
Portugal e Espanha encontraram-se na Cidade do Cabo, no Estádio Green Point, e a Selecção Nacional acabou por perder por 1 x 0. Depois de uma primeira parte equilibrada, apesar de uma maior percentagem de posse de bola para os Espanhóis, nos segundos 45 minutos Portugal entrou bem, mas acabou por sofrer um golo de Villa que foi determinante para o futuro de ambas as equipas na competição.
Carlos Queiroz escalonou uma equipa composta até ao meio campo pelos mesmos jogadores que defrontaram o Brasil, mantendo assim Ricardo Costa na lateral direita. No trio mais ofensivo, saídas de Danny e Duda para entradas de Simão e Hugo Almeida.
A Espanha manteve o seu 11 tipo, com Villa e Fernando Torres na frente de ataque da Selecção de Del Bosque. Curiosamente 14 dos 22 jogadores em campo actuam actualmente na Liga Espanhola, 10 na Selecção Espanhola e 4 na Portuguesa.
O jogo começou com oportunidades para a Selecção Espanhola, ambas do lado esquerdo do ataque, primeiro logo aos 2 minutos com Fernando Torres a tentar surpreender Eduardo, e com o guardião português a ter bastante dificuldade em defender o remate de «el niño». Poucos minutos volvidos David Villa remata cruzado, com Eduardo a ser chamado novamente a intervir.
Num jogo de muitos reencontros, com Pepe e Ronaldo a encontrar em campo Casillas, Sergio Ramos e Xabi Alonso, companheiros de equipa no Real Madrid, a Selecção Portuguesa começou depois a equilibrar a partida e a conseguir criar perigo junto da baliza Espanhola.
Primeiro foi Tiago a rematar de fora da área, com Casillas a defender com bastante dificuldade com a segunda bola quase a sobrar para Hugo Almeida. Estavam decorridos 21 minutos e este lance marcou uma alteração na partida. Aos 28 minutos Cristiano Ronaldo tentou marcar um livre de longa distância que obrigou Iker Casillas a fazer uma defesa incompleta, mas nenhum jogador Português conseguiu emendar.
O tempo passou e Portugal mantinha uma boa postura, com o tempo que decorreu entre o minuto 39 e o 43 a oferecer mais duas boas oportunidades. Hugo Almeida tentou responder de cabeça a um cruzamento da esquerdo na primeira oportunidade, para depois Tiago, também de cabeça, chegar mais alto que Puyol, mas a cabecear ao lado.
No segundo tempo Portugal entrou bem na partida, voltou a criar oportunidades, mas uma dupla substituição mexeu com o jogo. Na Selecção Espanhola saiu Fernando Torres e entrou Llorente, avançado alto e possante do Athletic Bilbao, enquanto do onze nacional Carlos Queiroz preteriu Hugo Almeida para fazer entrar Danny.
Portugal começou a defender numa espécie de 4x5x1, mas poucos minutos volvidos a influência de Fernando Llorente fez-se sentir, combinando com Xavi que de primeira isola David Villa. O novo avançado do Barcelona fez um primeiro remate que Eduardo defendeu (mais uma das excelente intervenções do Guarda-redes do Braga), mas na recarga de novo Villa não perdoou.
A Selecção sentiu muito o golo, deixou de jogar como equipa e a Espanha controlou o jogo a partir daí. Se a posse de bola na primeira parte não significou um claro ascendente da Selecção Campeã Europeia, já a partir do golo de Villa a mesma posse de bola tinha um significado diferente.
Era uma posse de bola que não deixava Portugal atacar, era uma posse de bola que permitia aos Espanhóis repousarem e gerirem os ritmos, era uma posse de bola que fazia os minutos avançarem muito depressa.
E o tempo correu a uma velocidade louca até aos 90 minutos, até ao minuto final em que o Árbitro Argentino Baldassi assinalou o fim do jogo e do sonho Luso. Uma despedida com mágoa, depois de boas oportunidades (a Espanha também as teve mas Eduardo respondeu sempre muito bem), mas com a importância de perceber que a Espanha é realmente uma Selecção muito forte, com uma capacidade extraordinária de ter bola, de a fazer circular por toda a equipa com uma paciência não habitual no Futebol.
Carlos Queiroz analisou a questão pelo prisma de uma Espanha muito competente, fortíssima na manutenção de bola, e que o golo de Villa veio trazer ao de cima esse "tiqui-taca" tão característico do Barcelona e da Selecção Espanhola.
Portugal fica pelos Oitavos de Final com o saldo de uma vitória, dois empates e uma derrota, com o pecúlio de sete golos marcados e apenas um sofrido. Destaques individuais ao longo de toda a competição para Eduardo e Fábio Coentrão, para Tiago e Raul Meireles a espaços e para uma dupla de centrais que mais uma vez deixou uma excelente imagem de uma linhagem já longa de referências nessa posição.
Portugal perde ao fim de 20 jogos, Eduardo perde pela primeira vez com a camisola da Selecção, a equipa sofreu golos pela primeira vez na prova. Recordes negativos, mas que atestam bons resultados num passado recente depois de dificuldades em garantir o apuramento para o Mundial.
Melhor em Campo: Eduardo