domingo, 10 de setembro de 2017

Vencer com o problema de sempre

imagem retirada de zerozero
Esta vitória caseira diante do Grupo Desportivo de Chaves foi, claramente, mais uma demonstração de que Sérgio Conceição tem ainda muito trabalho pela frente. Os “fantasmas da época” anterior ainda persistem nesta equipa do Futebol Clube do Porto sempre que este defronta uma equipa bem organizada que não venha à Invicta jogar à defesa. É esta a principal conclusão que retiro depois de ter assistido ao FC Porto 3 x 0 GD Chaves no Estádio do Dragão. Obviamente que a imprensa e uma falange de adeptos portistas só olharão ao resultado final do jogo, mas há que ser justo e dizer que esta vitória azul e branca não me sossega.

E tal não me sossega porque – repito - basta á equipa adversária ter alguma qualidade e uma boa organização em campo para complicar (e muito) todos os processos do Futebol Clube do porto. Tal foi assim durante toda a primeira parte de um jogo onde o Chaves ”bateu o pé” aos Dragões que nesta mesma parte nunca conseguiram encontrar uma alternativa ao seu futebol organizado. Ou melhor, o FC Porto até que tinha uma solução. Era a de entregar a bola a Brahimi e este que resolvesse o jogo por si só. O argelino até que tentou, mas o futebol é um desporto de equipa e tal estratégia contra equipas de mediana qualidade e bem organizadas não resulta noutra coisa senão no absurdo desgaste do atleta em questão. Um problema antigo (diga-se desde já), dado que já o FC Porto de NES padecia do mesmo mal.

Na segunda parte Sérgio Conceição “mexeu” na equipa mas, ao contrário do que muita gente afirma, não foi por aí que os portistas chegaram à vantagem. Esta apareceu porque o Chaves preferiu arriscar um pouco mais. Aboubakar soube aproveitar o espaço dado pelo Chaves para marcar o golo inaugural da partida. Mas este golo não sossegou as hostes azuis e brancas dado que os flavienses bem que poderiam ter empatado o jogo nas várias ocasiões perigosas que conseguiram criar na área dos azuis e brancos. Não tivesse surgido o inédito de o árbitro ter marcado uma grande penalidade a favor do FC Porto e tenho as minhas sinceras dúvidas de que os Dragões tivessem vencido este GD Chaves muito bem orientado por Luís Castro. Somente depois da referida grande penalidade é que surgiu o desejado sossego que permitiu ao FC Porto gerir o esforço para o jogo europeu da próxima quarta-feira.

Em suma; Sérgio Conceição tem - ainda - (naturalmente) muito trabalho pela frente. É verdade que é muito mais fácil trabalhar sobre vitórias, mas isto de contar sempre com a “estrelinha de campeão” pode vir a causar um forte dissabor no futuro. E mantenho a crítica que fiz muitas vezes ao FC Porto de Lopetegui e NES: para quando uma alternativa ao futebol apoiado e organizado quando o jogo assim o exigir? Para breve (espero).

MVP (Most Valuable Player): Yacine Brahimi. Não é fácil encontrar um atleta do Futebol Clube do Porto que se tenha destacado dos demais pela positiva, mas creio que Brahimi merece o título de MVP do jogo por tudo o que fez na primeira parte. Só foi pena o argelino ter-se esquecido de que o passar a bola a um colega desmarcado é, por vezes, a melhor opção que se pode tomar.

Chave do Jogo: Apareceu no minuto 86´ (momento em que Tiquinho Soares marcou a Grande Penalidade favorável ao FC Porto) para resolver a partida a favor do Futebol Clube do Porto. Até esta altura o GD Chaves resistiu e lutou bravamente tendo, inclusive, colocado em causa a vitória portista.

