Dizer que o FC Porto foi eliminado em Stamford Bridge pode induzir em erro, quando analisada toda uma fase de grupos onde, até à quarta ronda (inclusivamente), o FC Porto foi claramente a melhor equipa. O jogo em casa contra o Dynamo mudou completamente a história de um assunto que, para os Dragões, acabou de forma penosa em Londres. Lopetegui tentou surpreender o adversário, mas pareceu ter surpreendido mais os seus, que só foram ameaçadores quando voltaram ao 4x3x3, mas já tarde. Brahimi e Casillas foram os que mais tentaram contrariar um Chelsea que foi melhor. O FC Porto cai para a Liga Europa.
Alterar a harmonia táctica de uma equipa com processos minimamente trabalhados quando o jogo é de exigência máxima e a margem de erro nula não é um caso isolado. Os treinadores das equipas Portuguesas já o fizeram várias vezes (lembramo-nos de Jesualdo Ferreira ou Jorge Jesus) e o resultado não é, por norma, bom.
Por isso, a opção de Lopetegui por um sistema diferente até podia ter resultados, mas a probabilidade era curta. Ao FC Porto, a quem, a menos que o Maccabi fizesse um milagre em Kiev, só a vitória importava (uma vitória inédita em solo Inglês), o desenho foi mal feito desde o início.
A ideia até poderia ser boa. Dois laterais com tendência ofensiva podiam dar uma profundidade interessante para, depois, a dupla da frente encontrar desequilíbrios nas movimentações à entrada da área. Só que o resto da equipa pareceu confundir-se num 3x5x2 com demasiada concentração estática a meio e uma ausência gritante de movimentos de ruptura.
Os próprios centrais, que têm algumas rotinas, sentiram-se estranhos - e o melhor exemplo foi o golo inaugural. Brahimi e Corona chamavam para si a responsabilidade de desequilibrar no drible, só que o poderio físico dos defesas Ingleses anulavam qualquer possibilidade.
Se Lopetegui tentou ser arrojado e viu a sua ideia correr (muito) mal, Mourinho foi igual a si próprio e deu-se bem. Desde logo, importa dizer que o Chelsea europeu nada tem a ver com o interno. O chip da equipa muda, a responsabilidade cresce e a entrega e sobriedade são maiores. Ou seja, sem encantar, o Chelsea foi muito mais perspicaz e sensato na abordagem ao jogo, actuando numa pressão alta que variava nas zonas intermédias e que confundia o futebol previsível e muito pé-para-pé dos Dragões.
Quando Julen Lopetegui percebeu que não era por aquele caminho, já o marcador assinalava 2x0. Aboubakar foi para o jogo, Layún passou para a direita e Indi fixou-se na esquerda, com Maxi a sair do campo. A ideia era boa, o resultado não.
Por essa razão, e mesmo com a maior frieza que Rúben Neves dava à equipa no passe, a espiral já era demasiado negativa e incomodava a quem assistia a forma como Brahimi lutava sozinho contra o mundo. O Argelino, abnegado, fez o que lhe competia. Mas as peças do puzzle já estavam demasiado espalhadas para se poder ver um bom resultado final.
O FC Porto encostou o adversário por várias vezes, mas ao Chelsea isso nada incomodou. Aliás, até deu jeito, pois as transições são o prato forte desta equipa. O que fazia com que o terceiro estivesse mais perto do que o 2 x 1.
Retirado de zerozero
Retirado de zerozero
Melhor em Campo: Brahimi
4 comentários:
O fraco rei faz fraca a forte gente.... de Luís de Camões.
Luís (O do Nuno Espírito Santo, Pedro Martins, ou Lito Vidigal)
Expliquem-me devagarinho por que ainda se discute em vários fóruns portistas a prontidão com que surgem críticas nos momentos negativos, e não se verifica a mesma ânsia para tecer elogiar nos bons. A energia dispensada em tão absurda discussão....
Em primeiro lugar... bons momentos? Que bons momentos tem proporcionado Lopetegui? Tendes merda na cabeça?
Em segundo, é mesmo essa a questão em cima da mesa - o maior ou menor portismo de comentadores em caixas de blogues - ou, pelo contrário, será que a labregada que emprenhou pelos ouvidos na temporada passada agora se sente envergonhada, e desconversa dessa forma?
