domingo, 5 de agosto de 2018

Contra tudo e contra todos!

imagem retirada de zerozero
Bem sei que muita gente não vai gostar do título, mas depois do que vi hoje impossível era não resgatar um velho lema portista. Tanta pancadaria deu este CD Aves com a complacência e incompetente conivência do Sr. que foi escolhido para apitar esta partida. Yacine Brahimi lesionado após entrada dura de um jogador do Aves. Tiquinho Soares lesionado após entrada dura de um jogador do Aves. Héctor Herrera com o sobrolho aberto após entrada dura de um jogador do Aves. E por aí adiante. Já deu para se perceber que esta época vai ser muito mais difícil do que a anterior. Adiante. Vamos ao jogo jogado.

Este não terá sido um jogo que me tenha agradado muito. Especialmente se tivermos em linha de conta a forma quase que “pachorrenta” como o Futebol Clube do Porto entrou em campo diante de uma equipa avense que deu tudo o que tinha até o físico “dar o berro”.

Equipa como a do FC Porto não pode – nem deve! – sofrer um golo da maneira que sofreu hoje. O meio campo tem o dever de fechar a entrada da sua área para que desta forma se evitem os sempre perigosos remates de fora da dita. É verdade que muitas vezes estes remates não entram, mas às vezes a sorte (e a qualidade) de um jogador pode mudar esta “regra”. Claro que se pode e deve elogiar o “despertar” da equipa de Sérgio Conceição após o golo sofrido, mas isto de se fiar na excelente qualidade de Diogo Leite, Iker Casillas e na Sra. D. Deusa da Fortuna não é a melhor das opções. Eu sei que estamos numa fase inicial da temporada, mas é assim que se perdem jogos… Espero que tal não se repita para a semana diante do Chaves na jornada inaugural do nosso campeonato.

A aposta de Otávio no centro do campo é interessante. O problema é que tal exige muito de Sérgio Oliveira que tem a dupla função de organizar jogo e de recuperar bolas. Isto porque hoje voltamos a ter aquele Héctor Miguel que nem um simples passe para o lado sabe fazer em condições. Realmente assim é complicado. A coisa só melhorou para os Dragões quando p Aves começou a perder alguma força e os golos portistas (enorme jogada entre Otávio e Maxi no segundo golo do FC Porto!) foram aparecendo. Claro que a entrada de Oliver Torres em campo “ajudou á Missa”. Aliás, este foi um jogo em que Sérgio Conceição me pareceu ter estado bem nas substituições.

Em suma; até que gosto da ideia de jogo deste Futebol Clube do Porto versão 2018/19. Este procura jogar um futebol mais pensado, com posse de bola em busca de transições rápidas quando estas são possíveis e procura – quase sempre – aproveitar o facto de Aboubakar ser um dos melhores na sua posição no que a jogar em tabela diz respeito, mas isto ainda está longe de estar bem. O facto de se ter vencido a Supertaça mão desvia a minha ideia de que é preciso algo mais. Sérgio Conceição não vai ter sempre pela frente equipas que acusem o desgaste físico ao longo dos 90 e poucos minutos da partida.

MVP (Most Valuable Player): Otávio. Maxi Pereira esteve bem e até que marcou um golo, mas a verdade é que para mim este esteve longe de ter sido o MVP desta partida, Este título para mim é de Otávio que hoje jogou muito bem. O brasileiro criou linhas de passe e foi muito por sua culpa que os portistas encontraram o caminho da vitória.

Chave do Jogo: Veio com a entrada de Oliver Torres em campo para decidir a partida, em definitivo, para os azuis e brancos. È verdade que por esta altura o CD Aves já não fazia mais senão bater a bem bater em tudo quanto era azul e branco, mas a entrada do internacional espanhol em campo trouxe ao meio campo portista uma melhor capacidade de controle do meio campo e, por conseguinte, da partida.

Arbitragem: Luís Godinho errou no lance que motivou a expulsão de Sérgio Conceição. Era falta de João Felipe sobre Herrera. Foi o principal erro de uma péssima arbitragem.

Positivo: Diogo Leite. Excelente no posicionamento em campo e sublime nos desarmes. Ainda é cedo para se ter certezas. Mas a continuar assim este “miúdo” poderá vir a ser um central de excelente qualidade.

Negativo: Héctor Miguel Herrera. Como diria um amigo meu, hoje o Herrera resolveu ser o Héctor Miguel de que ninguém gosta. Péssimo no passe e um desastre no posicionamento em campo. Há dias assim (espero!).
 
Artigo publicado no blog o gato no telhado (04/08/2018)

2 comentários:

Felisberto disse...

Posso fazer uma pegunta?

O FC PORTO foi ao Brasil buscar um central que não sabemos se efectivamente é central, lateral ou até meio-campista, para depois em emergência meter um puto a central com apenas 19 anos, que deu perfeitamente conta do recado, que tem cheiro a golo (as subidas aos cantos e a forma como ganhou bolas nesse aspecto mostram o seu valor), afinal leva-nos a pensar que o português não tem emenda: o que é bom não é nacional!

Não estou a pôr em causa o valor do Militão, mas francamente idade por idade, os nosso B's merecem melhores e maiores e frequentes oportunidades. É o caso dos guarda-redes. Ir buscar Fabianos, Vanás, Bolats, quando se tem José Sá, Diogo Costa e João Costa, só pode ser mera retórica de aproveitamento de comissões, não acha?
Vamos lá mudar este estigma parvo e preconceituoso...

Pedro Silva disse...

Felisberto, obviamente que cada um tem a sua opinião sobre a temática.

Ontem o FC Porto entrou em campo com três Atletas formados nos seus quadros no onze inicial (Diogo Leite, Sérgio Oliveira e André Pereira). Para um clube que é acusado de não apostar na formação até que nem está nada mau.

Não creio que um plantel minimamente equilibrado tenha de ser composto na sua totalidade (ou quase na sua totalidade) por jogadores oriundos da formação. É assim que vejo a chegada de Militão, um jogador jovem que parece ter alguma margem de progressão.

Já no caso de Mbemba… Um fulano que troca a Premier League pela Liga NOS? Faz um jogo treino e lesiona-se de tal forma que só poderá voltar a jogar daqui a um mês? Um jogador que só jogava no Newcastle quando a Rainha de Inglaterra fazia anos? Obviamente que houve “marosca”. Tal como no caso de Ewerton e Janko.

Contudo, a meu ver a inclusão de jovens atletas na equipa principal de um qualquer clube deve ser feita com calma. E tem de haver oportunidade para tal. Por exemplo, Rafa Soares é um defesa lateral esquerdo muito bom. Mas com Alex Telles a jogar da forma que está a jogar e a ser, cada vez mais, um elemento fulcral no onze do FC Porto, será que valeria mesmo a pena ter o Rafa na equipa principal somente para ser um eterno suplente? Na minha modesta opinião, não.