segunda-feira, 12 de março de 2018

Quando o querer não chega

imagem retirada de zerozero
Confesso que ao ver esta derrota do Futebol Clube do Porto em Paços de Ferreira me fez recordar o empate em Moreira de Cónegos. Nem sempre o querer chega. Há que jogar para s vencer e a verdade é que hoje os azuis e brancos não jogaram absolutamente nada. Ou melhor, para ser mais preciso tenho de dizer que os portistas não jogaram nada na primeira parte e quando se lembraram que tinham de jogar à bola já estavam a perder por uma bola a zero diante de uma equipa que, para o bem e para o mal, “jogou com as suas armas”.

Mas o culpado maior desta derrota é, sem sombra de qualquer dúvida, Sérgio Conceição. Apostou mal no onze inicial da equipa portista, não soube – nunca – tranquilizar os seus jogadores quando estes mais precisaram e nas substituições foi um tremendo desastre… Tirar um avançado (Waris) para fazer entrar um médio (Otávio) e mais tarde tirar um médio (André André) para colocar em campo um avançado (Gonçalo Paciência) nem no famoso FM se admite. E já agora, qual o problema que impede Oliver Torres de jogar? È preferível jogar-se com um André André que não fez absolutamente nada que se aproveitasse enquanto esteve em campo?

É muito por isto que não partilho, na totalidade, da crítica de Sérgio Conceição sobre a prestação do árbitro Bruno Paixão. É verdade que o FC Paços Ferreira fez anti jogo, mas a também é verdade que este anti jogo de que o Sérgio se queixa (e que parece ter “contagiado” a mente de muitos portistas) só se tornou uma realidade depois de a equipa da casa se ter colocado em vantagem no marcador. Até lá não houve anti jogo algum da parte do Paços. A verdade é que até chegar ao golo, a equipa pacense chegou a ter momentos em que “abafou” o futebol dos Dragões.

Agora não há que entrar no “jogo do oito ao oitenta e vice-versa”. Após esta derrota no Estádio Capital do Móvel a vantagem pontual para do FC Porto o segundo classificado é agora de dois pontos. Não deixa de ser uma vantagem. É esta a mensagem que treinador, plantel, dirigentes e adeptos portistas tem de fazer passar. E se puderem adicionar o sério aviso de que o campeonato só termina lá para os fins de Maio e de que nada está – ainda – ganho era importante.

MVP (Most Valuable Player): Felipe. Foi o “menos mau” de um onze que não soube nunca encontrar-se de forma a impor o seu futebol. Tal como todos os restantes colegas, Felipe teve momentos em que parecia um amador, mas a sua coragem e vontade de dar tudo por tudo até ao apito final destacam-no como o MVP desta partida.

Chave do Jogo: Até que poderia dizer que esta apareceu mal Bruno Paixão apitou para o arranque da partida, mas o golo dos pacenses acabou por ser a “verdadeira” chave do jogo que fez com que a vitória pendesse para os lados dos da casa.

Arbitragem: Bruno Paixão é um árbitro que, fisicamente, tem dificuldades para acompanhar um jogo fluido e corrido, por isso protege-se com sucessivas paragens, conversas e tretas que não ajudam ao espetáculo. É um estilo muito difícil de gostar e de concordar. Ainda assim, nada a dizer nos lances capitais.

Positivo: Nada a apontar.

Negativo: Sérgio Conceição. Mais do que o anti jogo e da passividade de Bruno Paixão perante tal. Sérgio foi o principal responsável pela derrota de hoje por tudo aquilo que não fez quando a sua equipa precisou.

Artigo publicado no blog o gato no telhado (11/03/2018)

4 comentários:

Gil Lopes disse...

Boa noite

Derrota inesperada, ate pela fase decisiva em que esta o Campeonato.

Depois, vai sendo mais que tempo de o treinador Sérgio Conceição perceber que se usar sempre o mesmo sistema táctico 424, mas com jogadores piores do que os originais, algum dia a corda parte.

E por isso concordo em absoluto com o Post que escreveu no pos-match.

Este 424 com Sérgio Oliveira e André André no miolo, num relvado destes, com este padre e com o anti-jogo do Paços deu na 1ª derrota.

