quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Este FC Porto não gosta dos ares da Europa

Não está fácil para o FC Porto mudar o chip europeu. Depois da brilhante campanha na Liga Europa pelas mãos de Villas-Boas, o sucessor Vítor Pereira vê-se com dificuldades para encontrar "pé" na Liga dos Campeões. Ao desaire na Rússia seguiu-se um empate caseiro com o APOEL Nicosia (1 x 1).
De regresso ao onze, após "baixa" por lesão, Kléber foi o primeiro a esboçar o perigo no Dragão. Primeiro aos sete minutos, a passe de Guarín, mas o resultado final não foi além de um choque com o guarda-redes Cipriota. O mesmo que aos 12 minutos respondeu com uma defesa de nível ao remate à meia-volta do avançado Brasileiro.

Embora sem convencer, longe disso, o FC Porto era dono do jogo e das ameaças passou à concretização, um minuto depois da oportunidade de Kléber. É certo que o marcador do golo foi Hulk, na cobrança de um livre, mas Chiotis, guarda-redes do APOEL, fez, no mínimo, 90 por cento do trabalho portista. Nada fotogénico!

Sem fazer muito por isso, o Dragão chegava à vantagem, algo que funcionou como anestesia para o onze de Vítor Pereira. Aumentaram os passes errados, diminuiu a velocidade de execução e acentuaram-se os assobios nas bancadas. Resultado geral de tudo isto: golo do APOEL, aos 19 minutos.

O Brasileiro Aílton ultrapassou Fernando como quem finta um juvenil em fase de aprendizagem, olhou para a baliza e procurou a sua sorte. O remate foi forte, colocado e Helton não teve hipóteses. Empate Cipriota, mais castigo Portista que talento dos visitantes, mas o certo é que o FC Porto se desorganizou, perdeu-se e saiu para o descanso vaiado pelos seus.

A primeira nota da segunda parte vai para a saída do guarda-redes Chiotis, que se ressentiu do choque com Kléber ainda nos minutos iniciais do jogo. Entrou Urko Pardo que aos 57' aqueceu com uma defesa a um remate de Kléber. Mas o FC Porto não estava nada melhor, sem ideias nem intensidade.

O APOEL, de bem com o empate, jogava pelo seguro e procurava as falhas defensivas do Porto, como aos 63 minutos, quando Nuno Morais escapou em direcção a Helton, que acabou por se mostrar seguro quando teve de desviar o remate do Português. Na resposta, Hulk, recorrendo à sua «arma», disparou forte mas ao lado. Era isto o FC Porto por esta altura.

Vítor Pereira procurou soluções. Tirou Fernando e colocou Belluschi, o público gostou, tirou James e fez entrar Varela, a plateia assobiou. O Técnico Portista ainda vive com a desconfiança da "família" Azul e Branca e as mexidas acabaram por não lhe dar razão. Se as ocasiões escassearam na primeira parte, pior foi na segunda, e o empate não se desfez, mesmo nas últimas tentativas de desespero dos Dragões e uma grande ocasião do APOEL, já nos descontos.

O que vale ao FC Porto é que este é um grupo da Liga dos Campeões equilibrado, onde o APOEL segue na liderança com cinco pontos, mais um que o Zenit S. Petersburg, que empatou na Ucrânia 2 x 2, e o FC Porto. Os Ucranianos do Shakthar Donetsk têm dois e, por isso, continua tudo em aberto na luta pelas duas vagas nos oitavos-de-final.

Melhor em Campo: Helton


Positivo: Numa partida onde tudo esteve mal, a destacar pela positiva há a apenas a atitude batalhadora de Kléber que na frente do ataque Portista vai dando que fazer ás defesas contrárias. Helton pode ser considerado um herói por ter evitado uma humilhação em pleno estádio do dragão.

Negativo: Mais uma vez Vítor Pereira mostrou que não sabe ler o jogo e que quando está pressionado por um mau resultado que não tem habilidade nenhuma para levar a nau Azul e Branca a bom porto. Com este Treinador vai ser complicado os Adeptos Portistas poderem ter uma Temporada sossegados no que a Competições Europeias diz respeito.  

