segunda-feira, 20 de março de 2017

Há jogos assim

imagem retirada de zerozero
O futebol está longe de ser um jogo onde impera a lógica. Por muito que a equipa treine, mostre vontade/raça/capacidade de luta e o seu treinador acerte nas substituições, poderá sempre aparecer um lance de puro e manifesto azar que deita tudo por terra.

O primeiro parágrafo descreve, na perfeição, o jogo de hoje no Estádio do Dragão. O Futebol Clube do Porto impôs o seu futebol, os sues atletas jogaram o q.b. para vencer um Vitória FC interessado no “pontinho”, mas um azar do central Felipe deitou tudo a perder e o “assalto” à liderança da Liga NOS ficou irremediavelmente adiado para o embate da Luz.

Claro que se pode dizer que Alex Telles e Miguel Layún não estiveram muito felizes nos cruzamentos para a área dos sadinos. Podemos também dizer que Oliver Torres e Danilo Pereira não lidaram nada bem com a imensa “parede” que José Couceiro construiu no meio campo do seu Vitória. E também podemos criticar a “morronice” adversária sempre que estava na posse do esférico. Até o árbitro da partida merece ser criticado (já lá vamos). Mas a impressão com que fiquei após ter saído do Estádio foi a de que o FC Porto poderia estar a jogar até à meia-noite que não marcaria mais um golo a Bruno Varela.

Para o bem e para o mal o futebol também é capaz de nos brindar com este tipo de jogos. Cabe agora a Nuno Espírito Santo (NES), jogadores, estrutura e adeptos (especialmente estes) olharem em frente e interiorizarem que este empate até que nem é mau de todo. Isto porque está tudo em aberto no que à conquista do título diz respeito (o FC Porto depende somente de si para tal) e não havendo qualquer margem de manobra, não resta outra alternativa aos azuis e brancos senão ir a Lisboa com os níveis de concentração no máximo e disposto a “deixar a pele em campo” para trazer os três pontos para a Invicta.

Reforço a ideia de que o Futebol Clube do Porto só depende de si +ara se sagrar campeão esta época. E faço tal porque já sei que os tais “portistas das vitórias” – que hoje encheram o Estádio e só não fizeram os seus habituais disparates porque, porque - vão tecer o mais negro dos cenários e exigir a cabeça deste e daquele por causa do empate caseiro de hoje. Adiante e que tudo corra bem às nossas Selecções.

MVP (Most Valuable Player): Marcano. Primeiro que tudo já que dizer que está encontrado – finalmente – o capitão do Futebol Clube do Porto. Marcano impõe o respeito e a ordem na equipa e protesta com o árbitro quando acha que a equipa portista está a ser prejudicada. Hoje Marcano esteve simplesmente impecável a todos os níveis. Faltou somente aquela pontinha de sorte e uns cantos marcados como deve ser para poder ter marcado um golo nas várias incursões que fez à área dos setubalenses.

Chave do Jogo: Apareceu com o golo do Vitória Futebol Clube para resolver a contenda a favor dos sadinos. Após este golo o Futebol Clube do Porto partiu para cima do seu adversário, mas não conseguiu - em momento algum - criar um lance que fosse capaz de acabar com o empate. Por seu turno o Vitória saiu do Estádio com a sensação de dever cumprido.

Arbitragem: No Estádio tinha ficado com a manifesta ideia de que Manuel Oliveira procurou sempre ajudar o Vitória ao lhe perdoar muitas das suas patranhas que faziam com que o jogo pareasse por tudo e porá nada (quebrando, desta forma, o ritmo da partida). Após ter tomado conhecimento disto tenho de dizer que Manuel oliveira fez uma péssima arbitragem com influência directa no resultado final e (quem sabe) no desfecho desta temporada. Nada de estranhar tendo em consideração como isto funciona sempre que o SL Benfica tem um deslize ou se sente “apertado”.

Positivo: Nuno Espírito Santo (NES) mais uma vez. NES porque “montou” bem a equipa e “mexeu” bem quando esta precisou da sua orientação. Gostei de ver a “substituição à Mourinho” da parte de NES quando este via o tempo a passar e o empate a persistir.

Negativo: “Equipa pequena”. Esta maldita mentalidade não deveria ter sido aplicada por Couceiro neste jogo. Especialmente se tivermos em linha de conta que o Vitória FC já alcançou o seu grande objectivo que era a manutenção.
 
Artigo publicado no blog o gato no telhado (19/03/2017)

2 comentários:

Saci Pererê disse...

Considero que dos 3 lances marcaria 1 penalty, também não concordo com o facto de Nuno ter lido bem o jogo. A equipa demonstrou que no meio campo não havia pernas nem intensidade e que mesmo uma equipa tão curta como o Setubal conseguia desenvolver o contra-ataque ou pelo menos passar o meio campo do Porto, devia ter optado na segunda parte num 4-3-3 com Ruben Neves libertando Oliver e os alas e descansando um ansioso e pouco prático André Silva, a Jota fez-lhe bem o banco, acredito que AS precisa de descansar e entrar 15 a 20 mins do fim para ganhar mais confiança e tranquilidade nas decisões.

Pedro Silva disse...

Na teoria a ideia do 4x3x3 ao intervalo está bem pensada.

O problema é que na prática as coisas não são assim tão fáceis.

Há que colocar em cima da mesa variantes que somente o treinador tem conhecimento. NES não optou por esta estratégia por alguma razão.

Para mais isto de dar a táctica no pós-jogo é muito fácil. Não que a ideia - repito - não seja válida e razoável, mas durante a semana o plantel e treinador fazem algo mais do que correr em torno do relvado e realizar uns alongamentos.

Sobre a arbitragem já disse o que tinha a dizer.

Quanto a André Silva, desde quando é que um miúdo de 21 anos tem de ser tratado como se do Cristiano Ronaldo se trate?

Desde quando um avançado tem de ser avaliado somente pelos golos que marca ou não marca? E o trabalho de arrastar os defesas adversários para que Tiquinho Soares (ou outro qualquer) aproveite o espaço para marcar golo? Não conta?

Não partilho desta ideia de que o André Silva está cansado. O moço tem muito para dar e deveria ter jogado esta partida com o Setúbal até ao fim pelas razões que já aqui evidenciei.

Se a critica à partida de ontem for a de que a linha avançada do FC Porto não foi devidamente servida por causa de um mau jogo dos laterais e extremos, eu sou como o outro e dou a mão à palmatória...