quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O frete está feito. Venha de lá o play-off

Portugal fecha o grupo F com um triunfo convincente sobre o Luxemburgo, insuficiente, no entanto, para mudar o destino da equipa das Quinas, que vai ter que disputar o play-off para chegar ao Mundial do Brasil. Faltaram golos aos Lusos, claramente superiores em relação aos Luxemburgueses.
 
Portugal entrou em campo com muitas mudanças nos titulares, comparando com o jogo da última sexta-feira, em Alvalade, empate a um com Israel. Neto no lugar de Pepe no eixo da defesa, Coentrão, depois de cumprir castigo, voltou ao seu posto habitual na lateral-esquerda, Varela fez de Ronaldo, Josué estreou-se a titular entrando para o meio-campo onde tinha jogado Rúben Micael no último jogo e Hélder Postiga, regressado de castigo, assumiu a posição mais avançada do ataque Luso, onde tinha jogado Hugo Almeida.
 
Mudanças apresentadas, importa, também, enunciar as diferenças de atitude, dinâmica e velocidade apresentadas pelos Lusos. Se a postura foi do mais criticado na última sexta-feira, ontem, sob o céu pesado da cidade de Coimbra, Portugal entrou forte, agressivo, mandão.
 
Numa primeira parte de sentido único foi Josué o elo mais dinâmico da formação Portuguesa, sempre a jogar de cabeça levantada, a combinar sempre bem com Moutinho e Nani, a rasgar sempre que podia a frágil defensiva Luxemburguesa. Parecia impossível acreditar que no primeiro jogo entre estas duas equipas o Luxemburgo tinha marcado primeiro e obrigou Portugal a uma reviravolta.
 
Modesto, o Luxemburgo jogava sempre atrás da linha da bola, apenas tentando, de quando em vez, a bola longa para a velocidade dos seus dianteiros. Ricardo Costa e Neto, no entanto, chegavam para as encomendas, enquanto Patrício era um mero espectador da partida.
 
Ao invés, e apesar de uma frágil defesa, o guarda-redes Jonathan Joubert puxou para si os holofotes da partida, conseguindo, apesar de várias tentativas, manter a sua baliza inviolada até à meia hora de jogo.
 
Tentaram Nani no meio da rua, Postiga na sobra e logo depois Moutinho. O guarda-redes Luxemburguês safou-se das três, algo que não conseguiria quando Coentrão cabeceou à barra após um cruzamento perfeito de André Almeida.
 
Portugal jogava de forma intensa, de olhos postos na baliza contrária, e nem o golo da Rússia, marcado por Shirokov à passagem do quarto de hora e que terminava qualquer esperança de qualificação directa dos Lusos, esmoreceu o ataque das Quinas.
 
Foi quando os Luxemburgueses ficaram a jogar com dez, após a expulsão de Aurélien Joachim devido a uma entrada feia sobre André Almeida, que a balança se desequilibrou de vez.
 
Silvestre Varela, que estava ser o mais desastrado dos Lusos, aproveitou um excelente passe de Moutinho, desmarcou-se e inaugurou o marcador frente a um desamparado Joubert.
 
Moutinho, que esteve mais que marcado no jogo contra Israel, assumia a criatividade lusa, apostando nos passes a rasgar e impondo as suas ideias. Foi o que fez para o segundo golo, naquela que foi a melhor jogada do desafio, dando de calcanhar para Nani, vindo de trás, marcar com classe.
 
O segundo tempo começou com o mesmo ritmo do primeiro tempo, Portugal apostado em dilatar a vantagem, aproveitando não só a superioridade numérica mas também a qualidade técnica dos seus jogadores, muito acima dos Luxemburgueses.
 
Com a equipa das Quinas a jogar bonito, apesar de nem sempre colocar muita gente em zona de finalização, a dinâmica esteve perto de dar frutos aos 49´, depois de um remate de Nani, que quase dava auto-golo a favor dos Lusos.
 
Portugal só podia golear, esperando ainda que do Azerbaijão, onde jogava a Rússia, chegassem notícias positivas, e por isso Paulo Bento abdicou de Miguel Veloso e fez entrar Hugo Almeida, operando também uma nova alteração, desta feita forçada, face à lesão de Ricardo Costa, lançando Sereno em jogo. Dupla inédita no eixo da defesa Lusa, Neto e Sereno eram o suficiente para suster um Luxemburgo esforçado mas inoperante em termos ofensivos.
 
O que mudou, apesar de no xadrez o selecionador se ter mostrado arrojado, foi uma diminuição de ritmo, uma quase apatia da equipa das Quinas, que passou a ter um jogo mais mastigado, com menos alegria. O resultado estava garantido, até se ouviam olés nas bancadas, mas o público pedia mais e ia soltando alguns assobios de impaciência, esperando mais um golo, depois de ter festejado dois em sete minutos no primeiro tempo.
 
Com o selo de melhor marcador Luso nesta Fase de Qualificação, Hélder Postiga respondeu a essa exigência, dilatando a contagem e a sua conta pessoal a cerca de dez minutos dos 90´. Novamente Moutinho na jogada a assistir de cabeça o ponta de lança que dominou e rematou para o terceiro dos Lusos, o 27.º com a camisola de Portugal.
 
Ainda houve tempo para mais um falhanço dos Lusos protagonizado por Hugo Almeida, assobiadíssimo (!) que com a baliza aberta e na pequena área fez o mais difícil, acertando na barra da baliza de Joubert.
 
Contas feitas, e apesar do triunfo, Portugal vai ter que ir ao play-off, marcado para 15 e 19 de Novembro. O destino estava traçado desde o empate com Israel na sexta-feira, que tornou as contas muito mais difíceis. Fica o amargo de boca pela ausência de goleada, que era desejável, expectável e mais que possível, face às diferenças entre as selecções Portuguesa e Luxemburguesa.
 
Retirado de zerozero
 
Melhor em Campo: Josué

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