12 comentários:

P. Ungaro disse...

Boas,

A exibição do Porto hoje foi muito fraca ... a defesa a dormir, o meio campo a passo e o ataque estatico. Ao intervalo pensei que com um puxão de orelhas a equipa iria mudar a atitude para a segunda parte, mas não.
Agradecer ao Helton a ultima defesa que daria e derrota.
Com esta atitude este ano não vamos longe.

Um abraço

http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.com/

Penta disse...

caríssimos,


não conseguimos desatar o nó cipriota, foi o que foi.
tenho para mim que já não é só uma questão de "ópera", mas sim de "maestro".


somos Porto!, car@go!

«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!


saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todos vós! ;)

Miguel | Tomo II

Duarte disse...

Não é só no que a competições europeias diz respeito, meu caro. Para o campeonato também não serve e insistir neste treinador é diminuir substancialmente as hipóteses de sucesso.

As vitórias alcançadas até aqui, apenas serviram para adiar o inevitável. Vamos mudar quando? Quando tivermos uma série de desaires seguidos que nos afastem irremediavelmente dos nossos objectivos? Ou vamos tentar enquanto é tempo, e ainda é tempo, procurar soluções que nos devolvam o futebol a que nos habituamos?

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Exibição cinzenta e preocupante, a dar a ideia que a equipa passa realmente por um momento periclitante. A defesa continua a dar brindes. Otamendi entregou de bandeja o ouro ao bandido, mas Helton resolveu. Os laterais estiveram lentos e complicados. O meio campo esteve muito apagado com Moutinho e sobretudo Guarín em claro sub-rendimento. Na frente, Kléber esteve activo mas infeliz no remate e James muitos furos abaixo das expectativas. Também Vítor Pereira não esteve feliz a mexer na equipa. Se as entradas de Silvestre Varela, Belluschi e Defour foram bem observadas, embora com algum atraso, já a saída de Fernando me pareceu desastrada. Creio que seria mais plausível a saída de Guarín.

Enfim, mais um passo em falso que não ajuda em nada a auto-confiança necessária para voltar às exibições à Porto.

Um abraço

Pedro Silva disse...

Caros amigos e amigas, eu há uns tempos atrás tinha deixado no ar a ideia de que esta equipa Técnica estava fragilizada por muitos "ses". Inclusive eu tinha dito aqui que Sapunaru não simpatizava com Vítor Pereira.

Contudo dei-lhe o benefício da dúvida, só que agora já não tenho dúvidas nenhumas que Vítor Pereira só tem capacidade para ser Adjunto, que Rui Quinta o que sabe fazer bem é dar aulas ao outros Treinadores e que Semedo não está lá a fazer absolutamente nada.

Quando eu levantei estas questões, fui insultado e maltratado aqui neste espaço e agora vamos a ver e afinal eu até tinha muita razão.

Mas agora o mal está feito e há que ir até ao fim com ele. Não me parece que PC & Companhia venham a despedir VP antes do fim da temporada.

Primeiro as boas alternativas estão todas tapadas (Pedro Emanuel, Jorge Costa, Domingos e Leonardo Jardim estão a trabalhar e a sua contratação exigiria o pagamento de indemnizações e nós sabemos que as contas do FC Porto andam más).

Segundo, mesmo que se contrate um novo Treinador, os efeitos da mudança tanto se podem verificar no curto prazo como não. A carruagem já vai em andamento e é complicado mudar seja o que for.

Que nos resta fazer? Ter paciência. As conjunturas ditaram que o novo Treinador fosse escolhido á pressa e em cima do joelho, por isto há que aguentar.

O que podemos criticar e com força é o facto de a SAD Portista ter-se "embriagado" com tantas vitórias na Época anterior, pois o Plantel é desequilibrado e ainda falta vir maus uma pseudo vedeta do Brasil e a saída de AVB nunca foi precavida.

Cumprimentos a todos.

Duarte disse...

The Blue One, ou mudamos de treinador imediatamente, que ainda é tempo, ou esta temporada é para esquecer. Para mim isto é claríssimo.

Estamos perante um remake de 2001/2002. Também aí Octávio Machado se prolongou ad eternum no banco e quando finalmente o despediram os nossos rivais de então já estavam demasiado longe. Não pode ser desculpa o facto da época já estar em curso. A equipa é boa (temos essa vantagem em relação a 2002 que aí era péssima), é preciso um treinador com personalidade e inteligência para a pôr a jogar a um ritmo aceitável e satisfatório.

