quarta-feira, 18 de abril de 2012

Só faz falta quem quer estar

O título desta crónica pode parecer tratar-se de uma gralha ou um erro relativamente à expressão corriqueira do “só faz falta quem cá está”. Não é o caso. É propositado. Nem sempre os que cá estão fazem falta. Por vezes até não fazem falta nenhuma, só complicam. É uma frase bonita para valorizar-se o que se tem mas que nem sempre corresponde à realidade. Se quisermos ver por outro lado, só faz falta os que cá estão, mas com isto entende-se estar de corpo e alma. Muitos não estão nem partem, vão estando… E esses realmente não fazem falta nenhuma a uma equipa e a uma instituição.

Tudo isto vem a propósito do soundbyte de uma entrevista dada pelo médio Freddy Guarín, jogador com contrato com o F. C. Porto mas que foi emprestado com opção de compra ao Inter no mercado de Inverno.

Nessa entrevista Guarín para além de reforçar a ideia de que quer ficar no Inter, acaba por ser infeliz quando afirma que James Rodriguez é demasiado bom para Portugal. Não quero estar a crucificar o Guarín, até porque porventura nem quis dar a conotação negativa que as pessoas estão a dar às suas palavras. Pode simplesmente ter sido infeliz na sua forma de se expressar. Custa-me a crer que Guarín seja ingrato para com o país que lhe projectou totalmente a carreira. Um clube que apostou nele, sacrificando um jogador da formação como P. Machado para contratar na altura um ilustre desconhecido do futebol mundial que jogava num modestíssimo St Etiene.

No Porto apesar das mais variadas críticas e dificuldades da adaptação na 1ª época, que o próprio Guarín admite, nunca a estrutura desistiu dele, mesmo quando esse parecia ser o caminho mais simples. Na verdade ele acaba por estar ligado a uma época de sonho do F. C. Porto com AVB ao leme da equipa. Nessa equipa e nessa estrutura Guarín atingiu o topo do futebol mundial e tornou-se ainda mais consensual na selecção da Colômbia e um alvo apetecido pelos clubes das ligas mais endinheiradas da Europa.

Posto isto, não me parece adequado que Guarín se acha demasiado bom para a nossa liga. Pelo menos não será demasiado bom para o F. C. Porto… Prova disso é que foi emprestado com opção de compra, um tipo de prática pouco comum no clube, mais a mais quando a época estava a meio e ele até tinha sido uma figura importante no último título. No entanto, convém que Guarín não se esqueça da sua história. Ele nunca começou as épocas como titular indiscutível. Foi-se tornando titular, até alternando com outro emprestado com opção de compra… Fernando Belluschi.

Agora no Inter, Guarín parece sentir-se no topo do Olimpo. Convém recordar-lhe que em termos competitivos ele deu um passo atrás. Pelo menos a avaliar por aquilo que é hoje a equipa do Inter que pode nem se classificar para a champions e para a equipa do Porto que se arrisca a ser campeã novamente. Um Guarín que chega ao Inter muito por causa do crédito que ganhou no Porto. Saliento bem a última parte… No F.C. Porto. É o peso desta marca e este carimbo de qualidade que faz com que gigantes da Europa se disponham a despender uma verba de 13.5 milhões de euros e receber por empréstimo um jogador lesionado… Porquê? Porque se habituaram a que do F. C. Porto saem grandes jogadores. Se ele alinhasse noutro clube qualquer, provavelmente teria que provar muito mais para chegar ao Inter de Milão.

Sobre a qualidade e sobre saber se um jogador é demasiado bom para um país ou não, isso será sempre discutível. O que sei é que, no caso concreto de Guarín, ele claramente não era demasiado bom para o F. C. Porto. Já estou quase como o Jorge Jesus “nem demasido bom, nem demasiado mau… antes pelo contrário.”

Prova disso é que Guarín se tiver que voltar ao actual F. C. Porto sabe que partirá como suplente tal como partiu em todas as épocas que defendeu a camisola azul e branca. Um jogador que já tem como valor de mercado 13.5 milhões de euros… Ainda assim, Fernando, Moutinho e Lucho não deixam qualquer margem de esperança para a titularidade de Guarín. Já no Inter… Numa liga que deveria ser muito superior… Guarín é titular mal recupera da sua lesão e entra de caras na equipa. Porventura não terá a concorrência que tinha no F. C. Porto. Por isso não deixa de ser engraçado vê-lo a falar sobre a qualidade e as dificuldades no futebol italiano quando é no futebol italiano que ele entra de caras a titular quando no Porto tal não aconteceria, não obstante a sua reconhecida qualidade.

