segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Vencer foi o mais importante

Eliminação europeia esquecida, o FC Porto voltou ao dia a dia da Liga com um triunfo tão importante quanto difícil no Estádio do Restelo, por 2x1. Uma entrada afirmativa e um Belenenses demasiado errático na primeira parte abriram caminho aos três pontos para os portistas, que assim sobem à condição ao segundo lugar, em igualdade pontual com o Benfica.
José Peseiro mexeu em várias peças em relação à derrota caseira frente ao Borussia Dortmund e foram duas dessas «caras novas» que abriram a torneira no Restelo, ainda dentro da primeira dezena de minutos. Suk, que entrou para a posição de Aboubakar, ganhou no duelo físico com Gonçalo Silva e Brahimi, oportuno, chegou-se à frente para bater Ventura aos nove minutos.
O internacional argelino, que começou no banco frente aos alemães, foi o fator «X» no jogo do FC Porto. Desamarrado da linha, onde frequentemente se desliga dos movimentos da equipa, apareceu quase sempre pelo meio e no apoio ao sul-coreano; e perante um setor defensivo tão instável como o do Belenenses, isso fez estragos.
E o que dizer do 0x2? O lance é construído por André André e Maxi Pereira na direita; o uruguaio tira o cruzamento em esforço e Tonel, completamente sozinho, cabeceia para a própria baliza, batendo Ventura. Um lance, no mínimo, infeliz do defesa central português que acabou por dilatar uma vantagem já de si justa do FC Porto, aos 18 minutos.
Não há ideia de jogo que resista a uma entrada tão catastrófica. O Belenenses mostrou sempre argumentos interessantes no momento ofensivo, onde Bakic e Juanto se evidenciaram. Mas seria de Carlos Martins a melhor ocasião dos lisboetas na primeira parte, quando aos 29 minutos atirou ao poste, na sequência de um livre direto.
Mas depois havia aquela tremedeira defensiva, que só não deu novo golo portista aos 30 minutos porque Fábio Nunes desviou na «Hora H» um remate de Brahimi depois de um lance tirado a papel químico do 0x1. Na resposta, Juanto ameaçou Casillas, mas o guardião portista sacudiu com segurança.
Julio Velázquez não esperou pelo avançar dos minutos para procurar mudar o paradigma do encontro. Deixou o azarado Tonel no balneário ao intervalo e lançou Miguel Rosa, que surpreendentemente tinha começado no banco. Se defensivamente as coisas continuaram instáveis (Suk, aos 46' e 57', e Herrera aos 61' tiveram boas ocasiões), ofensivamente a equipa cresceu, porque mudou.
Rosa passou para a linha e Bakic posicionou-se mais no meio e, de repente, Danilo e André André passaram a ter problemas. E à passagem da hora de jogo, o golo do Belenenses, num lance que poderia constar num manual de bom futebol. Bola do meio para a direita, passe atrasado de André Geraldes para o «coração pulsante» da área onde Juanto apareceu a rematar sem hipóteses para Casillas.
Era o prémio para um excelente Belenenses, que ao intervalo soube perceber onde estava a estagnar para regressar diferente e bem mais ameaçador. E foi então que Casillas se elevou a homem do jogo. Em dois momentos consecutivos (71' e 72') apareceu em grande a negar os golos a Miguel Rosa e André Geraldes. O FC Porto tremia, Casillas não.
E foi por aí que se manteve a vantagem do FC Porto, que a poucos minutos dos 90 ainda teve uma má notícia: Brahimi sofreu uma lesão muscular e teve de sair. Quanto ao Belenenses, pode ter ficado sem pontos na conta, mas pela segunda parte merece uma ovação de pé, porque foi assim que caiu.

Retirado de zerozero 

Melhor em Campo: Iker Casillas

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