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quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Querida Federação

O conhecido blogue do amigo Antonio Boronha depois da nossa participação no mundial tem trazido à colação o tema da responsabilidade de Gilberto Madaíl na manutenção de Carlos Queiroz no cargo de seleccionador nacional. Paralelamente, o autor do Blogue estabelece um paralelismo entre outro Campeonato do Mundo, o da Coreia/2002 onde, lembre-se, o Seleccionador era António Oliveira. Para aqueles menos recordados, o caso conta-se em 2 palavras: AB era vice-presidente da FPF e, perante determinados comportamentos menos profissionais de António Oliveira, fez um relatório demolidor que entregou a Gilberto Madaíl. Perante o espanto geral o senhor Madaíl não só não despediu com justa causa o então seleccionador nacional, como ainda lhe pagou uma vultosa indemnização por rescisão unilateral do contrato.

Não conheço nem nunca falei pessoalmente com António Boronha. Apenas me limito, de quando em vez, a fazer uns comentários aos artigos que ele coloca no seu excelente blogue. Em abstracto nada me move contra Carlos Queiroz. Nem contra António Oliveira. Certamente que ambos, sabem bastante de futebol. Já não tenho a mesma certeza sobre se Queiroz consegue colocar na cabeça dos jogadores a táctica ideal. Mas alguma coisa me diz que AB sabe mais destas vidas da FPF, a dormir, do que os comentadores televisivos todos, acordados. Primeiro, porque ando por cá há uns bons anos, sou espectador atento do futebol e, sempre tive dele, uma memória de pessoa íntegra e honesta. Depois porque, de facto, as anormalidades relatadas naquele que ficaria conhecido como o Relatório Boronha, foram suficientemente graves para terem ficado escondidas do grande público.

Vamos por partes. Não tenho elementos suficientes para analisar o contracto de Gilberto Madaíl com António Oliveira. Presumo que uma Federação, ainda por cima, à época considerada de Utilidade Publica, deveria ter da parte, não só dos companheiros de Direcção, mas naturalmente da tutela, a atenção necessária para obviar aos habituais disparates cometidos nestes organismos que, como é conhecido, rolam um pouco ao sabor dos interesses daqueles que por lá se vão instalando. Também não conheço, os pormenores do actual contracto com Carlos Queiroz. Naturalmente este, e bem, colocou as exigências que entendeu, à outra parte que aceitou. Questiona-se agora que, para eventualmente se rescindir o contrato com o Seleccionador, o valor indemnizatório seria bastante elevado e, pasme-se, até desconhecido da Direcção. O ”argumento” que o Presidente da FPF é um órgão autónomo, compete-lhe contratar o pessoal técnico, e não tem que dar cavaco aos outros dirigentes, não colhe.

Vamos ver o que dizem os estatutos. No artigo trigésimo, as funções do Presidente, lá diz no Ponto UM alínea e) - Contratar e gerir o pessoal ao serviço da Federação Portuguesa de Futebol. Se quaisquer dúvidas houvesse, temos na alínea l) - Propor à Direcção da Federação Portuguesa de Futebol a nomeação e exoneração dos elementos integrantes dos órgãos técnicos permanentes da Federação Portuguesa de Futebol; etc.

No artigo trigésimo terceiro, que regula as competências da Direcção, pode ler-se no ponto UM alínea J) Contratar e exonerar o Seleccionador Nacional e restante equipa técnica por proposta do Presidente; … etc


Ou seja: admitindo que o Presidente é o primeiro responsável na escolha do Seleccionador, não cabe na cabeça de ninguém pensar que os restantes 16 elementos da Direcção, não tenham pormenores dos contratos. Se a prestação da nossa Selecção, dum ponto de vista meramente desportivo, cumpriu os objectivos (a qualificação para os oitavos de final), pese embora assinaláveis erros tácticos, parecendo estarem todos muito satisfeitos com aquela prestação, já do ponto de vista puramente comunicacional deixou muito a desejar. Desde o ainda não explicado caso Nani, até às recentes declarações de Queiroz ao jornal SOL, passando pelas birras de Deco e Cristiano Ronaldo, a Direcção da FPF e o seu Presidente em particular, não podem deixar de tirar as devidas ilações destas atitudes, no mínimo, irreflectidas. Recorde-se que dentro de poucas semanas começa a fase de apuramento para o Europeu e, quanto a mim, (estou a escrever às 02:00 do dia 13 de Julho) se bem conheço estes senhores, vão reiterar a confiança em Carlos Queiroz.

