quarta-feira, 30 de março de 2016

A vitória que se exigia

Bem melhor, bem melhor... Depois da surpreendente derrota frente à Bulgária, Portugal demonstrou a outra face e, contra uma seleção número 1 do ranking FIFA com consideráveis baixas, realizou uma excelente primeira parte, com Nani e Cristiano Ronaldo a materializarem esse ascendente. O segundo tempo foi mais sofrível, mas os adeptos puderam respirar de alívio, pois esta foi uma prestação bem melhor que a anterior.
 
Há duas notas dominantes a reter para explicar um primeiro tempo em que os belgas até entraram melhor, mas onde Portugal se superiorizou com o tempo: as debilidades de uma seleção (Bélgica) bastante desfalcada e o conforto que a turma lusa sente contra equipas que não se encolhem tanto.
 
Foi, de facto, isso que se verificou. Com mais de metade da equipa mudada em relação ao onze que defrontou a Bulgária, Fernando Santos ganhou com a presença de Danilo Pereira na posição 6 (está num momento de forma bem melhor do que William) e com a de André Gomes. Bem menos explosivo e ágil no um-para-um em relação a Rafa, o médio do Valencia dá uma qualidade de posse e de passe à equipa que só beneficia na construção.
 
Depois, com laterais diferentes, a qualidade no jogo lateralizado não baixou. Pelo contrário, Raphaël Guerreiro quis a todo o custo ganhar a oportunidade e mostrou ser sério candidato ao onze. Sobre Cédric, não é assim tão linear, até porque Vieirinha tem estado bem, mas a forma como se envolveu no ataque foi bastante interessante. Ah, e convém não esquecer José Fonte, que se assume como o mais lógico colega de Pepe no centro da defesa.
 
Com um fluxo de jogo predominantemente pela esquerda, a seleção conseguiu um misto ofensivo que trouxe bastantes bons resultados. Não foi uma avalanche de oportunidades, mas houve a tal qualidade na finalização que tinha faltado frente aos búlgaros. Primeiro, numa desmarcação de Nani que recebeu o passe açucarado de André Gomes. Depois, com o bom cruzamento de João Mário a encontrar a cabeça de Ronaldo.
 
João Mário que, já antes, tinha sido displicente quando lançado para a cara do golo. Duas oportunidades concretizadas em quatro criadas (Ronaldo já tinha obrigado Courtois a sacudir para a trave) e eis que o jogo estava totalmente favorável.
 
Para a segunda parte, Fernando Santos foi mexendo desde cedo. Começou por lançar Bernardo Silva e Renato Sanches para as vagas de João Mário e de Adrien Silva. Mais tarde saíram Ronaldo e Nani, entrando Éder e Quaresma. E ainda houve mais.
 
Claro está que tanta mudança fez mal à turma das quinas, com uma notória quebra na qualidade de jogo, também porque o adversário retardou um pouco mais as substituições. Com um Nainggolan abnegado, a equipa de Wilmots cresceu e aproveitou a maior descoordenação do lado nacional.
 
Só Danilo ia mantendo a serenidade (e Quaresma a sensatez ofensiva), numa equipa em que o passe passou a custar muito mais e na qual os laterais já se aventuraram bem menos nas ações ofensivas. Viria o golo, da sociedade Lukaku (Jordan a cruzar para Romelu), que relançaria a discussão do jogo e que obrigaria à capacidade de sofrimento do setor recuado da turma das quinas.
 
Com alguns sustos, Portugal conseguiu o regresso aos triunfos e ganhou uma almofada de moral quando faltam pouco mais de dois meses para o Europeu de França.
 
Retirado de zerozero

Melhor em Campo: Danilo

1 comentário:

Anónimo disse...

Danilo, sem dúvida o melhor em campo.
Muito bem: João Mário, Pepe, Guerreiro e Quaresma.
Bem: Cedric e André Gomes