Para vos ser sincero, e já sei que me vão trucidar, não há um único português com capacidade para neste momento ter sucesso. Nenhum que possamos adquirir, bem entendido. Eu apostava em alguém de fora, num Rafa Benitez por exemplo. É caro, claro, ou deve ser, mas é o garante de competência e qualidade. Isso é que é fundamental, estou-me nas tintas para a nacionalidade. Leonardo Jardim nunca me impressionou e Pedro Emanuel ainda está demasiado verde, portanto um estrangeiro minimamente reputado e com provas dadas seria o ideal.

Pedro Silva disse...

@ Duarte

Pessoalmente eu também queria que o VP fosse corrido o mais depressa possível do FC Porto.

O problema é que PC & companhia não pensam assim e só abdicam do "seu" Treinador em casos extremos.

Para mim o problema do Treinador Estrangeira está no simples facto de que este não conhece absolutamente nada sobre o Campeonato Português.

E depois um Treinador precisa de um Adjunto que o assista como deve ser e de outro que imponha a Mística do Clube. Não estou a ver o Semedo a fazer nenhuma destas coisas.

Cumprimentos

Duarte disse...

"E depois um Treinador precisa de um Adjunto que o assista como deve ser e de outro que imponha a Mística do Clube. Não estou a ver o Semedo a fazer nenhuma destas coisas. "

O Semedo não, mas por exemplo o Paulinho Santos podia fazê-lo perfeitamente. O problema que coloca em relação ao conhecimento do campeonato, já me parece bastante pertinente mas, caramba, por mal que conheça há-de fazer melhor que o VP. Sejamos realistas, punhamos complexos nacionalistas à parte, não há mesmo nenhum português em condições de pegar de estaca nesta altura, como houve Mourinho em 2002.

Pedro Silva disse...

@ Duarte

Eu desde o inicio da actual Temporada que ando a defender o Paulinho Santos como sendo o Homem certo para fazer o trabalho que Semedo não consegue fazer.

Quanto ao Treinador Estrangeiro, não estou totalmente contra esta ideia por causa do nacionalismo, mas sim pelo tal desconhecimento que este tem do nosso Campeonato.

E será muito difícil alguém fazer pior do que o VP.

Cumprimentos.

Rodrigo Sales disse...

Se um jogador enorme como o João Moutinho não faz a mínima ideia do que fazer em campo, onde se colocar, onde por a bola, etc, é porque a mensagem do treinador não passou mesmo. Agora imaginem um Sapunaro ou um Guarim...
Ontem vi a exibição mais triste destes jogadores, que no ano passado transmitiam uma alegria imensa a jogar, e fiquei sem vontade nenhuma de ver os jogos que estão para vir.

Duarte disse...

Eu sei que não é o seu caso, The Blue One, mas existe uma grande franja de adeptos em Portugal, não só no Porto, que pensa assim. Preferem um péssimo português a um bom estrangeiro, seja jogador ou treinador. Até parece que a nossa selecção nacional, constituída só por portugueses sejam eles naturalizados ou não, é uma potência do futebol. Basta ver o vasto palmarés, repleto de títulos europeus e mundiais, que temos.

Precisamente por ser muito difícil alguém fazer pior do que o VP é que podíamos trazer alguém de outra cultura. Pior não fará, pese o tal desconhecimento, mas o futebol português também não tem assim tanto que se lhe diga e bons jogadores não nos faltam, felizmente.

Pedro Silva disse...

@ Rodrigo Sales

Este problema que o meu caro faz referência mostra que efectivamente o Semedo não faz absolutamente nada na Equipa Técnica.

Na Temporada anterior o Pedro Emanuel dava um murro na mesa e todos ouviam o Treinador e obedeciam a AVB.

Com VP existem Jogadores que não gostam dele. Eu fiz aqui referência a isto e o que recebi em troca foram maus tratos. E agora é o que se vê.

Vamos a ver. A nível interno ainda se poderá fazer alguma coisa, mas a nível externo penso que nem á Liga Europa o FC Porto vai.

@ Duarte

Vamos a ver o que vai isto tudo dar.

Mas não nos iludamos porque o PC é teimoso que nem uma mula e vai apostar sempre no VP aconteça o que acontecer.

Cumprimentos aos dois.