quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Sem Tostões e Milhões

Um frango de Helton deu o triunfo ao Paris Saint-Germain e o primeiro lugar no grupo A. O FC Porto sucumbiu à pressão gaulesa e acabou derrotado por 2 x 1. Thiago Silva e Lavezzi fizeram os golos dos franceses, Jackson Martínez marcou o tento dos Dragões que seguem para os oitavos no segundo posto.

Em comparação com o jogo realizado entre estes dois emblemas a 3 de Outubro no estádio do Dragão, que os da casa venceram por 1 x 0, Vítor Pereira promoveu apenas uma alteração nos titulares, a entrada de Mangala para o lugar do lesionado Maicon. Já Carlo Ancelotti operou três mudanças, Alex, Lavezzi e Pastore jogaram de início no Parc des Princes, ao invés do que acontecera no Dragão, em que as apostas haviam recaído em Sakho, Nenê e Verratti.

As mudanças nos Parisienses mostraram, desde logo, um Paris Saint-Germain mais ofensivo do que aquele que vimos no Dragão. À criatividade de Pastore, Ancelotti aliou a velocidade de Lavezzi o que, com alguém como Ibrahimovic na frente, dá, desde logo, para assustar.

Isso mesmo foi o aconteceu logo no segundo minuto de jogo, quando Javier Pastore, tido como um dos mais promissores Argentinos da actualidade, cruzou com perigo na esquerda para Ibra atirar muito perto do poste esquerdo de Helton.

A resposta demorou a surgir, pelo meio ainda existiram alguns calafrios para o FC Porto, e saiu dos pés de Jackson Martínez, à passagem do décimo minuto. O Colombiano atirou com força e colocação mas um tudo-nada ao lado do alvo.

À vertigem da velocidade, usando a expressão usada um dia por André Villas-Boas, que assistiu a esta partida no Parc des Princes, o FC Porto respondia com posse e jogo apoiado e conseguiu sacudir a pressão criada inicialmente pelos Parisienses, equilibrando a partida, mas não se livrando de alguns sustos, como o cabeceamento de Alex, aos 17´, à vontadinha no coração da área Portista, com Helton, atento, a agarrar, ou o remate desenquadrado de Ibra, que surgiu sozinho ao segundo poste.

Vítor Pereira não se sentava, mostrando-se insatisfeito com a incapacidade mostrada pela sua equipa em termos ofensivos e pelas cedências defensivas, com alguns passes falhados e perdas de bola que roçavam o infantil.

A pressão indiciava o pior, algo que acabou por acontecer quase em cima da meia hora de jogo. Thiago Silva, ele que há uns anos passou pelo equipa B dos Dragões e não ficou, correspondeu de forma perfeita ao livre batido por Maxwell, cabeceando sem hipóteses para Helton. A bola, como que a fazer-se cara, diriam os Gauleses, ainda bateu na trave mas entrou na baliza Azul e Branca.

Foi preciso um murro no estômago para os Dragões acordarem e fizeram-no ao ritmo do Cha Cha Cha, quatro minutos depois. Jackson Martínez, também de cabeça, empatou o jogo em Paris, após um grande cruzamento de Danilo.

Em cima do intervalo ainda houve tempo para a magia de Ibrahimovic mas Helton tirou um coelho da cartola, o que em linguagem futebolística significa uma defesa fantástica, e negou o golo ao Sueco, que cabeceou de forma pouco ortodoxa, quando o lance parecia perdido, e quase fez o segundo.

A receita de Carlo Ancelotti manteve-se no segundo tempo e logo no reatamento da partida Jérémy Menez esteve muito perto do segundo dos Gauleses. O médio de 25 anos em plena área atirou forte para uma defesa apertadíssima de Helton, comprovando o ascendente Parisiense já mostrado na primeira parte.

Um erro de Helton, ao minuto 61´, e dizer erro é lisonjeiro para o que o guarda-redes dos Dragões fez, colocou novamente os Gauleses em vantagem. Lavezzi ganhou espaço na área do FC Porto e atirou. Helton até agarrou, aparentemente, mas os adeptos atrás da sua baliza viram primeiro o que o resto do estádio viu depois: a bola escapou-lhe por baixo do corpo e deu golo, que neste caso em Francês se diz poulet, para a turma da casa.

Mas na segunda parte não foi apenas Helton que esteve abaixo das expectativas. Vítor Pereira tardava em mexer na equipa quando se percebia que James e Varela não estavam a render o que deviam, deixando Jackson muito solitário no ataque e Moutinho e Lucho em esforço para fazer chegar a bola em condições ao ponta de lança. Acabou por sair Fernando, rendido por Defour, e a história não se alterou, tendo aliás estado mais perto do golo a turma da casa do que os Dragões, que jogaram de branco.

Pouco depois foi mesmo Varela, cedendo a vaga a Atsu, mas o marcador permaneceu inalterado, muito devido à falta de eficácia dos Gauleses: primeiro Pastore, a rematar forte e a obrigar Helton a defender para a frente. Na segunda bola, Ibrahimovic, ao contrário do que é habitual, atirou por cima, muito graças a um desvio da defesa Azul e Branca. Pastore voltou a fazer das suas logo a seguir mas cabeceou à malha lateral. Gritou-se golo no Parc des Princes mas o mesmo não foi necessário: o Paris Saint-Germain venceu o jogo e termina esta ronda no primeiro lugar do grupo A.

Para a história fica, ainda, o dado estatístico: o FC Porto sofre dois golos nesta partida, tantos quantos havia sofrido em cinco jogos realizados até esta data na Liga dos Campeões.

Retirado de zerozero

Melhor em Campo: Otamendi

1 comentário:

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Quando se joga para o empate, como penso que o FC Porto jogou, face às diferentes atitudes adoptadas, antes e depois de estar a perder, pelas duas vezes, arrisca-se a perder.

Essa máxima voltou a funcionar em pleno.

Efectivamente, os Dragões só mostraram o que valem nessa situação, o que convenhamos, não é a atitude certa para quem tem ambições europeias. Isso mais um conjunto de erros primários e fatais, que em alta competição se pagam caras ditaram a merecida derrota.

Esta equipa tem que ser mais consistente se quer continuar na prova. Eu acho que não está ainda suficientemente madura para ambicionar voos mais altos, qualquer que seja o próximo adversário.

Um abraço