Estas declarações de Guarín deixaram-me a refleti e a olhar para a “big Picture”. O F. C. Porto atacou esta época com uma ideia clara de manter a equipa que tudo tinha ganho na época anterior. Tais planos viram-se furados pela saída surpresa de AVB seguida pela debandada de Falcao. Após estas saídas, os pressupostos e tudo aquilo que se havia prometido ao plantel ruiu, e assistiu-se a um filme em que vários jogadores queriam sair, no entanto, nem saíram nem parecem ter ficado… Foram ficando.

Tal não iliba as responsabilidades de Vítor Pereira e a sua incapacidade como líder em alguns momentos da época e os seus erros tácticos e estratégicos. Assim como não invalida os erros da Sad no que concerne à definição do plantel principalmente em posições como a de ponta de lança. Ainda assim, um jogador do F. C. Porto tem que ter um tipo de compromisso que alguns jogadores não demonstraram ao longo da época. Isso também foi prejudicial para o clube e pode ter minado o grupo de trabalho.

O F. C. Porto é um clube de estatuto internacional, o sonho de muitos. Por isso mesmo custa-me ver um jogador como André Castro cheio de talento e que é produto da casa, que estava cheio de vontade de ficar no F. C. Porto ser emprestado no início da época, para depois ver Guarín a falar da sua vontade em sair, ou de Belluschi de forma bizarra a afirmar que precisava de mais minutos quando até era dos jogadores mais utilizados no plantel, ou ter que esperar mais de meia época para ver o verdadeiro Fernando em campo.

Posso também falar que não gosto de ver atitudes de desrespeito para com o grupo como as que vi de Rolando e Alvaro Pereira, dois daqueles que queriam ter seguido os passos de AVB e Falcao e que parece que também já se acham bons demais para este campeonato. No F. C. Porto deve estar quem quer estar. Não queremos jogadores contrariados ou sequer com a mínima presunção de que são bons demais para estar num clube que tem mais títulos e história do que provavelmente todos eles juntos terão na sua carreira.
Não crítico a ambição profissional e o facto de cada um ter que atender também aos seus projectos e à vontade de garantir uma estabilidade financeira superior. Mas há formas e tempos para esse tipo de coisas e o F. C. Porto nunca foi um clube que cortasse as pernas fosse a quem fosse. Pelo contrário, é dos clubes que melhor trata os seus profissionais, dos clubes que mais os valoriza e que, por isso mesmo, quando estes saem, têm saudades e desejo de voltar. Uns concretizam e são ainda úteis como é agora o caso de Lucho, outros ficam pelo sonho mas não deixam de elogiar a estrutura do clube, como é o caso de Deco que mesmos depois de sair não pára de elogiar o F. C. Porto.

Assim sendo, considero que para a próxima época o plantel deve conhecer algumas alterações. Não apenas a mais discutida que é a do treinador. É preciso demonstrar o que se pretende deste F. C. Porto. Qualidade e competitividade é algo a que já temos estado habituados… mas acho que chegou o momento de pretender outro ingrediente a juntar à receita do sucesso. Mais mística. Mais Porto.

Para isso o F.C. Porto contrariou a lógica da política de contratações dos últimos anos e fez regressar “el comandante” para liderar e dar o exemplo do que é um jogador à Porto. Por isso Paulinho Santos -um jogador que podia ter jogado no Manchester United, Barcelona e outros grandes do futebol mundial, mas que optou por fazer toda a sua carreira no F. C. Porto - passou a fazer parte da equipa técnica. Sentiu-se que essa mística , essa vontade em ser e estar estavam a escassear. Era necessário acrescentar pessoas ao projecto com o perfil e o desejo de passar a tocha para os mais novos sem que esses valores da casa se percam, valores esse , que são a essência deste clube e uma forma de não se perder identidade como vai acontecendo noutros clubes.

Por isso mesmo, e sabendo que o F. C. Porto deve ter que realizar mais valias, tenho o meu desejo para aquilo que considero deveria ser a linha que o F. C. Porto deveria seguir. Não peço uma revolução, até porque as mudanças pelos vistos foram sendo feitas com a época decorrer, mormente com as saídas de Belluschi e Guarín que na altura pareceram-me incompreensíveis mas que se foram por motivos disciplinares ou por motivos anímicos, então merecem todo o meu respeito.