Imerecida, pois fizemos mais do que o Paços para ganhar, mas nem sempre vence o melhor.


Agora, digo-o claramente, se o Oliver não vai sequer para o banco num jogo destes, então porque esta no FCPORTO?

O que eu vi do André André no jogo em Liverpool e neste jogo foi mau demais, e se o jogador vem de lesão, logo paragem, porque não jogam os que estão bons?

Recordo também que não percebi porque jogou Aboubakar em Liverpool em vez do Paciência que tinha estado bem contra o Sporting...

Vi neste jogo varias más opções dos médios, sempre a quererem jogar de 1ª, sem olharem o jogo e perceberem qual a melhor opção, com isso a 1ª parte do jogo foi deitada fora, ainda por cima sofremos 1 golo.

Na 2ª parte saíram os que não se enquadraram, Waris, André e Corona, melhoramos um pouco, mas a ansiedade da equipa foi madrasta na hora de decidir os melhores passes, os melhores remates, e saiu tudo furado num jogo onde no mínimo deveríamos ter empatado.


Digo-o desde Janeiro, mesmo num 424 temos de melhorar a qualidade de jogo.
E depois não podemos ter tantas lesões musculares (que se devem em parte a alta intensidade do nosso jogo e forma de jogar), aspecto a rever.

Quero aqui relembrar a forma como Herrera viu amarelo no jogo em casa contra o Sporting.
Foi num lance em que perto do fim, dos 90m., efectuamos um contra-ataque de 5 para 4, onde se decidiu mal na área adversaria, Sérgio Oliveira não consegue parar o jogador que perto da área do Sporting recupera a bola e tem de ser Herrera (ali a uns 10 m. da area, descaído sobre o meio campo do lado direito a fazer uma falta), vê o amarelo e falha este jogo onde perdemos e onde tanta falta nos fez...

Teríamos perdido igual?
Nao sei, mas esta forma de jogar também dá nisto...
Em não saber controlar os jogos...


Recuperar os lesionados e fundamental...

Cumprimentos Portistas, Gil Lopes

eumargotdasilva disse...

Não concordo muitas vezes com o que escreves, mas não costumo comentar; hoje sim.
Então, achas que antes do golo não houve anti-jogo? os gajos atirarem-se para o chão com a maior das mis-en-scene, a qualquer sopro, não é anti-jogo ? Demorarem a repor a bola, o guarda-redes rolar no solo com a bola, como se estivesse a enrolar-se no edredon, não é anti-jogo ?
E, não houve um árbitro a pactuar com isso desde o primeiro momento ?
As chamadas armas deles, foram-lhes oferecidas para este jogo, porque dava jeito a terceiros.
Não podemos ter esta ligeireza em relação às outras equipes.
Isto é o futebol em portugal e há algo muito estragado nisto.

Pedro Silva disse...

Boa tarde.

Gil, já há muito que venho dizendo que esta forma de estar do FC Porto (sempre com o "modo cavalaria" ligado) nem sempre resulta. Por vezes há que ter a capacidade de se gerir os vários momentos do jogo. Jogar em posse a um ritmo mais baixo quando o jogo assim o exige é uma necessidade. Especialmente quando se tem ao dispor um plantel com poucas opções e as lesões são mais do que muitas.

SC tinha a obrigação de ter preparado melhor a equipa para este embate de Paços de Ferreira. Por tudo o que escrevi antes e porque já se sabia que se ia...

Pedro Silva disse...

margot, o que eu vi foi um Paços a jogar e um FC Porto a ver jogar até ter sofrido o golo. E não fui o único a ver tal.

O anti jogo, para o bem e para o mal, faz parte do futebol. As equipas ditas mais pequenas recorrem a tal quando defrontam uma equipa mais forte. Cabia a Sérgio Conceição ter feito o que lhe competia para ter dado a volta a tal. Não o fez e fica-lhe mal vir-se desculpar com o anti jogo do Paços. Até parece que o Sérgio nunca treinou uma equipa "pequena". O mesmo se aplica, ipsis verbis, a Bruno Paixão.

Agora se a margot me disser que uma crassa maioria das equipas ditas "pequenas" do nosso campeonato só se lembram do anti jogo quando defrontam o FC Porto, a história é outra. E estamos de acordo. Algo vai mal no nosso futebol.