segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O Mestre André

Ainda não é mestre, mas caminha a olhos vistos para se tornar a lógica opção para a frente de ataque do FC Porto nesta época. O avançado fez os dois golos da vitória em Guimarães, contra um conjunto solidário, mas ainda a precisar de muito calo, e Nuno conseguiu retirar ilações interessantes, a duas semanas do arranque do campeonato.
 
Diz o dicionário da língua portuguesa que, por eficácia, se entende a «força latente que têm as substâncias para produzir determinados efeitos». Adaptando ao futebolístico, subentende-se que as substâncias são os jogadores e os efeitos são... os golos, pois claro. E esta é uma lição que André Silva parece ter muito bem aprendida neste momento.
 
Por eficácia e por André Silva se pode fazer uma análise por alto daquilo que foi a primeira metade da partida entre Vitória de Guimarães e FC Porto, a qual teve uma primeira meia hora muito equilibrada, menos nessa tal questão. O avançado português só precisou de 8 minutos para marcar, só que a reação vitoriana foi boa.
 
A apresentar um 4x4x2 que colocava Rafael Miranda (o patrão da equipa) mais recuado para iniciar a construção, a formação de Pedro Martins mostrou alguns momentos interessantes e tornou-se perigosa quando soube ir à linha e cruzar para a dupla de avançados - que precisa de estudar melhor a tal definição.
 
Voltando a André Silva, porque foi ele a desequilibrar novamente o marcador, a demonstração de que o 9 titular pode muito bem estar já encontrado foi outra vez visível. Excelente nos movimentos, numa equipa muito mais à José Peseiro do que à Lopetegui - ou seja, a atacar de forma objetiva e com menos tendência para um futebol demasiado pensado na posse - e letal na hora de fazer o golo. Um golo que resulta de um excelente passe de Otávio, o regressado mais recente ao Castelo.
 
Um golo que amenizou bastante os vitorianos, que praticamente deixaram que o intervalo chegasse para irem buscar às palavras de Pedro Martins a sabedoria para ainda ser possível discutir o resultado no segundo tempo.
 
O que não aconteceu. Houve um cruzamento traiçoeiro de Franci, mas no resto, foi a equipa portista a entrar melhor. Já com um arranjo tático um pouco diferente - Adrián entrou para as costas de André Silva, num 4x4x2 alternativo - os portistas dispuseram de mais ocasiões, uma por André Silva e duas pelo espanhol.
 
Depois, foi ver as alterações ajudarem ainda mais à quebra do ritmo de jogo. Viu-se um Varela de volta à extrema, um João Carlos cheio de vontade e um Bueno a remar contra os poucos minutos. E ainda deu para ver João Costa uns minutos - a sensibilidade de treinador ex-guardião tem destas coisas.
 
Por fim, deu para ver um pouquinho de Ricardo Valente, a justificar mais, e um Marcos Valente que empresta à equipa vitoriana outro tipo de consistência posicional a meio. Isto para além de Marega, que atuou uns minutos contra a equipa que detém o seu passe. Mas golos não houve mais...​
 
Retirado de zerozero
 
Melhor em Campo: André Silva

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