domingo, 3 de junho de 2018

Até que não foi mau

imagem retirada de zerozero
Primeiro que tudo há que dizer que gostei bem mais desta prestação da nossa equipa do que aquela que tive oportunidade de ver diante da Tunísia. Portugal empatou a zero, é um facto, mas mostrou algo que diante da equipa africana não tinha mostrado: consistência defensiva e capacidade de sair em transições rápidas. Face a tal apraz-me dizer que a equipa de Fernando santos parece estar a evoluir, mas não vou “embandeirar em arco” e muito menos entrar no discurso do “vamos ganhar” que muito comentador televisivo e radiofónico se esforçou por divulgar. Vamos indo e vamos vendo.

Quanto ao jogo em si, vendo aquilo que a Bélgica produziu, acredito que esta partida tenha servido mais para preparar a Equipa de Todos Nós para o jogo com Marrocos do que o da estreia diante da selecção espanhola. A equipa belga apostou no seu habitual futebol muito físico e na famosa “armadilha” do fora de jogo. Portugal entrou em campo com a ideia de apostar na velocidade de execução de um meio campo que procurou – raras vezes - apoiar uma frente de ataque muito móvel onde Gélson Martins foi o que mais se destacou. A ideia de Fernando Santos até que era boa, mas faltou uma aplicação prática muito mais eficaz. O mesmo é dizer que a Bélgica foi mais forte do que a nossa selecção. Até à recta final da primeira parte vi a Bélgica a dominar a partida sem no entanto ter sido brilhante durante este período. Portugal apenas conseguiu mostrar o seu futebol nos 10/15 minutos finais da primeira parte onde teve, inclusive, uma enorme oportunidade de golo nos pés de Gonçalo Guedes (salvo erro).

A segunda parte foi mais atípica e muito equilibrada. E é natural que tenha sido assim pois ambos os selecionadores optaram por fazer entrar em campo as opções que tem ao seu dispor no banco de suplentes, e com isto “quebraram” um pouco o ritmo de uma partida que não foi muito elevado. Apesar de tudo foi a Bélgica quem teve a maior oportunidade de golo desta segunda parte, mas o Guardião Beto mostrou que podemos contar com ele caso Rui Patrício não esteja no seu melhor.

Segue-se agora um último jogo de preparação no Estádio da Luz antes da partida para a Rússia para se disputar o Mundial. Nesta altura Fernando Santos já poderá contar com o “plantel” completo. Vai ser interessante ver como vai Portugal jogar diante de uma “matreira” Argélia.

MVP (Most Valuable Player): João Mário. Mais um bom jogo do internacional português. Pelo menos enquanto este teve forças para explanar o seu futebol. Pessoalmente não gosto de ver o João Mário encostado a uma das faixas do ataque luso, mas a verdade seja dita que este esteve muito bem no desempenho desta sua função. As suas diagonais foram sempre um perigo constante para a linha defensiva belga. Vamos a ver se esta boa forma de João Mário se mantenha durante o Mundial.

Chave do Jogo: Inexistente. Não obstante ambas as equipas terem criado oportunidades para fazerem com que a vitória lhes sorrisse, a verdade é que nenhuma delas não conseguiu criar um lance que fizesse com que a vitória pendesse para o seu lado.

Arbitragem: O experiente Viktor Kassai dirigiu o jogo sem grandes problemas.

Positivo: Bernardo Silva. Qualidade de passe e uma visão de jogo fabulosa. Tivesse tido um pouco de mais sorte e empenho na hora de rematar à baliza e o Bernardo teria sido o MVP desta partida.

Negativo: Jogar 10/15 minutos. È verdade que estamos a falar de um jogo de preparação, mas isto de “jogar à bola” somente 10/15 minutos da primeira parte não é nada. 
 
Artigo publicado no blog o gato no telhado (02/06/2018)

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