Facto importante a salientar é que os actuais órgãos Sociais da FPF, estatutariamente, terminam o seu ciclo no final de cada Mundial não sendo ainda conhecidos eventuais candidatos a ocupar aquela estrutura. Outro ponto não menos importante é a da não adequação da FPF ao Regime Jurídico das Federações Desportivas que há muito deveria ter entrado em vigor o que pode levar a que, com a passividade incompreensível dum secretário de estado continuem estes mesmos senhores a vegetar por mais algum tempo na nossa querida Federação.

Até para a semana

domingo, 11 de julho de 2010

O Ovo de Colombo

Reza a Lenda do Ovo de Colombo que numa certa ocasião, após o grande feito da descoberta da América, Cristóvão Colombo foi convidado para participar num banquete. Neste mesmo banquete, um dos presentes, com ciúmes do glamour de Colombo, fez a seguinte pergunta:

- "Se você não tivesse descoberto a América, será que outro o teria feito? Até porque existem outros Homens em Espanha que poderiam fazê-lo."

Colombo, longe de se exaltar, não respondeu directamente à pergunta, mas propôs um desafio aos presentes. Pegou num ovo de galinha e desafiou todos os que estavam ali a colocar o dito ovo em pé sobre uma das extremidades. O desafio foi bem aceito dado que todos estavam ansiosos por desacreditar Colombo. Mas ninguém o conseguiu fazer… Após algum tempo, Colombo pegou no ovo e bateu levemente com este na mesa até que a casca se quebrasse em baixo, e com esse achatamento, foi simples colocá-lo de pé. O Homem que havia iniciado o desafio exclamou:

- "Assim qualquer um pode fazê-lo!"

E Colombo retrucou:

- "Sim, qualquer um! Mas "qualquer um" que se tivesse lembrado de o fazer." E acrescentou: - "Uma vez que eu mostrei o caminho para o Novo Mundo", "qualquer um" poderá segui-lo. Mas "alguém" teve antes que ter a ideia. E "alguém" teve depois que decidir-se a colocá-la em prática."

E a que respeito surge agora e aqui a Historia do Ovo de Colombo? Pelo simples facto de que hoje se vai disputar a Final do Campeonato do Mundo África 2010 entre a Holanda e a Espanha que são apelidadas de equipas românticas que praticam um futebol ofensivo e bonito de ser ver. E o que tem estas duas equipas em comum para além do seu bonito Futebol? Aposta na Formação de Jogadores Nacionais e muito Trabalho Continuado de Grupo. São estes os dois ingredientes da Poção Mágica de ambas as Selecções.

Repare-se que já se passaram 32 anos desde que a “Laranja Mecânica” conseguiu alcançar uma Final do Campeonato do Mundo. E porque o fez? Porque tem um conjunto de Jogadores que foram formados nas Melhores Escolas de Futebol da Europa (Ajax, PSV, Feyenoord e AZ), que foram aproveitados e trabalhados por “Alguém” das Camadas Jovens da Federação Holandesa, conquistaram Títulos ao serviço das Selecções Juvenis e foram uma aposta contínua do tal “Alguém” que ajudou a construir a Holanda que vemos hoje em campo com Jogadores como Stekelenburg, Heitinga, Van der Vaart, Sneijder, Robben, Kuyt e outros. Depois de “Alguém ter descoberto e indicado o caminho para o Novo Mundo”, é muito fácil ao desconhecido Seleccionador Holandês Bert Van Marwijkter chegar á Final do Campeonato do Mundo de 2010.

