato de Financiamento;

Para garantia do integral e pontual cumprimento pela Benfica TV do contrato de locação financeira mobiliária celebrado com o Novo Banco, foi subscrita pela própria e avalizada pela Benfica SAD uma livrança com montante e data de vencimento em branco.
Só faltou mesmo empenhar o ourinho e os anéis. Tinha graça ver o Luisão a ser leiloado se não pagarem os juros. Depois de alguns jogadores serem libertados do ferrete do penhor mete o catálogo debaixo do braço e lá vai por esse Mundo fora com o Jorge Mendes enfiar os “Renatos” a outros clubes mediante o pagamento de chorudas comissões. Diz o homem que “não vivemos da boa vontade de créditos de última hora da Banca". Pois não! Ninguém lhe empresta um Euro todos os Ativos estão dados como penhor. Para abater os 97 milhões foi pedir dinheiro adiantado dos créditos futuros relativos aos proveitos do contrato dos direitos de transmissão televisiva celebrado com a NOS. Por isso esta época tem necessidade de ganhar o título com as constantes aldrabices que todos conhecemos.

Até à próxima

NOTA - Os sublinhados e destaques a vermelho são meus

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