terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Notas à Moda do Porto

Para mim é o Livro do Ano! Crónicas, artigos, memórias, chamem-lhes o que quiserem, com um denominador comum. O nosso querido Clube. Escrito por quem sabe e por quem viveu por dentro as nossas conquistas, os nossos sonhos, as nossas alegrias.
Começa logo com uma citação do nosso querido José Maria Pedroto: “A massa associativa do Futebol Clube do Porto não é o 12º jogador, como se diz por aí. É o 1º jogador porque sem ela não tinha razão de existir.

Depois nas suas 260 páginas é um desfilar de 58 histórias, recordações, lembranças, todas escritas no Notas com paixão, muito amor e emoção por alguns daqueles que nos habituámos a ler nos blogues ou a conviver pelos estádios onde o nosso Clube tem jogado.

Ali se fala do tribunal (sector do estádio junto à Maratona mesmo por cima do túnel por onde entravam e saíam os nossos atletas), o moina (jogador que fazia que jogava mas não jogava), e os misters (treinadores). Eu já venho do Campo da Constituição onde fugia à escola para ver o Barrigana treinado por Reboredo e Artur Baeta. Recordo-me do senhor Pedroto ainda como nosso jogador. A sua vinda para o Clube coincidiu com o ano da inauguração do Estádio das Antas, quando o meu Pai me fez associado do Clube do coração.
Esq./Dir. - José Maria, Pedroto, Monteiro da Costa, António Teixeira e Fernando Barros.
O “Notas à moda do Porto” é um grupo do Facebook que junta umas centenas de portistas, de onde emergiu a ideia de editar em livro um conjunto de histórias. A Edição Coletiva chama-lhes “Histórias de Portismo sem Filtro”. São estes (escolhidos por mim ao acaso) alguns dos títulos que os autores lhes resolverem dar.

AQUELE JOGO NO 1º DE MAIO – O BILHETE PARA SEVILHA – O PORTO É O NOSSO AMOR – UMA TARDE NAS ANTAS – E NA LUZ SE FEZ LUZ… - AQUELE GOLO DO GOMES – O FULGOR DE CARLOS ALBERTO SILVA – “O” JOGO – O BILHETE E O BAÍA – IDA À CORUNHA (TORNEIO DE CAMPEÕES DE HOQUEI EM PATINS) - MEMÓRIAS EM AZUL E BRANCO – PAVÃO – A MARCHA - O “MÃOS DE FERRO”, O “HOMÃO”, E O DEMÓNIO RAMIN – A NOITE EM QUE A CIDADE NÃO DORMIU – TORNAMO-NOS PORTO TODOS OS DIAS, etc. etc.

Por mim, que já cá ando há muito tempo, escolheria para título da minha história: CALABOTE O GATUNO. Uma história vivida há mais de 50 anos e sobre a qual às vezes parece que a memória está esquecida. Disputávamos com o Torreense o último jogo do campeonato 1958-59. O Futebol Clube do Porto estava empatado com o clube da treta em pontos mas tínhamos uma vantagem a nosso favor de 8 golos.
Saímos do Porto num Studebaker em segunda mão, daqueles com estribos de fora estilo Al-Capone em direção ao campo em Torres Vedras. Chegados cerca do meio-dia fomos a um restaurante das proximidades do campo almoçar e logo um empregado nos alertou: na quarta-feira esteve cá o Valdivieso (treinador adjunto de Otto Glória) a dar o treino! Vimos logo o que nos esperava. O clube da treta jogava no antigo galinheiro contra a CUF e “por coincidência” o padre nomeado chamava-se Inocêncio Calabote conhecido adepto da “instituição”. Entrou com as equipas mais tarde em campo, deu vários minutos a mais durante o intervalo, marcou 3 penaltys contra a CUF, expulsou-lhes 3 jogadores e acabou o jogo 12 ou 13 minutos depois do nosso. Por felicidade dos deuses ganhámos o campeonato com 1 golo de vantagem. Uma grande massa de adeptos que se tinha deslocado esperou sentada no saibro gelado do campo seguindo pelo transistor o relato da Luz. Aquilo foi uma roubalheira tão descarada que o homem passados alguns meses foi irradiado. Se fosse agora os meninos-queridos pediam por email para lhe subirem a nota!

Regressando ao livro, são histórias de Portismo, algumas deliciosas que nos fizeram chorar de alegria e aos mais novos compreender melhor esta simbiose Porto Cidade/Porto Clube.

Até à próxima

3 comentários:

pedro s disse...

bom dia

onde pode ser adquirido o livro?

Obrigado

JOSE LIMA disse...

O livro não está à venda. Trata-se de uma edição do grupo fechado Notas À MODA DO PORTO e destina-se apenas aos seus participantes. Merecia ser colocado à venda. São histórias verdadeiras de grandes Portistas.

rui disse...

Bora lá colocar o livro á venda...