O mesmo tipo de analogia pode ser feito com a Selecção Espanhola, que teve “Alguém” que no Barcelona e na Real Federação Espanhola de Futebol, teve a ideia de apostar na “Cantera” que deu ao Mundo do Futebol Jogadores como Casillas, Puyol, Pique, Fabregas, Iniesta, Xavi, Pedro Rodríguez, Villa e outros mais. Tal como a Holanda, depois de “Alguém” ter aberto o caminho para a vitória através do “matagal” de muitas derrotas e desilusões, eis que se tornou muito fácil a Luís Aragonês ter conquistado o Título de Campeão Europeu de Selecções em 2008 e a Del Bosque estar na Final contra a Holanda.

O mesmo se passou com Scolari que tinha no Futebol Clube do Porto de 2004 uma base nuclear que foi a maior responsável pelo seu (in)sucesso á frente da Selecção Portuguesa. Actualmente, e por força da aposta num Treinador que nunca teve uma visão a longo prazo como foi o caso de Scolari, aliado a uma política de total desperdício da Formação como tem feito o nosso Futebol Clube do Porto e os seus Rivais de Lisboa, é necessário que apareça “Alguém” que faça o que se fez na Holanda e Espanha do Mundial de África do Sul.

O problema meu caros amigos e amigas, é que este “Alguém” já apareceu e com provas dadas no passado do seu trabalho que foi aproveitado durante anos a fio. Sim, o Mentor e Criador da Geração de Ouro do Futebol Português, o Professor Carlos Queiroz, regressou para criar outra Geração de Ouro, fazendo aquilo que Colombo fez quando calou os Críticos que o invejavam por este ter pensado no que ninguém pensou ou ousou sequer imaginar. Eduardo e Fábio Coentrão são os primeiros exemplo vivos disto mesmo e muitos outros se seguirão….

Vamos é dar tempo ao tempo e não partir para opiniões ridículas como as de que Portugal fez um Mundial miserável (Portugal foi eliminado nos Oitavos de Final pela… Espanha que é somente a Finalista deste Mundial!) ou que Portugal deveria ter ido mais longe porque os seus Jogadores jogam no Estrangeiro (esta última é da Autoria do Papa Pastilhas que treina o Benfica e, para não variar, é de uma estupidez atroz). È que Invejosos há muitos… Corajosos e Inteligentes como Carlos Queiroz há muito poucos. O Povo Português que olhe bem para esta Holanda e Espanha que disputarão a Final de hoje e que aprenda alguma coisa em vez de dar coices de burro no ar.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sair de cabeça levantada

Portugal e Espanha encontraram-se na Cidade do Cabo, no Estádio Green Point, e a Selecção Nacional acabou por perder por 1 x 0. Depois de uma primeira parte equilibrada, apesar de uma maior percentagem de posse de bola para os Espanhóis, nos segundos 45 minutos Portugal entrou bem, mas acabou por sofrer um golo de Villa que foi determinante para o futuro de ambas as equipas na competição.

Carlos Queiroz escalonou uma equipa composta até ao meio campo pelos mesmos jogadores que defrontaram o Brasil, mantendo assim Ricardo Costa na lateral direita. No trio mais ofensivo, saídas de Danny e Duda para entradas de Simão e Hugo Almeida.

A Espanha manteve o seu 11 tipo, com Villa e Fernando Torres na frente de ataque da Selecção de Del Bosque. Curiosamente 14 dos 22 jogadores em campo actuam actualmente na Liga Espanhola, 10 na Selecção Espanhola e 4 na Portuguesa.

O jogo começou com oportunidades para a Selecção Espanhola, ambas do lado esquerdo do ataque, primeiro logo aos 2 minutos com Fernando Torres a tentar surpreender Eduardo, e com o guardião português a ter bastante dificuldade em defender o remate de «el niño». Poucos minutos volvidos David Villa remata cruzado, com Eduardo a ser chamado novamente a intervir.

