quarta-feira, 1 de abril de 2015

No meio dos Tubarões

Pelas alterações que Fernando Santos reservou para o particular com Cabo Verde, dificilmente se podia esperar uma grande exibição de Portugal, mas a derrota por 0 x 2 claramente não era esperada, embora se possa justificar em parte pela eficácia mostrada pelos Cabo-verdianos na hora de atirar à baliza na primeira parte. Dois remates à baliza em todo o jogo, dois golos.
 
Ao intervalo, a turma das Quinas já perdia por dois golos sem resposta, mas os comandados de Fernando Santos, mesmo sem fazerem uma exibição brilhante, não estiveram num plano inferior em relação à turma orientada por Rui Águas, apresentando mesmo bons momentos. Sinal disso é que Vózinha, guarda-redes dos Africanos, teve que se mostrar com um punhado de boas defesas nos primeiros minutos da partida. João Mário e Bernardo Silva eram aqueles que mais contribuíam para um desempenho razoável dos Portugueses.
 
No entanto, Odair Fortes, aos 38 minutos, rematou de uma zona com pouco ângulo e beneficiou de um toque da bola num jogador Português, o que acabou por trair Anthony Lopes, que claramente não esperava que o esférico tomasse aquela direcção. A festa das centenas de adeptos Cabo-verdianos foi imensa e maior ficou pouco depois, quando aos 43 minutos Gegé ampliou a vantagem, após um lance de bola parada em que foi muita a passividade da defesa Lusa na forma como permitiu que o atleta do Marítimo surgisse ao segundo poste para encostar.
 
A perder por 0 x 2, Portugal entrou na segunda metade do encontro com vontade de reagir, obrigando Vózinha a aparecer novamente na partida. Foi nessa altura que Vieirinha procurou aparecer mais no jogo, nomeadamente com remates de meia distância, mas o guarda-redes Cabo-verdiano estava disposto a figurar entre os melhores jogadores do encontro e não permitiu que a bola entrasse na sua baliza.
 
O ímpeto mostrado no começo da segunda parte foi fugaz. Cabo Verde, por outro lado, mostrou porque é considerada uma das selecções mais organizadas do continente Africano e defendeu sempre de forma muito coesa, criando bastantes dificuldades aos Portugueses para conseguirem penetrar na sua defesa. Mais difícil ficou a tentativa de recuperação de Portugal no resultado, quando André Pinto, aos 60 minutos, viu o cartão vermelho directo por ter derrubado um jogador Cabo-verdiano quando este seguia isolado perante Anthony Lopes, depois de uma perda de bola de Paulo Oliveira.
 
Claramente, a maioria dos jogadores que teve oportunidade de se estrear e de regressar à Selecção Portuguesa após tanto tempo de ausência tem mais qualidade do que aquilo que mostrou. Bernardo Silva, Ukra e também André André foram exemplos disso. Portugal podia e devia ter feito mais perante um adversário que foi organizado e soube segurar a vantagem, mas claramente faltaram referências na Selecção Nacional e isso deixou demasiado evidente a inexperiência Lusa, algo que logicamente não contribuiu para uma exibição mais positiva.
 
Retirado de zerozero
 
Melhor em Campo: Ukra

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