Talvez até seja injusto, quando colectivamente uma equipa faz um jogo tão bom, destacar apenas um jogador. Porque, na verdade, se não fosse Casillas na fase inicial, se não fosse a atitude de Maxi, se não fosse o combate de Aboubakar ou o virtuosismo de Brahimi, nada de relevante seria possível. Só que Imbula brilhou mais, às vezes de forma visível, outras vezes de forma visível. Mas foi ele o grande impulsionador do Dragão para uma noite fabulosa da equipa de Lopetegui, a derrotar o Chelsea.
Simplicidade de processos, um toque na bola, velocidade na circulação e boa variação de flancos. Era este o FC Porto inicial, muito menos mastigado do que costuma ser e com paciência suficiente para verificar a circulação inofensiva do Chelsea na sua zona recuada. Esse era o processo primordial do desafio. E os Dragões pareceram confortáveis com isso.
Mesmo que não o estivessem, eram obrigados a isso, pois deixar uma equipa como esta, de Mourinho, com espaço para contra-ataques, é erro crasso. Os Azuis e Brancos viram-no duas vezes e não gostaram. Em ambas, valeu Casillas. Por isso, tinha que ser assim. Dar bola ao adversário para chamar o Chelsea e esperar pelo espaço.
Pelo meio, Lahoz ainda decidiu ser protagonista. Critério demasiado apertado e, muito cedo, lado esquerdo da defesa amarelado, com Indi e Marcano limitados por causa disso. Apostou o Chelsea num jogo mais direccionado para aí, mas sem grandes efeitos. A disciplina táctica do FC Porto fechava bem os espaços e crescia depois, com bola, quando Neves (que jogador!) pegava na bola e quando André vinha ao meio aumentar as linhas de passe e dar liberdade a Maxi na linha.
Na direita nasciam mais investidas, mas da esquerda viria o golo. Brahimi, amante deste palco, mostrou-se mágico, driblou a segurança Inglesa e deixou a baliza à mercê de André. Golo!
Não se contava era com o empate. Com um FC Porto sereno após o golo e confiante, perante um Chelsea numa crise emocional invisível, o tiro de Willian, num livre directo, arrefeceu o Dragão na ida para os balneários.
Só que houve tudo menos depressão por parte dos Azuis e Brancos na palestra de Lopetegui. Ou assim se pode deduzir, já que, se na primeira parte, existiu alguma tremideira inicial, na segunda os índices de concentração foram máximos. O golo de Maicon, logicamente, ajudou, mas não foi só isso. A identidade do FC Porto esteve mais presente que nunca, do relvado à bancada.
A comunhão entre adeptos e equipa esteve, depois, nos píncaros. As bancadas até se poderão ter contido quando Hazard entrou, mas nada que alterasse o rumo crescente da equipa, explosiva na pressão a um adversário que não conseguia ter bola.
O segundo quarto de hora foi de assombro. Que grande prestação Portista! Impulsionados por um enorme Imbula, os Dragões foram em busca do terceiro e estiveram bem mais perto do que o Chelsea de empatar.
No fim, foi preciso sofrer, mas, mais uma vez, o 12.º jogador fez-se notar. A simbiose perfeita para uma grande noite!
Retirado de zerozero
Retirado de zerozero
Melhor em Campo: Rúben Neves
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