quarta-feira, 30 de setembro de 2015

De uma noite à Dragão

Talvez até seja injusto, quando colectivamente uma equipa faz um jogo tão bom, destacar apenas um jogador. Porque, na verdade, se não fosse Casillas na fase inicial, se não fosse a atitude de Maxi, se não fosse o combate de Aboubakar ou o virtuosismo de Brahimi, nada de relevante seria possível. Só que Imbula brilhou mais, às vezes de forma visível, outras vezes de forma visível. Mas foi ele o grande impulsionador do Dragão para uma noite fabulosa da equipa de Lopetegui, a derrotar o Chelsea.
Simplicidade de processos, um toque na bola, velocidade na circulação e boa variação de flancos. Era este o FC Porto inicial, muito menos mastigado do que costuma ser e com paciência suficiente para verificar a circulação inofensiva do Chelsea na sua zona recuada. Esse era o processo primordial do desafio. E os Dragões pareceram confortáveis com isso.
Mesmo que não o estivessem, eram obrigados a isso, pois deixar uma equipa como esta, de Mourinho, com espaço para contra-ataques, é erro crasso. Os Azuis e Brancos viram-no duas vezes e não gostaram. Em ambas, valeu Casillas. Por isso, tinha que ser assim. Dar bola ao adversário para chamar o Chelsea e esperar pelo espaço.
Pelo meio, Lahoz ainda decidiu ser protagonista. Critério demasiado apertado e, muito cedo, lado esquerdo da defesa amarelado, com Indi e Marcano limitados por causa disso. Apostou o Chelsea num jogo mais direccionado para aí, mas sem grandes efeitos. A disciplina táctica do FC Porto fechava bem os espaços e crescia depois, com bola, quando Neves (que jogador!) pegava na bola e quando André vinha ao meio aumentar as linhas de passe e dar liberdade a Maxi na linha.
Na direita nasciam mais investidas, mas da esquerda viria o golo. Brahimi, amante deste palco, mostrou-se mágico, driblou a segurança Inglesa e deixou a baliza à mercê de André. Golo!
Não se contava era com o empate. Com um FC Porto sereno após o golo e confiante, perante um Chelsea numa crise emocional invisível, o tiro de Willian, num livre directo, arrefeceu o Dragão na ida para os balneários.
Só que houve tudo menos depressão por parte dos Azuis e Brancos na palestra de Lopetegui. Ou assim se pode deduzir, já que, se na primeira parte, existiu alguma tremideira inicial, na segunda os índices de concentração foram máximos. O golo de Maicon, logicamente, ajudou, mas não foi só isso. A identidade do FC Porto esteve mais presente que nunca, do relvado à bancada.
A comunhão entre adeptos e equipa esteve, depois, nos píncaros. As bancadas até se poderão ter contido quando Hazard entrou, mas nada que alterasse o rumo crescente da equipa, explosiva na pressão a um adversário que não conseguia ter bola.
O segundo quarto de hora foi de assombro. Que grande prestação Portista! Impulsionados por um enorme Imbula, os Dragões foram em busca do terceiro e estiveram bem mais perto do que o Chelsea de empatar.
No fim, foi preciso sofrer, mas, mais uma vez, o 12.º jogador fez-se notar. A simbiose perfeita para uma grande noite! 

Retirado de zerozero 

Melhor em Campo: Rúben Neves

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