sábado, 12 de outubro de 2013

Serviços minimos garantem o play-off

Atenção: não há culpados individuais. Portugal teve ocasiões mais do que suficientes para golear uma ténue selecção de Israel. Num jogo em que Moutinho e Ronaldo, habituais figuras de destaque, estiveram apagados, Rúben Micael, Antunes e Nani iam chegando para as encomendas, só que, sem nada o prever, os Israelitas aproveitaram uma infelicidade de Rui Patrício para fazer o empate final. Contas abortadas, é tempo de pensar no play-off.
 
Face ás muitas ausências (Meireles, Vieirinha, João Pereira e Bruno Alves por lesão, Fábio Coentrão e Hélder Postiga por opção), Paulo Bento promoveu alguns nomes menos habituais. Desde logo, referência para a estreia absoluta de André Almeida, que ocupou a vaga direita da defesa Lusitana, acompanhado por Pepe e Ricardo Costa no centro e Antunes à esquerda.
 
No meio campo, Rúben Micael saltou para o lugar de Meireles e acompanhou Miguel Veloso e João Moutinho no habitual triângulo ascendente. À frente, foi Hugo Almeida o homem mais perto da rede de Aouate, acompanhado de Nani e do capitão Cristiano Ronaldo.
 
Portugal entrou no desafio já a saber da vantagem da Rússia no Luxemburgo, mas observando uma moldura humana verde de esperança no colorido José Alvalade, que cantou a uma só voz o som contra os canhões.
 
Com os Israelitas na mira, o alvo ficou definido muito cedo e Micael, o primeiro a dizer verdadeiramente presente, recebeu o esférico amortecido pelo peito de Almeida e rematou torto.
 
Ziguezagueando a partir da zona central do meio campo, a equipa Portuguesa sentia as ausências de João Pereira e de Coentrão e via contenção natural de André Almeida e de Antunes nas subidas em campo. Conclusão: bola em Nani, bola em Ronaldo e toca a rematar!
 
Do outro lado estava uma Israel traiçoeira, à imagem do discurso do seu treinador na antevisão do encontro, que dizia não acreditar no apuramento. Em campo, a equipa demonstrava não querer nada do jogo, mas, sem se dar por ela, ia controlando bem os movimentos de João Moutinho e até visitou Patrício. Primeiro, Zahavi permitiu corte de Antunes, depois Eden Ben Basat ensaiou remate com perigo, mas desviado.
 
Findo o período mais nervoso de Portugal, a Selecção partiu para a baliza adversária com mais convicção. André Almeida e Antunes perderam a vergonha, Moutinho passou a jogar a um toque, Ronaldo e Nani assustaram, Micael, também de longe, obrigou Aouate a defesa apertada. Até aqui, tudo tentado desde fora da área, tudo sem sucesso.
 
Contra a monotonia, vieram os centrais explicar que é dentro de área que se resolve. Cruzamento de Antunes ao segundo poste, desvio de Pepe e mergulho de Ricardo Costa lá para dentro. Golo! Alvalade a saltar. Corações a baixar o ritmo. Vantagem para agarrar.
 
Nervoso continuava Cristiano Ronaldo. O capitão queria espaço e não tinha (Sheran Yeini não lhe permitia dois toques na bola, nem que o jogo estivesse parado), queria bola mas os Israelitas atiravam-no à relva, queria ver a rede, só que havia sempre algo a impedir.
 
Últimos quinze minutos da primeira parte com Portugal e Israel a desejarem intervalo: os primeiros, para entenderem os perigos de contra-ataque Israelita, os segundos para perceberem por onde furar.
 
O segundo tempo abre com Omri Ben Harush a furar a defesa Portuguesa e a encontrar as mãos de Patrício. Logo depois, Hugo Almeida já dedicava o golos aos filhos quando viu a bandeirola do auxiliar a assinalar fora-de-jogo.
 
Tacticamente, Paulo Bento pediu mais mexidas entre os homens da frente. Ronaldo vagueou para a direita, Nani visitou Antunes na esquerda e Hugo Almeida também andou mais solto.
 
A bola, essa coisa redonda e deliciosa, gostava mais de passear nos pós Lusos, claramente mais simpáticos e afectivos. Já os golos é que iam tardando: Ricardo Costa tentou, à ponta de lança, bisar na partida (62'), Josué rematou com perigo na primeira aparição em campo e Nélson Oliveira tentou embelezar, mas o chapéu saiu ao lado. Antunes também ia fazendo estragos, só que Aouate brilhou a grande altura ao ir ao chão.
 
Resultado magro, tempo a decorrer e Israel a ensaiar timidamente os ataques. Ou os argumentos eram poucos, ou a vontade era menos ainda, porque, para quem precisava de ganhar, não era claramente esta a postura.
 
Quem falhou na postura foi Rui Patrício, e de que maneira! Os atrasos ao guardião eram uma constante, mas, ao minuto 86, sem grande pressão, entregou escandalosamente a bola a Ben Basat e este empatou.
 
Balde de água gelada e contas postas em causa. Lá vamos nós ao playoff, outra vez...
 
Retirado de zerozero
 
Melhor em Campo: Antunes

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