Arbitragem: No geral Rui Oliveira até que esteve bem. Por perceber fica a razão pela qual este se lembrou de perdoar tudo o que fosse “trancada” dos atletas do GD Chaves desde o minuto 30 ao minuto 45 da primeira parte. Quanto ao lance da Grande Penalidade, na minha opinião, Rui Oliveira esteve bem. Espero é que tal faça jurisprudência junto dos seus colegas do apito para que estes marquem as grandes penalidades a que o FC Porto venha eventualmente a ter direito.

Positivo: Óliver Torres. Embora o espanhol esteja – ainda – muito longe do seu melhor, foi quase sempre um prazer ver Óliver a organizar o jogo do FC Porto. Há é que melhorar a velocidade de execução.

Negativo: Super Dragões (mais uma vez). Sou o primeiro a admirar e a apoiar o trabalho desta claque do FC Porto, mas é mesmo necessário tanta bandeira na bancada? É que tal torna impossível ao comum espectador ver o jogo.

Nota: Peço desculpa pelo atraso na publicação da análise ao jogo, mas esta pré entrada no Outono não está a ser nada fácil de se gerir.
 
Artigo publicado no blog o gato no telhado (09/09/2017)

3 comentários:

vidente mor disse...

concordo com algumas coisas, ganhamos mais uma vez pela força fisica dos nossos avançados, corona e brahimi nao sao medios e corona joga so meia hora, oliver bom com a bola nos pes mas lento e fisicamente menos dotado e danilo forte quando esta bem mas tambem lento nao chegam, portanto o 433 logo que estejamos a ganhar contra estas equipas aplica se mal entarram otavio e andre2 o chaves acabou. Em relaçao as equipas do treinador do chaves tem essas carateristicas jogam realmente bem com criterio mas ganham pouco e desta vez ate aliaram a essa boa qualidade alguma rispidez. APROPOSITO AS DENUNCIAS ESTAO A DAR RESULTADO, OS LAMPIOES ESTAO DESORIENTADOS PORQUE AGORA AS EVIDENCIAS APARECEM TODOS OS DIAS E PARA NOS O PENALTI POR EXEMPLO NUNCA SERIA MARCADO O ANO PASSADO. Temos de continuar de forma continua , persistente e consistente a denuncia los e a mostrar que o tetra foi de treta.

vidente mor disse...

ah esqueci uma coisa, embora cada cabeça sua sentença bhraimi nunca pode nem deve ser considerado o melhor em campo porque nunca o e efetivamente, tera de estar num dia extra, brahimi a jogar como joga no porto nao joga em nenhuma liga a serio nem em nenhuma equipa europeia a serio, corona o mesmo e oliver o mesmo embora neste caso o oliver ser efetivamente bom com a bola nos pes mas com marcaçao em cima perde eficacia porque e lento e fisicamente pouco potente, quando o deixam solto e o eixam jogar ai sim e perigoso pois tem uma excelente qualidade de passe, outro defeito nao chuta a baliza. FALTAM NOS 3 MEDIOS INTENSOS O JOGO TODO, SAO CAROS OK, TALVEZ UM PELO MENOS PODE SE ARRANJAR e ai sim com o futebol de SC a equipa ficava terrivel.

Pedro Silva disse...

Efectivamente a escolha do MVP de cada jogo é subjectiva, daí que cada um tenha a sua opinião sobre a temática.

Já sobre as criticas a Brahimi subscrevo-as na íntegra. De certeza que na próxima quarta-feira o argelino não vai ter o mesmo tipo de postura que tem tido até ao presente.

Quanto ao resto, com reforços ou sem eles sou da opinião de que se deve dar tempo ao tempo. Conceição só agora chegou e ainda estamos na jornada 5. O que não invalida que não se faça uma séria analise aos jogos que a equipa vai fazendo.

Já sobre as arbitragens, efectivamente parece que a roubalheira já não é tão descarada, mas ela ainda está aí e não é só para o Benfica. Os supostos "aliados" do FC Porto também tem sido beneficiados (e muito).