Num jogo de muitos reencontros, com Pepe e Ronaldo a encontrar em campo Casillas, Sergio Ramos e Xabi Alonso, companheiros de equipa no Real Madrid, a Selecção Portuguesa começou depois a equilibrar a partida e a conseguir criar perigo junto da baliza Espanhola.

Primeiro foi Tiago a rematar de fora da área, com Casillas a defender com bastante dificuldade com a segunda bola quase a sobrar para Hugo Almeida. Estavam decorridos 21 minutos e este lance marcou uma alteração na partida. Aos 28 minutos Cristiano Ronaldo tentou marcar um livre de longa distância que obrigou Iker Casillas a fazer uma defesa incompleta, mas nenhum jogador Português conseguiu emendar.

O tempo passou e Portugal mantinha uma boa postura, com o tempo que decorreu entre o minuto 39 e o 43 a oferecer mais duas boas oportunidades. Hugo Almeida tentou responder de cabeça a um cruzamento da esquerdo na primeira oportunidade, para depois Tiago, também de cabeça, chegar mais alto que Puyol, mas a cabecear ao lado.

No segundo tempo Portugal entrou bem na partida, voltou a criar oportunidades, mas uma dupla substituição mexeu com o jogo. Na Selecção Espanhola saiu Fernando Torres e entrou Llorente, avançado alto e possante do Athletic Bilbao, enquanto do onze nacional Carlos Queiroz preteriu Hugo Almeida para fazer entrar Danny.

Portugal começou a defender numa espécie de 4x5x1, mas poucos minutos volvidos a influência de Fernando Llorente fez-se sentir, combinando com Xavi que de primeira isola David Villa. O novo avançado do Barcelona fez um primeiro remate que Eduardo defendeu (mais uma das excelente intervenções do Guarda-redes do Braga), mas na recarga de novo Villa não perdoou.

A Selecção sentiu muito o golo, deixou de jogar como equipa e a Espanha controlou o jogo a partir daí. Se a posse de bola na primeira parte não significou um claro ascendente da Selecção Campeã Europeia, já a partir do golo de Villa a mesma posse de bola tinha um significado diferente.

Era uma posse de bola que não deixava Portugal atacar, era uma posse de bola que permitia aos Espanhóis repousarem e gerirem os ritmos, era uma posse de bola que fazia os minutos avançarem muito depressa.

E o tempo correu a uma velocidade louca até aos 90 minutos, até ao minuto final em que o Árbitro Argentino Baldassi assinalou o fim do jogo e do sonho Luso. Uma despedida com mágoa, depois de boas oportunidades (a Espanha também as teve mas Eduardo respondeu sempre muito bem), mas com a importância de perceber que a Espanha é realmente uma Selecção muito forte, com uma capacidade extraordinária de ter bola, de a fazer circular por toda a equipa com uma paciência não habitual no Futebol.

Carlos Queiroz analisou a questão pelo prisma de uma Espanha muito competente, fortíssima na manutenção de bola, e que o golo de Villa veio trazer ao de cima esse "tiqui-taca" tão característico do Barcelona e da Selecção Espanhola.

Portugal fica pelos Oitavos de Final com o saldo de uma vitória, dois empates e uma derrota, com o pecúlio de sete golos marcados e apenas um sofrido. Destaques individuais ao longo de toda a competição para Eduardo e Fábio Coentrão, para Tiago e Raul Meireles a espaços e para uma dupla de centrais que mais uma vez deixou uma excelente imagem de uma linhagem já longa de referências nessa posição.

Portugal perde ao fim de 20 jogos, Eduardo perde pela primeira vez com a camisola da Selecção, a equipa sofreu golos pela primeira vez na prova. Recordes negativos, mas que atestam bons resultados num passado recente depois de dificuldades em garantir o apuramento para o Mundial.

Melhor em Campo: Eduardo