segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Maciste contra Ciclope

Um dia destes sonhei com os heróis da minha infância. Super-Homem, Batman, Capitão América, e o Hulk, claro. Havia outros ainda mais antigos que me lembrei de trazer à crónica de hoje.
Maciste era um ser mitológico muito parecido com Hércules que utilizava a sua descomunal força para realizar feitos heróicos. Ciclope (olho redondo) representava na mitologia grega, um gigante imortal com um só olho no meio da testa que, segundo Calímaco, trabalhava com Hefesto como ferreiro, forjando os raios usados por Zeus.

Protagonizando um moderno “herói”, Fernando Gomes, o ciclope da nossa história, (só vê num sentido) aparece verdadeiramente irreconhecível. Deve querer brincadeira. E olhem com quem se meteu!

Pinto da Costa, que interpreta o papel de Maciste, ao ver o FC Porto entalado em 3 importantes competições (Taça, Campeonato e Champions) entendeu expressar a sua indignação contra as arbitrariedades dos regulamentos fifeiros, uefeiros, caseiros, e outros que tais, “obrigando” as equipas a andar de seca-em-meca em alturas cruciais para as suas aspirações desportivas.
Claro que este raciocínio não se aplica, por exemplo, ao clube da treta que terá como único objectivo desta época vencer a Taça da Liga. E como não tem sequer 1 jogador na selecção, o problema passa-lhe ao lado.

A “benfiquização” das estruturas da FPF e da LIGA saída das últimas eleições tinha que fazer estragos. Fernando Gomes só conquistou o lugar porque saiu do Clube em rotura com o presidente e, tal como Mário Figueiredo, no papel de Hefesto deus dos céus e do trovão, apregoou várias cenouras e fez promessas irreais aos papalvos que o elegeram.
Como o problema da convocatória para a selecção já extravasou o razoável, vamos recordar o último capitulo, o comunicado da FPF na íntegra:

1 - A Federação Portuguesa de Futebol é liderada de dentro para fora, independente de pressões que sejam ou tentem ser feitas por quem quer que seja.

2 - Por haver na Federação Portuguesa de Futebol uma liderança que pensa pela própria cabeça e segue uma estratégia clara, a Selecção Nacional jogou fora do país, tal como fizeram outras grandes selecções mundiais, procurando obter receitas que lhe permitam cumprir a sua missão de defender os superiores interesses de todo o Futebol Português.

3 - A equipa técnica da Selecção Nacional, bem como todos os outros colaboradores da Federação Portuguesa de Futebol, respondem perante a sua Direcção e o seu Presidente, gozando de autonomia nas respectivas áreas de intervenção directa. Na Federação Portuguesa de Futebol, o Seleccionador Nacional convoca os jogadores que quer e coloca-os em campo de acordo com as suas ideias tácticas, durante o tempo que entende adequado.

4 - A Federação Portuguesa de Futebol proporciona as melhores condições de trabalho a todos os colaboradores e técnicos, nomeadamente ao Seleccionador Nacional, Paulo Bento, e apoia-o sem reservas.

5 - A Federação Portuguesa de Futebol agradece o entusiasmo crescente que os adeptos têm vindo a demonstrar à Selecção Nacional e apela à união em torno do objectivo comum a todos os portugueses sem excepção – a qualificação para o Mundial 2014.

6 - A Federação Portuguesa de Futebol não promove nem alimenta polémicas pelo que nem a FPF nem qualquer um dos seus colaboradores voltarão a pronunciar-se sobre este assunto.
Passemos à análise:

1 – “Liderada de dentro para fora”. É verdade. Por exemplo, o serventuário que nomeia os cãezinhos amestrados é o mesmo. Continua a nomear árbitros do Benfica para jogos do Benfica e árbitros do Benfica para jogos do FC Porto.

2 - “A selecção jogou fora do país como outras o fizeram…” “procurando obter receitas blá, blá, blá…”. O senhor de La Palisse não diria melhor.

3 – “Na FPF, o seleccionador blá, blá, blá”. Viu-se bem a cagada que armaram alguns que ainda por lá andam, trasladados da anterior direcção, e o contencioso que tiveram com Carlos Queirós, obrigando a vultosa indemnização.

4 – “Proporciona as melhores condições…”. Se não nos qualificamos para o Mundial, eu vou esperar para ver “as condições” que lhe vão proporcionar.

5 – “O entusiasmo crescente”… Devem estar a referir-se aos assobios que se ouviram no último jogo.

6 – “A FPF não promove nem alimenta polémica…”. Pois não. Nem tem moral para tal. O senhor Gomes, (não se retirando o legítimo direito dos regulamentos), poderia ser mais cordato com o presidente dum grande clube que lhe proporcionou (sem que tivesse influência directa na decisão) sentar-se numa nova cadeira de sonho. Como o senhor (temporariamente) sente as costas quentes, agora, arma-se em mau.
Pinto da Costa tinha 227 motivos para arrasar a gestão destes compéres de revista sem ser pela via da selecção. O descalabro que tem sido a “gestão” de Mário Figueiredo, o homem que quer “acabar” com Joaquim Oliveira alegando o “horrendo crime” da Controlinveste ter um lucro de 30M€ é já objecto de análise nos fóruns televisivos.

Fernando Gomes e o seu “braço autónomo” vão cair por si. Não vale a pena gastar muita cera com estes criados de pacotilha. Pinto da Costa deixou escapar o seu habitual sentido de oportunidade. Não gostaria de ver um dos meus heróis, perder-se em conversas de putos. Tudo o que ultrapasse o desprezo que esta cambada nos deve merecer, será desnecessário.

Até à próxima.

2 comentários:

DiLaurentis disse...

A experiência já me ensinou que nem tudo o parece, é. E com PdC muito menos. Às vezes, arranjam-se polémicas para enganar otários de lisboa. Na hora da verdade, cá estaremos para ver para onde irão cair os erros arbitrais que decidirão o campeonato.

Não se deixem enganar por manobras de diversão. Se há algo que reconheço em PdC é que é um génio em estratégia.

JOSE LIMA disse...

Caro DiLaurentis

Como diz o "outro" Aqui há gato!
Abraço