Após a atitude última de Alvaro Pereira, para mim aquele teria sido o seu último jogo com a camisola do F. C. Porto. Até ao final da época deixava que Alex Sandro se habituasse ao lugar que pode vir a ser o seu na próxima época. Deixava finalmente A. Pereira sair para outro campeonato como ele tanto quer.

Outra mais-valia em termos de venda, seria a saída de Rolando. Depois de tantos interesses dos clubes italianos e até de ter arranjado um empresário para tratar da sua carreira por terras transalpinas, aconselhava-o a mostrar, então, que tem de facto mercado e vendia-o. Neste momento não alterava também até ao final da época (a não ser que algo de extraordinário aconteça) a dupla Otamendi x Maicon.

Exemplos como os de Maicon são aqueles que queremos para o Porto. Um jogador que cometeu erros quando chegou, que passou muito tempo pelo banco, que para regressar à titularidade teve que jogar numa posição que não é a sua e assim ser alvo fácil da crítica (quando a culpa era de quem o colocava a jogar deslocado), mas que mesmo assim nunca se queixou nem nunca virou a cara à luta, acabando por ganhar o posto no centro da defesa de uma forma totalmente merecida.

A 3ª saída que prevejo, vai de encontro áquilo que afirmei sobre o F. C. Porto tratar bem os seus jogadores e não cortar as pernas a ninguém. Por isso mesmo o Porto deverá deixar voar aquele que para mim foi a par de Helton o maior exemplo de dedicação e vontade de triunfar e de amor ao clube ao longo desta época. Aquele que mesmo com oscilações, com maior ou menor brilho nunca se escondeu e deixou sempre tudo em campo. O melhor jogador da Liga Portuguesa. Um jogador que é incrível não só pelo que joga mas também pela sua simplicidade e pelo seu carácter.

Falo obviamente de Hulk. Um caso de sucesso no nosso futebol e que mesmo após a saída de Falcao e AVB, quando colocado perante cenários de saída e com vários milhões ao barulho, sempre foi de um enorme respeito para com os adeptos e para com as pessoas do clube que apostaram nele. O sucesso nunca lhe subiu à cabeça nem o fez esquecer-se da sua história e o que ele aprendeu e cresceu no F. C. Porto.

Por tudo isto e por achar que ele em Portugal já fez tudo o que havia para fazer e já nos deu muitas alegrias, acho que Hulk atingiu a maturidade suficiente e já nos deu os títulos suficientes para que agora possa pensar um pouco nele e na sua projecção para outros patamares competitivos e, porque não, também financeiros. Ele fez por merecer isso e sei que levará para sempre no coração o F. C. Porto onde chegou com inteira justiça a capitão.

Substitutos? Creio que os tempos não aconselham a grandes investidas no mercado. Mais do que nada é importante para o F. C. Porto perceber se os que cá estão querem mesmo ficar ou se alguém tem dúvidas. Se todos estiveram com vontade de dar tudo por este clube, então as saídas destes 3 jogadores acrescentadas às mais-valias resultantes de possíveis vendas de Guarín e Belluschi deixar-nos-á numa situação de maior desafogo financeiro.

Importante definir então os objectivos para o plantel. Eu acho que deve passar por dar mais mística a este Porto. Tal passará pela promoção de Lucho a um dos capitães juntamente com Moutinho e Helton que continuarão a desempenhar essa função, mas não só. Após a sangria de médios, chegou a hora de o F. C. Porto apostar em definitivo de um médio que é um jogador do Porto e à Porto. Falo de André Castro. É jovem, tem talento e capacidade para desempenhar as 3 funções no meio campo do Porto e vê na camisola do F. C. Porto uma segunda pele. É deste tipo de jogadores que precisamos. Pode vir a ser o futuro capitão do F. C. Porto.

Para o lugar de A. Pereira, Alex Sandro esteve a ser preparado toda a época. Como opção não seria de descartar o regresso de Miguel Lopes, mais um jogador português que, ainda para mais, poderá valorizar-se se chegar à selecção. Pode fazer as duas laterais, não será de descartar essa possibilidade. Caso contrário será necessário encontrar um lateral esquerdo mais consistente do ponto de vista defensivo. Na lateral direita creio que Sapunaru deixou bem claro que mesmo quando não foi opção que é no Porto que quer estar e ainda recentemente o reafirmou. Como tal, acho que a posição ficará coberta com ele e Danilo.

