domingo, 31 de janeiro de 2016

Regresso ao "Somos Porto!"

O FC Porto foi à Amoreira afastar fantasmas e dizer que está bem vivo. A equipa azul e branca entrou a perder, mas recuperou muito bem, mostrando já o dedo de José Peseiro num futebol bem mais variado e veloz que o dos últimos tempos. O Estoril deu boa réplica enquanto conseguiu, mas o triunfo é inquestionável para os portistas, que assim pressionam os rivais.
«Como é que é possível?» Foi isso que se leu nos lábios de José Peseiro ao minuto 3. O novo treinador do FC Porto tinha acabado de ver, numa bola parada, a equipa ficar em desvantagem, perante um melhor arranque do Estoril, estendido até à primeira dezena de minutos.
Existiu, de facto, um período de questionamento. Para uma equipa que está a tentar recuperar, pontual, futebolística e animicamente, sofrer um golo tão cedo é duro revés. Mas o FC Porto não deixou que isso ditasse o destino. Aos poucos, as linhas foram reagrupando e do banco vinham as indicações certas, a explicar aquilo que era necessário fazer.
José Peseiro não tinha enganado na conferência de imprensa. Esta equipa ia estar melhor do que contra o Marítimo. Verdade! Os dragões já começam a perceber que o fio de jogo não tem que ser sempre o mesmo e que jogar de forma variada, em vertigem e transição rápida, também dá resultado.
Percebe-se que ainda estejam em fase de aprendizagem das novas variações de futebol, mas nada como os golos para ajudarem a elucidar. O primeiro é exemplo claro disso: rápida transição, Layún a conduzir e Aboubakar a marcar. O segundo, ainda que na sequência de uma bola parada, não deixa de consolidar a ideia de que há várias formas de lá chegar e não apenas uma...
No meio de tudo isto esteve o Estoril, que não merece menos palavras. A equipa de Fabiano Soares voltou, tal como contra o Benfica, a marcar cedo e desta vez não se encolheu. Porém, notou-se que não estaria à espera de tanta velocidade na circulação e movimentação dos portistas.
Os estorilistas mostraram boa tendência para criar (nota para Mattheus, a demonstrar qualidade), mas pareceram pecar por Diogo Amado estar muito escondido na hora de ter bola, já que pareceu ter como grande prioridade anular Herrera. E não tiveram pernas para os laterais portistas, no fundo, os desequilibradores.
Não deixou de ser curioso o fio do segundo tempo e, sobretudo, um FC Porto mais na expectativa. Depois da grande primeira parte a que se assistiu, num ritmo muito alto, passou a ser progressivo na equipa azul e branca a face de expactativa.
Não que os dragões tenham recuado muito as linhas, mas sim porque a ofensiva baixou a primeira zona de pressão e permitiu ao Estoril pensar com bola, se bem que sempre em zonas recuadas. À entrada no meio-campo contrário, os estorilistas logo colidiam com a ação dos portistas. Por isso, os lances de perigo continuaram a acontecer por erros da defensiva azul e branca - quiçá, o maior problema que Peseiro tem para resolver, tal a frequência com que os seus centrais falham com a bola nos pés.
Fabiano Soares tentou de tudo para mexer nas formas de construção, só que a sua equipa foi decaindo progressivamente, quer pelos espaços fechados, quer pelo desgaste, quer também porque o segundo tempo foi bem mais pausado por sucessivas faltas.
Muito mais confortáveis, os homens do ataque portista foram jogando com isso e, com mais espaços para trabalhar no último terço, só não resolveram mais cedo porque o desperdício foi notório (que dizer do escandaloso falhanço de Aboubakar?). Valeu que André André, que faz a equipa subir de produção quando ele mesmo o consegue, foi mais eficaz e arrumou o assunto. 

Retirado de zerozero 

Melhor em Campo: Miguel layún

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