segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Dragão reprova no teste

Um (grande) passo em falso na pior altura. A uma semana de visitar o Estádio da Luz, o FC Porto deixou três pontos pelo caminho na recepção ao Arouca. A derrota por 1 x 2 permitiu ao Benfica alargar para seis os pontos de vantagem e ainda falta entrar em cena o líder Sporting...
Prova de que nem todos os relógios batem ao mesmo compasso foram os primeiros segundos de jogo no Dragão. José Ángel – e toda estrutura defensiva do FC Porto – ainda estavam à espera do apito inicial quando Walter González deu vantagem ao Arouca. Bola nas costas do lateral Espanhol, cruzamento de Zéquinha e o avançado Paraguaio, quase sem saber como, bateu Casillas. Tempo de jogo? 15 segundos.
Arranque atípico, mais ainda com o outsider Arouca em vantagem. O FC Porto acusou o toque, sobretudo defensivamente. Espaço, demasiado espaço, concedido nas costas aos homens de Lito Vidigal, que ao contrário do senso comum, não recuou por instinto para salvaguardar uma dádiva preciosa conseguida nos primórdios do encontro.
Mesmo depois de sofrer o empate, aos 14 minutos, o Arouca cheirou nova graça em dois momentos – os dois melhores momentos no primeiro tempo; aos 20' e aos 40', Casillas, ora perante Nuno Coelho, ora perante Mateus, salvaguardou os interesses Azuis e Brancos. Sem Marcano e sem Maxi Pereira, a estabilidade do sector defensivo abanou, e de que maneira.
Atordoado por um desfasamento fatal na entrada em jogo, o FC Porto fez-se à vida. Nem sempre brilhante, nem sempre sóbrio, mas lá foi conseguindo compensar ofensivamente o que ia faltando lá atrás. Aos oito minutos, Danilo disparou de meia distância mas falhou, por pouco, o enquadramento.
Aos 14', o golo. Bracalli ainda defendeu a primeira tentativa de Aboubakar, mas na sequência do canto teve mesmo de dar o braço a torcer. O Camaronês empatou de cabeça e provou que é ao Arouca que mais gosta de marcar. Quarto jogo, quarto golo. Estava interessante o filme da noite, sobretudo porque o Arouca quis jogar e o FC Porto deixou.
 
Se a primeira parte foi má do ponto de vista Azul e Branco, a segunda devolveu ao Dragão um coro de assobios que não se ouvia desde... Lopetegui. À falta de ideias para desbloquear o empate, o FC Porto juntou-lhe mais uns quantos erros fatais. Como Maicon, aos 66 minutos, convidando Walter para o «bis»; o Paraguaio agradeceu e bateu Casillas pela segunda vez.
Momento "não" do encontro. Antes do curto-circuito total, a história podia ter sido outra. Porque Brahimi marcou, aos 63 minutos, no ilusório 2 x 1 para o FC Porto. O auxiliar de Rui Costa levantou a bandeira e anulou o golo por alegado fora-de-jogo. Errado. E o jogo fica manchado por isso.
Mas é nesta altura que se deixa de falar do FC Porto e se tira o chapéu a este Arouca. Independentemente da noite «negra» dos da casa, a forma como os comandados de Lito Vidigal encararam a partida é uma lufada de ar fresco. Sofreram, pois claro, em momentos mais intensos do FC Porto, mas nunca, em momento algum, se esqueceram que o Dragão tem duas balizas. E Walter, o menino de 20 anos, mostrou que sabe muito bem como tirar o máximo proveito de uma baliza.

Retirado de zerozero

Melhor em Campo: Miguel Layún

1 comentário:

Anónimo disse...

Um treinador que joga com André André e Ruben Neves não pode aspirar a mais que a Liga Europa