quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Do mal o menos

O FC Porto livrou-se da derrota em Lviv nos últimos minutos. Aos 85 minutos, o Shakhtar fazia o 2 x 0, mas os Dragões, com Jackson e Quintero a carregarem a equipa (vindos do banco), conseguiram o empate, que dá a liderança do grupo H.

Marcano a trinco? Jackson Martínez no banco? Terão sido sobretudo estas duas as perguntas mais frequentes na mente dos adeptos Portistas quando souberam do onze titular de Julen Lopetegui. Num arranjo só possível de perceber quando as peças se apresentaram dentro de campo.

Frente a um Shakhtar muito longe de casa (mil quilómetros entre Donetsk e Lviv), mas muito apoiado, numa demonstração de um patriotismo que tem crescido com o conflito na Ucrânia, os Dragões deram com um estádio repleto e fervoroso no apoio à sua equipa.

Se formos directos para o remate de Danilo, aos 13 minutos, nada se perde em relação ao filme do jogo. Foi esse o primeiro ponto de interesse num duelo que começou de forma tímida e de estudo mútuo. Com duas equipas à procura de terem bola, como é hábito, o tira-teimas resultou numa primeira fase de jogo algo atabalhoada a meio, sem um fio lógico.

Só que esse remate, que não passou nada longe da baliza adversária, colocou sentido no desafio. Os Dragões encontraram-se em termos posicionais e tentaram dominar o desafio. Parecia que ia ser essa a lógica, mas faltou um pormenor: a qualidade na posse de bola. Marcano, mesmo sendo um jogador que não se atrapalha com a bola no pé, não é um primor na arte do passe. Herrera teima em continuar longe da sua melhor face.

Sobraram Óliver Torres, que, de facto, tem um perfume muito característico no seu futebol, e Brahimi, que demorou a acordar, mas que o conseguiu de forma quase implacável, quando ganhou a grande penalidade, que não conseguiu converter. Aconteceu numa altura em que o jogo estava partido, com parada e resposta, com os Dragões a viverem da velocidade de Tello e do Argelino.

Um e outro falharam a finalizar e foi sobretudo por causa disso que o intervalo registou 0 x 0 no marcador. É justo dizer que o FC Porto, mesmo com algumas falhas no miolo, foi a melhor equipa do primeiro tempo, tendo as melhores oportunidades. Mas também não seria descurável dizer que o Shakhtar era equipa acessível e inofensiva.

Para quem o pensasse, a resposta estava pronta a sair, pela boca de Oleksandr Kucher. O experiente defesa foi à frente explicar como se faz pressão alta, foi mais forte que Óliver Torres e serviu de bandeja Alex Teixeira para o golo inaugural.

Sem acusar o golo e convicto da necessidade de corrigir o erro, a equipa de Lopetegui partiu para cima de um adversário que, em vantagem, logicamente se colocou mais na expectativa. Quintero e Jackson foram a jogo e Óliver Torres assumiu a batuta e o ritmo. E havia Tello, excelente na primeira abordagem à bola, mas precipitado na decisão seguinte. Nada saía bem ao Espanhol.

Se o primeiro golo fez tremer o FC Porto, o segundo, da autoria de Luiz Adriano, praticamente sentenciava o desafio, até porque só faltavam cinco minutos para os 90 e os descontos.

Só que foi nessa altura, já depois de muito tentar, que o FC Porto acertou finalmente, e com efeitos práticos. Jackson converteu uma grande penalidade e correspondeu bem a um cruzamento, fazendo o empate, mais que merecido!
 
Retirado de zerozero

Melhor em Campo: Jackson Martibez

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