Para a baliza a aposta em Helton deve ser para continuar, mas não seria nada mau para o balneário se Beto se dispusesse a voltar. Pode ser que possa pedir a P. Bento para merecer o mesmo estatuto de Eduardo que mesmo não sendo titular no Benfica é indiscutível na selecção. O Porto teria a ganhar com a troca de Bracalli por Beto.

Hulk a meu ver já tem sucessor. Chama-se James Rodriguez. Creio que ainda não vimos tudo deste miúdo e que com a saída de Hulk e a passagem do testemunho, será ele o grande desiquilibrador da equipa. Depois ainda temos Varela e Iturbe que terá que explodir na próxima época. Havendo um negócio interessante pode-se tentar contratar outro extremo mas sem grande urgência como a que há para encontrar um ponta de lança. Grande parte do encaixe de Hulk deverá ser canalizado para a contratação de um ponta de lança capaz de pegar de estaca na equipa. Um jogador não apenas para consumo interno como Janko. Deve ser um avançado com qualidade técnica para não necessitar de um 2º avançado por perto. Janko pode manter-se no plantel para ser suplente e entrar em jogos em que se necessite um jogo mais directo. Kleber demonstrou ainda não ter maturidade para jogar no F. C. Porto e deveria rodar para ganhar a confiança que este ano andou desaparecida.

Por último, no que diz respeito à composição do plantel, deixo o maior desejo… Um regresso que acho que não apenas resolve a saída de Rolando como ajuda a reforçar a qualidade, experiência e mística do plantel. Falo de um regresso que tal como o de Lucho gostaria de ver concretizado… O regresso de Ricardo Carvalho.

O jogador está de saída do Real Madrid, é um jogador da casa que sabe o que é ser Porto e sabe bem que valores passar para os mais jovens. Os problemas psicológicos que o têm impedido este ano de jogar mais no Real Madrid seriam resolvidos com o regresso a casa, a uma estrutura que sabe apoiar e criar todas as condições para que os jogadores se possam preocupar em apenas jogar futebol. Carvalho seria um líder mais no balneário e no campo, apesar do seu estilo introvertido. Seria respeitado por tudo o que representa e por ser um dos melhores centrais da história do futebol português.

Vejo-o a ter um papel importante como teve Aloísio na década de 90. Um central com classe e eficaz no desarme que ajudava a crescer jovens centrais como F. Coutro ou J. Costa.

Ricardo Carvalho poderá ser o parceiro ideal para Maicon e poderá potenciar ainda mais as qualidades do brasileiro, ou até de um jovem como Mangala. Para além disso, em termos técnicos, sem lesões, R. Carvalho seria claramente o melhor central da Liga Portuguesa. Seria também uma excelente oportunidade para R. Carvalho calar a boca de muita gente… Falta saber se ele está disposto a abdicar de um salário milionário tal como fez Lucho para poder voltar a casa.

Este seria para mim o cenário ideal para a próxima temporada… E, já agora, e sei que já estou a pedir muito… porque não uma equipa técnica liderada por outro símbolo do clube…? Domingos Paciência é a minha escolha. Acho que seria espectacular para os adeptos. Um plantel com qualidade, uma mescla de juventude e experiência mas com o elo de ligação ao clube como têm Carvalho e Castro, liderados por uma equipa técnica com Domingos Paciência e Paulinho Santos para ser o adjunto do balneário. Não descartaria se necessária a integração de João Pinto na vaga de Paulinho.

No fundo o que peço é um Porto mais Porto na próxima época. Dar uma maior dose de mística à reconhecida qualidade e competitividade do plantel. Tal envolveria ainda mais a massa adepta e faria com que a química entre o plantel e os sócios fosse mais forte do que aquela a que fomos assistindo ao longo desta época, ainda que nos possa valer o título nacional.

4 comentários:

Anónimo disse...

Inteiramente de acordo!
Grande analise do momento e do futuro do nosso PORTO!Um abraço para si e para todos os portistas.
Saraiva

Pedro Silva disse...

@ Ricardo Costa

Escusado será dizer que estou de acordo com quase tudo o que escreveste.

