segunda-feira, 7 de abril de 2014

A dupla faceta do Dragão

O FC Porto derrotou a Académica por 3 x 1, num triunfo praticamente selado no primeiro tempo. Os Dragões até passaram por alguns calafrios contra uma equipa Conimbricense disposta a discutir o resultado e com duas bolas nos ferros. Ghilas e Jackson Martínez estiveram em evidência nos três golos, todos a nascer pelo lado direito do ataque Portista, tal como se evidenciou Fabiano, num jogo também marcado pela lesão do árbitro Manuel Mota, que chocou com Fernando Alexandre.
A primeira nota de destaque aconteceu ainda antes do início da partida. No aquecimento e na recolha da ficha de jogo, foi possível verificar que a ordem de Luís Castro era para poupar jogadores, com vista ao jogo em Sevilha, para a Liga Europa. Nesse prisma, para além de Defour e de Mangala, que nem tinham sido convocados, o Técnico optou por resguardar Quaresma, Danilo e Carlos Eduardo.
Com tal facto, aproveitaram outros, normalmente segundas escolhas, para entrar em campo imbuídos na tarefa de mostrar serviço. Juan Quintero, Ricardo Pereira e Ghilas foram as maiores novidades de um onze que também voltou a contar com Herrera e Abdoulaye.
Do lado oposto, Sérgio Conceição tentava compensar a ausência de Djavan, lateral bastante ofensivo que cumpriu castigo, com Paulo Grilo. O jovem Português foi a novidade do Técnico, que também lançou Ivanildo no onze, em vez de Diogo Valente.
O jogo começou com golo. Exatamente pelo lado esquerdo da defesa Academista, os Dragões exploraram a menor rotatividade de Paulo Grilo e, após soberbo passe de Herrera, Ghilas foi à linha cruzar a bola para Jackson Martínez, que desviou de cabeça para o sítio certo. Aberto o activo e festejos num Dragão bem composto e com muita juventude, em virtude de uma iniciativa do Clube para com as várias escolas de formação espalhadas pelo País.
A reacção da Académica não tardou. Salvador Agra apareceu bem ao segundo poste e atirou para o sítio certo, só que Fabiano cresceu para tocar o esférico para a trave. Primeiro calafrio no seio dos adeptos da casa que, logo depois, viram um insólito choque entre Fernando Alexandre e... Manuel Mota. O árbitro da partida ficou bastante combalido no relvado, mas recuperou, depois de alguns minutos de assistência médica, arrancando mesmo um aplauso das bancadas - coisa rara no futebol Português.
De regresso ao futebol com a bola a girar, os Dragões adormeceram com a paragem e a Académica fez questão de voltar a acordar o adversário, com nova bola no ferro. O cruzamento partiu da direita e o cabeceamento foi de Makelele, vindo de trás, para excelente intervenção do guarda-redes Brasileiro.
Fiel aos ensinamentos populares, o futebol voltou a ser fértil no cumprimento da máxima de que «Quem não marca, sofre». É que, logo depois, Nabil Ghilas voltou a ser mais forte do que Paulo Grilo, rompeu a área e, á saída de Ricardo, picou a bola para a rede.
2 x 0 era rude golpe para os de Sérgio Conceição e um espelho de eficácia não muito comum na equipa Portista. O jogo passou a tomar uma maior calmaria e, exceptuando registos pontuais, arrastava-se para o intervalo, sem que, antes disso, os Dragões não terminassem com a partida.
Makelele foi ingénuo e cometeu grande penalidade clara sobre Juan Quintero, que proporcionou ao compatriota Jackson Martínez a oportunidade de voltar a marcar de penálti 13 meses depois da última vez que o tinha feito desde a marca dos 11 metros.
Para a segunda parte não se verificaram alterações imediatas. Mesmo com o jogo praticamente sentenciado e com o jogo decisivo na próxima quinta-feira, Luís Castro conservou a mesma equipa durante mais algums minutos, altura em que a Académica reduziu, depois de uma primeira parte onde tinha criado quatro ocasiões claras de golo em pleno Estádio do Dragão.
Marcos Paulo, que tinha bisado na pretérita jornada, pegou na bola pela esquerda, ainda junto ao banco de suplentes dos forasteiros, flectiu para o meio, investiu com a bola no pé, desviou-se de quem ia aparecendo e, à entrada da área, atirou rasteiro para o próximo mais próximo.
Chegaram, depois, as alterações da poupança. Jackson e Fernando não poderão jogar em Sevilha, pelo que os Homens a sair foram Varela, Alex Sandro e Ghilas. Em suma, dos que devem entrar de início no Sanchéz Pizjuan, só Fabiano, Diego Reyes e Herrera cumpriram os 90 minutos.
Quem ia contrariando a pasmaceira protagonizada por tal gestão era a equipa de Sérgio Conceição. Os Estudantes nunca baixaram os braços e Ivanildo, Salvador Agra e, sobretudo, Rafael Lopes foram incansáveis nas investidas. Este último viu, inclusivamente, um remate acrobático ser seguro em cima da linha de golo.
Perante a insistência e persistência dos forasteiros, nunca conformados com o resultado, e com um FC Porto desligado de um jogo que já considerava estar resolvido, o Estádio do Dragão adormeceu, sendo acordado por assobios daqueles que não se contentavam por tal gestão.
Contudo, os três pontos não fugiram à equipa da casa, que assim mantém a perseguição ao Sporting, distanciando novamente o Estoril no quarto posto. Quanto à Académica, bateu-se muito bem contra um FC Porto alternativo, só que pecou em demasia na finalização e só se poderá queixar de si própria por não ter conseguido levar pontos para a luta pelo quinto lugar. 

Retirado de zerozero 

Melhor em Campo: Fabiano

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