Chega. Lopetegui é uma merda. MERDA. Não serve. Que ainda esteja sentado no banco e à frente dos destinos da equipa reflecte podridão que vai lá por cima. Nem no Fornos-de-Algodres FC se admitia silenciosamente o polé que se instalou no meu Porto. Mas os negócios falam mais alto e há quem faça figas para que o clima mude, o basco se mantenha, e os euros continuem a fluir através da fronteira.
Para os que defendem, e defenderam com sanha um treinador que sempre foi incompetente, com humilhação e vergonha à mistura diante de rivais figadais, que deu sinais de inaptidão mais do que óbvios e madrugadores para ser posto no caralho a tempo e horas, enquanto hordas de abéculas acéfalas pediam calma, tempo e introspecção; para vós, ditos "verdadeiros portistas" em exclusividade, tenho um pedido a fazer:
- Tende vergonha, calei-vos e ide lamber sabão. Fazeis pior ao clube, com os vossos padrões miseráveis e seguidismo acrítico, que o Lopetegui num dia mau e com duas garrafas de bagaço no bucho.
André
1) Baía, Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Paulinho Santos, Emerson, Jardel/Domingos Paciencia, Drulovic, Capucho/Folha...
2) Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Deco e Derlei... e mais dois, que podiam ser Postiga, Jankauskas, McCarthy, Pedro Mendes, Carlos Alberto, dependendo da estratégia de cada jogo...
3) Helton, Fucile, Bruno Alves, Pedro Emanuel, Raul Meirelles, Paulo Assunção, Lucho, Lisandro, Quaresma...
4) Helton, Fucile/Sapunaru, Rolando, Otamendi, Alvaro Pereira, Fernando "Polvo", Guarin, Moutinho, Hulk, Falcao, Varela/James Rodriguez...às vezes Belluschi, às vezes Souza, e até às vezes Walter o Bigorna...
5) Um guarda-redes qualquer, Dani Alves, Piqué, Mascherano, Jordi Alba, Busquets, Iniesta, Messi...
O que temos aqui em comum: UMA ESPINHA DORSAL, UM 11 TIPO, UMA EQUIPA TIPO, qualquer coisa TIPO!!!
Qualquer portista com mais de 30 anos pode até não lembrar de todos os plantéis destas diferentes épocas, mas COM CERTEZA SE LEMBRA DOS TITULARES INDISCUTÍVEIS, DA ESPINHA DORSAL, DA EQUIPA TIPO, DA TÁTICA e ATÉ DOS SEUS SUBSTITUTOS...
São todos, Barça incluído, exemplos claríssimos de equipa-tipo, de onde sairam alguns jogadores, entraram outros, mas a base era na maioria das vezes sempre a mesma...
Temos dois laterais esquerdos de raiz, Cissokho e Angel, mas quando é preciso, nenhum deles joga, há sempre uma adaptação por ali...
Temos 3 beques (e um junior, Lichnosvsky) onde devíamos ter 4 ou 5 no miolo da zaga...se machucarem dois destes três, é Danilo Pereira quem sai da cabeça-da-área, que é onde rende muito, e vai pra zaga...
Temos muitos médios polivalentes de altíssima qualidade, muitos deles titulares absolutos nas respectivas seleções nacionais, mas que no clube erram passes de dois metros como um cidadão normal que nos fins de semana vai bater uma bolinha com os amigos...
E no meio disto tudo, temos invenções antes e durante os jogos...
Alguém em sã consciencia consegue dizer qual é a ESPINHA DORSAL, O 11 TIPO deste Porto?
Eu posso dizer que é Casillas, Maxi, Brahimi e????...
É isso que está deixando adeptos calmos e ponderados como eu completamente irritados, sem paciencia ou tolerancia nenhuma para mais invenções mirabolantes...porque com exceção de jogos tranquilos com o União ou o Telavive, quase todo o resto tem sido com o credo nas mãos até o apito final...
Não confio mais neste treinador (nem no seu esquema de jogo se é que há algum), mas principalmente por nunca saber quem vai jogar e onde vai jogar, se vai haver invenções, se Casillas vai ser o centro-avante, Aboubakar o guarda-redes...tá male, muito male...
Em muitos anos, é a primeira vez que estou mais perdido do que cego em tiroteio...
Não me admirava nada se lançassem a raspadinha "qual será o 11 inicial do porto no próximo jogo"...
É tão fixe ser do Sérgio hoje e amanhã do Lito...
Do Espírito Santo hoje e amanhã do jesus...
Qualquer dia só sobra o Guardiola...
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