terça-feira, 9 de agosto de 2016

A ADOP Continua de Rastos

Há cerca de 5 meses alertei para a situação. A WADA (Autoridade Mundial de Anti Dopagem) fechou-lhes mesmo o tasco! Refiro-me à retirada da acreditação para que o LAB (Laboratório de Análises de Dopagem) continue a fazer as análises no seu laboratório. Agora as colheitas são enviadas para análise a Barcelona.
Conforme referido na crónica acima o anterior responsável pelo laboratório, Dr. Luís Horta foi para o Brasil trabalhar na ABCD (Autoridade Brasileira de Controlo de Dopagem), e o atual diretor da ADOP Dr. Rogério Jóia ficou com a criança nos braços. Como a situação ainda se mantém tem sido alvo de críticas, não só do Dr. José Manuel Constantino Presidente do COI, como também, pasme-se, do então responsável Dr. Luís Horta que, entretanto até lançou um livro HISTÓRIA DA LUTA CONTRA A DOPAGEM EM PORTUGAL
 
A poucos dias da abertura dos Jogos Olímpicos fomos surpreendidos pela imprensa brasileira que anunciou a acusação/demissão do Dr. Luís Horta dizendo que “as autoridades brasileiras querem medalhas, sejam elas limpas ou não”! Diz mais que “o Comité Olímpico do país e o Ministério do Desporto suspenderam os controlos (fora de competição) no chamado Grupo Alvo que integra 287 atletas de elite, 45 dias antes dos jogos”! Interessante opinião do Dr. Luís Horta.
 
Só a título de exemplo publica-se a estatística dos exames efetuados à Primeira Liga nas épocas 2014/2015 e 2015/2016. Repare-se que o clube da treta que devia ser o mais controlado (por ser o primeiro classificado) foi na época 2014/15 menos vezes controlado do que a Académica, Arouca, Estoril, Porto, Rio Ave, Braga, e Sporting, e na época 2015/16 menos vezes controlado do que Arouca, Porto, Paços de Ferreira, Rio Ave e Sporting! Então na última temporada o controle verificado “fora de competição” passou a ser apenas de 1 vez/ano por clube. Inacreditável sobretudo conhecendo-se que há clubes e treinadores que utilizam “suplementos vitamínicos” entre os jogos! Vocês sabem de quem estou a falar. Eles fazem sempre a coisa pelo outro lado.
O Dr. Rogério Jóia apresenta credenciais para ser o titular do cargo. Esteve já ligado a esta área por ter sido atleta federado e por ser titular do curso de Educação Física, ex-Advogado, Formador acreditado com CAP pelo IEFP, pertencente à carreira de investigação criminal da Polícia Judiciária onde foi Inspetor. Atualmente é também Professor Universitário de Direito na Universidade de Lisboa, estando colocado no Instituto Superior de Ciências e Políticas.
 
Em termos académicos, é licenciado em Direito, Pós Graduado em Direito Penal Económico e Europeu e em Ciências Jurídicas e Mestre em Medicina Legal e Ciências Forenses, com Dissertação em Direito, sendo atualmente doutorando no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas em Políticas Sociais e Investigador Integrado no Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP) – da Fundação de Ciência e Tecnologia. Uffa!
 
Por tudo isto admira que um assunto tão importante não esteja ainda resolvido. A tutela do LAB pertence ao IPDJ-IP (Instituto Português do Desporto e Juventude) e a WADA (Autoridade Mundial de Anti Dopagem) continua a aguardar explicações que possibilitem novamente a acreditação do laboratório. 
 
Até à próxima

2 comentários:

Anónimo disse...

Sabes porque é que o teu clube é um dos mais controlados? AMARELINHA... a famosa poção mágica do Dr. Povoas!

JOSE LIMA disse...

Caro anónimo obrigado por ter comentado. Os Regulamentos não se referem à cor dos "suplementos vitamínicos" mas sim às classificações das equipas. As que seguem em primeiro lugar (por razões óbvias) devem ser as mais controladas.
Aguarda-se que nos clubes que vendem drogas dentro do próprio estádio (p.ex. porta 18) se adeqúe a legislação a essa nova realidade.
Saudações desportivas