Depois da derrota para o Campeonato no Dragão (3 x 1), virou o disco mas, desta vez, a vitória foi para SC Braga que venceu o FC Porto (1 x 0) e conquistou a Taça da Liga, na Final da Competição, em Coimbra. A equipa sucede ao Benfica que venceu as últimas edições da prova.
Uma Final é sempre um jogo diferente e especial. Os jogos decisivos, seja na Liga dos Campeões ou na Taça da Liga, têm a sua linguagem, uma espécie de léxico próprio, frequentemente não percetível para quem não é da 'seita'.
Para Portistas e Minhotos não foi, claro está, a primeira vez que marcaram presença numa Final de uma Competição.
Na cidade do Conhecimento, ambos repetiam a célebre Final de 18 de Maio de 2011, naquele dia em que o País, pela primeira vez, teve duas equipas numa Final Europeia, ganha pelo FC Porto, graças a um golo de Radamel Falcao.
Cerca de dois anos depois, os clubes Nortenhos voltaram a uma Final, ainda que esta sem o glamour ou encantamento de uma prova Europeia. No entanto, havia um troféu para conquistar.
Rumo Coimbra, o caminho fez-se por uma estrada comum: vencendo tudo e todos. SC Braga e FC Porto encontravam-se para um duelo inédito na Taça da Liga e ambos sabiam que o regresso a casa tinha (obrigatoriamente) de ser mais feliz para uns... do que para outros. Assim é a Lei do Futebol.
A Taça da Liga, que ao longo dos seus anos foi fustigada por uma série de críticas, passou (e não vale a pena dourar a pílula) de repente a funcionar como uma espécie de objectivo 'interessante'.
Deste modo, o estádio da Académica - casa da Final desta prova nas últimas épocas - vestiu-se de gala para o duelo entre dois velhos conhecidos do Futebol Português. Nas bancadas, adeptos de uma e outra equipa estavam apetrechados com cachecóis, camisolas e bandeiras, enquanto tentavam animar e apoiar os seus jogadores.
Em Coimbra, apareceu um SC Braga forte e apostado em conquistar a Taça da Liga. Os Minhotos, única equipa Portuguesa que esta época foi capaz de vencer o FC Porto (em jogo da Taça de Portugal), tentou, com cautelas, pegar no jogo e ameaçar as redes Azuis e Brancas.
Os primeiros minutos mostraram duas equipas sem querer correr grandes riscos. Ambos os técnicos apostaram na segurança defensiva e não admira, por isso, que nenhum dos conjuntos tenha mostrado ascendente nas primeiras jogadas do encontro.
Ainda assim, a primeira (e única) oportunidade de golo pertenceu ao FC Porto. Aos 10 minutos, Defour, na esquerda, cruzou para o interior de área com Jackson a desviar ao primeiro poste, mas James Rodríguez, ao segundo poste, chegou ligeiramente atrasado para fazer o golo!
Com a derrota no Dragão (3 x 1), na passada segunda-feira, ainda na memória, o SC Braga tentou realizar uma partida equilibrada mas o FC Porto mostrou mais controlo emocional e táctico na partida.
Os Guerreiros do Minho, que andaram quase sempre longe da baliza de Fabiano Freitas, praticaram um futebol electrizante mas sem criar real perigo à defesa Portista, onde Abdoulaye (a surpresa no onze de Vítor Pereira) acabaria por ser a figura da primeira parte.
O central Azul e Branco - que fez dupla com Mangala - derrubou Mossoró, perto do intervalo, dentro da área. O árbitro não teve dúvidas e assinalou a grande penalidade, mostrando o segundo amarelo (e respectivo vermelho) ao central Portista. Chamado a marcar, Alan atirou a contar e colocou os Minhotos na frente, aos 45+2'.
No regresso do descanso, Vítor Pereira tirou Lucho e colocou Otamendi. Mas seria o SC Braga abrir as hostilidades, com um cabeceamento sensacional, aos 50 minutos, mas Otamendi limpou.
Seguiram-se dez minutos de perigo com os Minhotos a desperdiçarem muitos golos. Aos 67', por exemplo, Rúben Micael falhou de forma incrível e atirou a bola no poste da baliza do FC Porto. Após um grande passe para a desmarcação de Alan entra os centrais, o Capitão do SC Braga fintou o guarda-redes do FC Porto e assistiu Rúben Micael que estava sobre direita, mas o desvio não aconteceu a tempo.
Responderam os Portistas, já com Kélvin em campo. Jackson Martínez, à entrada da área do SC Braga trabalhou bem, ganhou espaço mas rematou ligeiramente ao lado da baliza de Quim. Ainda se gritou golo nas bancadas do estádio.
Com o FC Porto lançado no ataque, Fabiano foi gigante na baliza Portista. Aos 88', o Brasileiro travou um belo remate de Hugo Viana! O SC Braga esteve muito perto do segundo mas o guardião Portista brilhou nas redes.
O tempo ia passando, Mangala passava a avançado. Havia mais espaço na defesa Portista mas os Minhotos não aproveitavam.
Ainda assim, João Capela apitou para o final do jogo e o SC Braga fez a festa. A taça vai para o museu Arsenalista.
Melhor em Campo: Fabiano
2 comentários:
Não me apetece comentar muito, ou seja andar por aqui às voltas. Isto só para dizer que estou triste com o sucedido, por termos sido prejudicados, mas especialmente por perdermos uma taça, porque a equipa não jogou o suficiente que poderia dar a volta a tudo e suplantar as contrariedades. Faz falta aquele espírito de fazer das tripas coração...
Ora já desabafei e só anseio que voltem depressa as vitórias das nossas alegrias.
AP
Memória Portista
Em resumo, mais do mesmo!
O FC Porto actual está uma sombra de si mesmo. Equipa espremida até ao tutano, que já deu tudo o que tinha para dar.
A propalada posse de bola (para os lados e para trás) é hoje a máscara perfeita para disfarçar a incapacidade de criar futebol ofensivo, competente, criativo e eficaz.
A equipa lutou com carácter mas faltou-lhe classe e competência.
Dentro da mediocridade técnica evidenciada na maior parte do tempo, dois nomes se destacaram pela positiva: Fernando e Fabiano. Estes, mais do que quaisquer outros, mereciam ter erguido a Taça. Paciência
Faltam cinco jogos e a jogar desta forma adivinha-se um final de época tortuoso.
Um abraço
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