segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Dois Circos ao Fundo

Lembrei-me que há muitos anos, jogava com os colegas a BATALHA NAVAL. Cada esquadra era composta por porta-aviões, torpedeiros e submarinos (ocupavam um quadradinho cada) os mais difíceis de apanhar. Se fosse hoje em vez de submarinos e torpedeiros seriam toupeiras e cartilheiros.

O senhor Vieira, conhecido como “ventoinha” foi ao escritório do senhor Vidrinhos fingir que dava uma entrevista a propósito das declarações de um pobre-diabo, Boaventura de sua graça, que lhe destapou a careca. Imaginem que o homem foi revelar uma conversa na qual o dono do galinheiro ensinava ao “empresário” a melhor maneira de caçar patos.
A conversa que se presumia secreta tratava de despachar o boneco sem lhe pagar um Euro como fez com Jorge Jesus. Um clube Inglês apercebendo-se do equilíbrio instável que por ali vai estaria interessado. Começaram as negociações e sendo o valor da cláusula 15 quilos o dono do circo, magnânimo como é, baixaria até aos 10.

“Mas isto não se pode saber” disse ao azeiteiro a meio da conversa. Aprende a negociar! Palavra puxa palavra o funcionário da TVI (conhecida como BTV2) tentou entrar por terrenos pantanosos e procurar saber o que se passava com os cartilheiros, quanto valeria o treinador, e no caso de uma saída quem era o substituto.
O dono do Circo abespinhou-se e trocou-lhe as voltas. Começou por debitar o discurso que lhe tinham preparado. E disparou: “cartilheiros não conheço”. “Vou concorrer nas próximas eleições e só saio quando formos campeões europeus”! E lançou para cima da mesa a bomba atómica “o próximo treinador pode ser Jorge Jesus. Sou amigo dele está tudo bem entre nós!
Quanto aos meus adversários estou bem defendido!”

Curiosamente passadas umas horas, no outro Circo da Segunda Circular, aconteceu uma coisa parecida. A madrugada ia alta quando o Dr. Varandas despediu José Peseiro. Como na Batalha Naval estava uma esquadra a afundar-se. Aquando das eleições recordo-me de ter escrito uma crónica onde dizia que o Dr. Varandas “não tinha arcaboiço para dirigir um clube da dimensão do Sporting. Nem do ponto-de-vista desportivo nem do financeiro.”
Com um empréstimo obrigacionista para liquidar este mês mais outro para equilibrar as Contas até ao fim da temporada eu era capaz de pedir ao Dr. Ricciardi uma mãozinha…

Até à próxima

Foto montagens de José Lima

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