quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Acordamos Mas Não Chegou

Começamos bem e empurramos o clube da treta para o seu meio-campo. Até aos 70 minutos dominámos completamente a partida. As substituições foram claramente despropositadas. Tirar 3 médios que estavam a segurar o meio-campo e meter 2 defesas mais Herrera só lembrava mesmo ao NES. Mas o problema nem é “apenas” dele nem a “culpa” foi do Herrera. Já vem de há 3 anos, sob o ponto de vista desportivo, o descalabro desta SAD, com múltiplos avisos nos pasquins da especialidade. Não consigo entender como treinador atrás de treinador não consegue rentabilizar jogadores como Quintero, Maicon, Iturbe, Kelvin, Martins Indi, Sérgio Oliveira, Brahimi etc. muito menos, como é possível contratar jogadores como Kléber, Gillas, Depoitre, Adrián Lopez, Cristian Tello, Pablo Osvaldo, Josué, Licá etc, provavelmente muito bons atletas para o Guimarães ou o Braga mas não para uma equipa que pretende ser campeã nacional.

Pelos vistos os sócios não querem saber e continuam “a acreditar”. A acreditar e a votar, digo eu. Se quisermos falar “apenas” daqueles que aprovaram as Contas anuais (até 30 de Junho de 2016) podemos dizer que em 255 votantes os 20 contestatários já representam 7,85%. Mas 62% continuam a gostar da presidência de Pinto da Costa. Por mim acho que a contestação vai começar a ganhar corpo. Se a AG tivesse sido este Domingo à noite porventura mais sócios apareciam para votar e daria um resultado bem mais pesado. A habilidade esteve em escolher o “timing”.
Que os sócios tenham manifestado apoio aquando da reeleição do presidente ainda consigo compreender embora achasse estranho que dos 10.000 subscritores da Lista aparecessem menos de 2.000 para depositar o voto nas urnas. Mas tudo bem, Pinto da Costa tem um crédito acumulado, 30 anos de glórias que nunca mais serão esquecidas. O que contesto é votarem favoravelmente “aquelas” Contas e “aquele” Orçamento. Valha-me Deus! Ou estão todos distraídos ou anestesiados.

Acham “normal” um prejuízo de 58,4M€. Acreditam que o presidente teve na mão vendas de 90M€ e não as realizou “para não prejudicar a capacidade ofensiva da equipa”. Sobre o Passivo galopante ninguém comenta. O Capital Próprio (que deveria ser, pelo menos, metade do Capital Social) configura falência técnica mas para os sócios não tem importância. A semana da apresentação das Contas e Orçamento que antecedeu o clássico encheu as páginas dos pasquins enquanto os blogues da bluegosfera salvo raras exceções (Porta26, Mística do Dragão e Porto Universal) que saúdo não dedicaram uma palavra ao tema.
José Correia no seu Reflexão Portista lamentou as palavras de Pinto da Costa que se referiu ao anterior Diretor Financeiro como “cobarde”! Engraçado que já anteriormente, e ainda as coisas corriam muito bem, o Dr. Fernando Gomes (agora na FPF) também tinha renunciado ao cargo por “não concordar com a política financeira da Sad”. Estariam ambos errados e o nosso presidente é o único que leva o passo certo? Esperem pelas contas do 1º Trimestre (1 de Julho a 30 de Setembro). Vão verificar que ainda são piores do que estas.

Não vejo como mas se as coisas não mudarem e esta direção paga a peso de ouro não arrepiar caminho vamos ter muitos desgostos. Desta vez não foram os assobios dos sócios que tiveram a culpa, os portistas novos das pipocas, nem o pobre do Herrera. O problema vem de longe. Uma estrutura anquilosada como há muito não se via, erros de gestão primários, dinheiro esbanjado em contratações duvidosas pagas a peso de ouro e comissões milionárias. Um diretor financeiro incapaz de travar os desmandos do presidente que atira os Custos para um patamar dificilmente aceite pelo Fair Play Financeiro. Por tudo isto, desportivamente falando, no Domingo voltou a acabar mal. Acordamos mas não chegou!

Até à próxima

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