segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Daquelas vitórias

Na antevisão a esta partida, tínhamos falado que era tudo uma questão de crença. E foi. Foi na raça dos dragões e na entrega na reta final que o jogo frente ao Moreirense foi virado. Uma enorme dificuldade que aconteceu também muito por mérito da excelente estratégia de Miguel Leal, que merecia mais pelo atrevimento.
Como que adormecidos, os dragões praticamente entraram a perder (outra vez). Postura macia da defensiva, mas também claro mérito de Miguel Leal. Ao contrário do que é normal em equipas que se fecham mais frente aos grandes, as transições não eram apenas feitas pelo trio da frente. Os laterais também tinham parcipição ativa e esse foi o segredo.
Atente-se ao golo inaugural e à enorme dose de mérito que Evaldo tem na investida, que depois Iuri Medeiros concretizou. A nu estavam as debilidades de uma equipa que voltou a trocar a dupla de centrais (disso, Peseiro não tem culpa) e que tornou a deixar um enorme espaço livre entre o centro e a lateral da defesa.
Maxi não esteve bem nesse capítulo, tal como não estiveram os jogadores do outro lado quando Vítor Gomes fez o segundo, a agudizar um sentimento de descrença do Dragão. Se houve (muito) mérito para os cónegos, não houve menos demérito para os azuis e brancos. Um demérito que esteve sobretudo no meio-campo (Danilo a mais, Herrera e André André a menos), mas que se estendeu às bancacas: mesmo que os adeptos sejam soberanos, porquê, ainda na primeira parte, intranquilizar ainda mais uma equipa a quem as coisas não estavam a sair bem?
Se o lateral uruguaio não tinha estado bem no primeiro golo, a sua ação foi, depois, vital para voltar a ligar a equipa. Foi ele que investiu para cavar o penálti e foi ele que devolveu a equipa ao jogo e os adeptos à atitude positiva.
Mas também não esquecer Suk. O coreano precisa de ser mais letal, mas demonstra muita qualidade a vir buscar jogo atrás para depois catapultar o jogo pelos extremos - Brahimi e Corona é que não souberam dar sequência.
Por fim, é obrigatório enaltecer Casillas. E, aqui, já falamos da segunda parte e de 15 excelentes minutos do Moreirense, que poderia claramente ter sentenciado a partida. Outras vez a defesa portista a dormir, outra vez as transições dos cónegos a revelarem muita qualidade e... outra vez Casillas imperial entre os postes.
Só que, se na Luz as suas intervenções foram acompanhadas de golos, agora nem tanto. O regresso dos portistas dos balneários foi claramente mau, Danilo e Layún falharam como não é costume, Herrera e Brahimi mantiveram o divórcio com a plateia. Tudo parecia correr mal.
Há um momento capital: quando José Peseiro decide tirar Chidozie e lançar Marega. André André saiu da linha (não faz sentido aí jogar contra blocos baixos) e o miolo ganhou agilidade, até porque Evandro se soltou da marcação de um João Palhinha muito competente.
Marega, apesar de não estar bem na finalização, deu força no último terço e o resto desenvolveu naturalmente. Com os jogadores vieram os golos, com os golos (de Suk e Evandro) vieram os adeptos e, de repente, o cenário mudava radicalmente e o Dragão respirava uma simbiose que parecia perfeita.
O triunfo, muito suado, deixa a equipa na rota do título. Mesmo que exista ainda muito a corrigir e o tempo, já se sabe, quase não existe. 

Retirado de zerozero 

Melhor em Campo: Suk

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