sexta-feira, 29 de julho de 2016

Crónica de Mal Dizer

Quem me conhece sabe que gosto mais de comentar as peripécias laterais do futebol do que falar das “linhas de passe”, da “chegada de uma nova estrela”, ou da “falta de empenho”. Não quero ficar mal da consciência, vou abrir uma exceção, e mandar uns bitaites (que saudades Hernâni Gonçalves) sobre o que vi nos jogos de preparação contra bons clubes europeus talvez para nos habituarmos à Champions, cujo play off está aí à porta.
 
Começando de trás para a frente queria lamentar mais uma vez que o nosso Helton não tenha tido uma despedida condigna com o seu portismo quando, afinal, não vejo melhor. Casillas tem-se revelado inseguro, não sai a um cruzamento, e quando sai não acerta na bola. Sobre o outro guarda-redes espanhol do qual diziam maravilhas vai para o Villarreal! Deve ter trazido bilhete de ida-e-volta.
 
Como os centrais não valem um charuto (apenas Chidozie poderá ser uma promessa futura) continuo à espera de, pelo menos, um central que entre de caras. Nas laterais não vejo nada de especial em Alex, e não achei graça nenhuma à brincadeira do Nuno colocar o Varela a “defender”. Que grande buraco que se abriu nas suas costas! O lugar é de Maxi que tem sido pouco aproveitado em relação ao que fazia no clube da treta. Mais à frente, e por agora sem Danilo, continuamos sem alternativa. Rúben Neves poderá ser um dos 3 médios, nunca um número 6 a menos que numa emergência de dois trincos.
Para uma linha média à séria, continuamos sem número 8 e número 10. Andam por lá meia dúzia de jogadores dos quais se poderão extrair os 3 ou 4 para o meio-campo (conforme se jogue em 4-3-3 ou 4-4-2) mas continuo com muitas dúvidas quanto à eficácia do Trio Los Panchos (Herrera incluído) não porque sejam maus jogadores, mas porque nenhum deles, e muito menos os três ao mesmo tempo, conseguem uma exibição aceitável durante todo o jogo. Ponta-de-lança não existe e extremos puros… vou ali e já venho.
Como teremos que aproveitar a lenha disponível pareceu-me bem o 4-2-3-1 da segunda parte contra o Vitesse, sobretudo Bueno no apoio a André Silva. Agradável surpresa (nunca o tinha visto jogar no Liverpool) foi João Teixeira. Parece-me então que de entre Rúben Neves, João Teixeira, Corona, Bueno, e André André sairão os 3 lugares do meio, e lá da frente Herrera, Brahimi e Octávio poderão alternar como alas. O resto é paisagem.
 
Com a espanholada a ir de vela aos poucos a coisa pode ficar mais interessante do que nas duas últimas épocas de má memória. Vamos confiar no trabalho do Nuno (a equipa está mais subida, faz pressão alta, troca mais a bola, e tem sempre a baliza com objetivo). Parece-me bem. 
 
Para a Sad um conselho. Se forem comprar alguém (o que não acredito) tem que ter muito cuidado. Para evitar os barretes dos últimos tempos devem ter sempre “um olho no burro e outro no cigano” (leia-se: no empresário). Anda por aí muito barrete. 
 
Acaba aqui a minha modesta análise. Há excelentes comentadores nos blogues portistas da Bluegosfera não preciso de estar a preocupar-me. Saio das 4 linhas de consciência tranquila e volto a comentar aspetos externos (Contas, Regulamentos etc.) com as minhas crónicas.
 
No próximo episódio: a ADOP contínua de rastos

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