Alias eu já há muito que ando a dizer que o FC Porto deve voltar a apostar na prata da casa e "despachar" a estrangeirada que não quer cá estar.

Só que foi preciso as coisas chegarem ao ponto em que estão para as pessoas abrirem os olhos de uma vez por todas.

Alguns pontos para terminar:

- Acho piada que agora dês valor ao Maicon. Até chegaste a apelida-lo de "morcão" e agora dás o braço a torcer e aceitas que efectivamente o Brasileiro é o melhor Central do Plantel e aquele que pode evoluir muito e bem.

- Eu sobre um possível regresso a casa do Carvalho tenho as minhas dúvidas. O moço anda meio doido e tem lidado mal com o facto de ir ao banco. Já quando era mais novo fazia destas cenas ridículas e coisa de que o FC Porto precisa no futuro é de Paz e assossego no Balneário.

- Não nego a necessidade de se contratar um "Matador" com créditos firmados, contudo parece-me mais urgente contratar um 10 uma vez que segundo PC o VP é para manter e já aqui falamos sobre a teimosa deste em colocar o Lucho na posição 10.

- Confesso que não via com maus olhos o Domingos no Banco do FC Porto. Mas para tal seria preciso um Treinador de Balneário com muito carisma e força disciplinadora pois antes de Pualinho chegar um Jogador do FC Porto mandou um murro ao VP.

Aquele abraço.

Ricardo Costa disse...

Obrigado caro Saraiva pelo seu simpático comentário.Espero vê-lo mais vezes por este nobre espaço.
Um abraço.

Ricardo Costa disse...

Caro @The Blue One, como eu já afirmei antes, eu não costumo ter ideias fixas sobre jogadores. Lembro-te que tu fazes isso em relação a alguns jogadores por mais que eles depois acabem por trinfar, outros até antes de começarem a jogar.;)
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Sobre o Maicon apenas comento o que vejo. Ele fazia lembrar o Pepe nos seus primeiros anos.Todos lhe reconheciamos estampa física para se afirmar como um central de valor mas o facto é que tinha várias desconcentrações e algumas delas ficaram ligadas aos poucos desaires do Porto no ano passado.
Mas eu não cristalizo as minhas opiniões.A realidade está em constante evolução,assim como os jogadores, ainda para mais jovens como Maicon.
Ele nesta época foi um exemplo de sacrifício e superação na conquista de um lugar na equipa.É neste momento o central em melhor forma do F. C. Porto. Não fujo a isso nem me chateia nada que assim seja.
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Sobre o R. Carvalho,é uma questão de feeling.Não sei em que estado está. Não tenho má opinião dele,antes pelo contrário.No F. C. Porto sempre teve um comportamento exemplar e é para mim o melhor central da história do clube.
Acho que a sua experiência e o facto de ser jogador da casa, poderá ser uma mais valia não apenas técnica mas também em termos de liderança.
Acho que ele pode fazer crescer jovens centrais que joguem a seu lado.No Porto ele pode recuperar a alegria de jogar e ainda pode jogar em bom nível.Olhe-se para Itália o exemplo de Nesta.
Centrais da categoria de R. Carvalho podem jogar até muito tarde.
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Sobre a necessidade de contratar um 10, não me pronunciei porque não achei o mais premente. Espero que V. Pereira não continue é esse o meu desejo.
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Falei da sangria do Porto a meio campo,é óbvio que o Porto precisa de pelo menos mais 2 ou 3 médios depois de tantas saídas. Um deles seria para mim o André Castro, outro teria que ser mais criativo e não descarto o nome avançado já há largos meses do Paulo Henrique Ganso.
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Sobre a necessidade do tal adjunto de balneário já escrevi uma crónica sobre a forma inteligente como a Sad foi efectuando mudanças na estrutura técnica com a passagem de Filipe Almeida para nº 2 e com a entrada de Paulinho Santos.
Com a entrada de Domingos tal não se alteraría. Paulinho continuaría a ser o tal adjunto de balneário. Tb não descartaria a hipótese João Pinto para cumprir a função que Paulinho cumpre actualmente na estrutura.
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O que acho que em termos de reforço do plantel é absolutamente prioitário,é a contratação de um ponta de lança de grande qualidade.
Kleber tem que rodar,está muito verde.Janko é um suplente para ser lançado em momentos de jogo directo. O Porto não pode repetir o erro de atacar a época sem um grande ponta de lança.

Um abraço.