domingo, 21 de junho de 2015

Futebol Clube do Porto 2014/15 (VII)

Continuando a minha análise ao Futebol Clube do Porto versão 2014/15, sem sair ainda do capítulo Treinador, apraz-me agora dizer o que penso sobre a táctica. 
 
Já aqui disse, e mantenho, que isto de ter muita posse sem progressão não nos leva a lado algum. Sim, é verdade que quem tem a bola domina o jogo mas quando do outro lado da barricada está uma equipa que não se importa de dar o domínio do jogo aos Dragões porque o “pontinho” lhe interessa e que estabelece como estilo de jogo o aproveitar de um erro da parte dos Azuis e Brancos para vencer a sua partida, isto da posse pela posse torna-se algo complicado. 
E mais uma vez repito o que já aqui escrevi: foi desta forma que o Futebol Clube do Porto perdeu no Dragão ante o SL Benfica. Assim como foi desta forma que os Portistas perderam na Madeira diante do CS Marítimo. E o mesmo sucedeu no amargo empate ante o CD Nacional, (também na Madeira).
 
Ora o que terá então faltado a este Futebol Clube do Porto 2014/15 que privilegia a posse de bola? Simples: variação de jogo e velocidade de execução. 
 
Variação de jogo porque, já o disse atrás, existem equipas que não se importam de dar a bola ao adversário para poder levar a cabo o seu objectivo e porque não se pode enfrentar todas as fases de uma partida a jogar sempre da mesma maneira (recorde-se que o FC Porto de Lopetegui privilegia a posse quer esteja a vencer, a empatar ou a perder).
Já a velocidade de execução teria sido a chave mestra deste Dragão “à Barcelona” que lhe teria permitido, com maior ou menor dificuldade, “quebrar” as tais equipas que não se importam de dar a posse da bola ao adversário. E, para que não surjam por aqui mal entendidos, entenda-se por velocidade de execução aquilo que é conhecido no mundo do futebol por “toca e foge” e não a corrida tresloucada defesa/ataque.
 
Para além destas duas pequenas mas grandes debilidades do sistema de jogo escolhido por Julen Lopetegui, sou da opinião que houve sempre demasiado espaço entre linhas. Tal trazia enormes dificuldades aos Jogadores Azuis e Brancos na hora de iniciar a construção de jogo tendo por vezes, e até vezes a mais, de se recorrer ao pontapé para a frente a ver no que dava. Para mais este grande espaçamento entre defesa/meio campo/ataque colocava sobre os Atletas dos Dragões uma enorme pressão pois um passe mal medido poderia ser, como foi algumas vezes, a “morte do artista”.

2 comentários:

Jorge Vassalo disse...

Concordo totalmente.

Mas , a mim, não me parece que seja do sistema, mas antes dos médios de ligação e da saída de bola dos centrais. Depois tem a ver também com a atitude.

Dou um exemplo: Em Setúbal, o FC Porto fez, a esse nível, uma primeira parte de sonho. Trocas rápidas, variações de posição constantes, remate frequente. Um sufoco. Encostou o Setúbal lá atrás. O problema foi a finalização. Jackson sempre teve o problema de falhar golos fáceis. E os cruzamentos saíam deficitários.

Acho sinceramente que tal se resolve com um médio de ligação forte - talvez Herrera, com a estupidez da Gold Cup, vá estar cansado, mas André André é muito bom, ou Rúben a jogar a 8 - e um criativo na frente: Bueno, Brahimi, Quintero ou Lucas Lima. Se houver quem saiba ser vertical, esse problema evapora.

Aliás, o meu desejo para este ano é um só: que cada um faça as suas posições. Chega de médios interiores a extremos, de pontas de lança a vir buscar jogo (de bradar aos céus o pobre do Jackson a ter de conduzir o jogo), de 8s a baixar para pegar na bola.

Central a sair com a bola, ou passa ao 6, que passa ao 8, 10, que distribui para - pelamordedeus - pelo menos 3 jogadores na área.

Aí concordo 100%. O sistema é bom, mas se não tiver velocidade, não vai a lugar nenhum.

E a ver se Hernâni está melhor e Tello não se lesiona. Aproveitar transições de bola é fundamental.

Abraço Azul e Branco,

Jorge Vassalo | Porto Universal

Carrela disse...

Quem vê o jogo fica mts vezes com essa sensação, ou seja, de posse pela posse!
Porque irrita em demasia, estar a torcer para que se chegue mais uma vez à frente para criar perigo e lá vemos um passe lateral (odeio) ou à retaguarda! E é isto que fica na memória! Frustração marca!

Mas os números não mentem... o FCP é/foi a equipa que mais caudal ofensivo criou! No contexto que se sabe.

Pecamos na finalização, foi esse o nosso grande problema, colhemos pouco para o que semeamos em campo!

Quanto à velocidade de execução, acredito que com + 1 ano de maturação a vejamos com maior frequência!
Apesar de no global a nossa % de passe ser boa, houveram muitos jogos/momentos em que se abusou do desacerto no passe!

Também abusamos muito da troca de flanco como solução para penetrar na defensiva do nosso adversário, é necessário encontrar mais soluções no meio, que passe por uma maior dinâmica entre jogadores, com estes a mostrarem-se mais vezes em espaços interiores para receber a bola.
Quintero podia ser uma das soluções, mas como sabemos, sem bola foi sempre menos 1 e a este nível não dá...

Não consigo concordar com o argumento sobre a derrota com o benfica no Dragão. Fizemos 17 remates, contra 6, criamos algumas boas chances de golo, o nosso adversário, foi lá à frente 2 ou 3 vezes e marcou 2 golos, com erros ridículos de nossa parte. Foi azelhice pura acima de tudo.

abraço