segunda-feira, 30 de maio de 2016

Até que foi um bom treino

Portugal derrotou, este domingo, a Noruega por 3x0, no Estádio do Dragão, num encontro de preparação para a fase final do Campeonato da Europa de futebol. Ricardo Quaresma, Raphael Guerreiro e Éder apontaram os golos da seleção nacional.
 
Ainda nem tudo o que brilha é ouro na seleção portuguesa, mas no primeiro de três ensaios antes do primeiro jogo a doer em França houve sinais positivos. Compreensão da ideia de jogo, dinâmica ofensiva e... Quaresma. Três pontos que Portugal mostrou estar a afinar com promessas interessantes. O extremo, que não deve ser titular na ideia base de Fernando Santos, foi o ponto de criação de uma equipa quase sempre cerebral e a manter este nível é um caso sério para o selecionador.
 
É claro que o golo, aos 13 minutos, é daqueles que fica na retina. Uma arte «À» Quaresma em pleno Dragão. Finta para fora a tirar do caminho o oponente e depois, da esquina da área, um remate em arco que Rune Jarstein só acompanhou com os olhos. Uma obra de arte a dar vantagem a uma equipa que tinha começado com atitude mas que lá para o quarto de hora já começava a abusar nos passes falhados.
 
E serve o tópico para apontar alguns dedos. O meio-campo, onde a qualidade abunda à vista desarmada, ainda está em fase de testes. William esteve sóbrio na missão defensiva mas falhou mais vezes do que desejado na hora de lançar o ataque; Moutinho ainda está à procura de si próprio, embora a bola dali saia sempre jogável. Mas foi André Gomes o “menos” da noite. Se a intenção era agarrar um lugar no onze com vista à Islândia, falhou. Macio, lento e errático no passe, o médio do Valencia foi uma tremenda desilusão.
 
Ao contrário de Éder, o «patinho feio» desta seleção. Assim que tocou na bola pela primeira vez, o Dragão aplaudiu-o; e foi sempre assim em todas as ações do avançado que acabou por corresponder. Útil na hora de tabelar, deu trabalho aos nórdicos e aos 14 minutos esteve mesmo a centímetros do golo. Golo que chegou mesmo ao minuto 70, com Éder em zona de «matador» a finalizar um cruzamento de João Mário. Com confiança e carinho, Éder pode ser uma mais-valia.
 
A verdade é que entre algumas boas promessas deste Portugal em versão beta, o jogo luso também teve, em muitos momentos, problemas visíveis, sobretudo no equilíbrio defensivo. É certo que Ricardo Carvalho, o senhor veterano, esteve impecável, mas o companheiro de eixo nem por isso. José Fonte mostrou algumas fragilidades que fazem antever uma dupla Carvalho/Pepe no jogo um do Europeu. Aos 32', o defesa do Southampton desorientou-se por completo e só uma defesa enorme de Anthony Lopes negou o golo a Joshua King.
 
De uma noite onde Renato Sanches foi um dos mais ovacionados... no Dragão, destaque para o belíssimo golo de Raphael Guerreiro, aos 65 minutos. O lateral - que parece ter definitivamente ganho a corrida a Eliseu - bateu um livre de forma sublime; na gaveta. Fernando Santos cumpriu a promessa e lançou todos os jogadores de campo disponíveis, com Adrien Silva a aproveitar para mostrar que não encaixava nada mal neste modelo de jogo.

Retirado de zerozero

Melhor em Campo: Adrien Silva

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