sábado, 7 de setembro de 2013

Do Inferno aos Céus

Entre as brumas densas de Belfast, Cristiano Ronaldo apareceu e provou - mais uma vez - que está no topo do futebol Mundial. Portugal perdia por 2 x 1 frente à Irlanda do Norte até que um «hat-trick» puro do Capitão selou sem dúvidas o triunfo Luso por 4 x 2.
 
As circunstâncias do grupo facilitavam as contas, especialmente depois do triunfo da Rússia sobre o Luxemburgo, por 4 x 1. A Portugal só interessava ganhar em Belfast, na passada sexta-feira, para manter na linha o sonho Mundial, por muito que tudo e todos tenham procurado retirar esse fardo de pressão antes do apito inicial.
 
O arranque foi sôfrego, com a Selecção Nacional a ver-se pressionada pelo estilo de jogo excitante da Irlanda do Norte; o que falta em técnica sobre em vontade e superação aos Britânicos e os primeiros 20 minutos de jogo foram marcados por essa conduta. De Portugal, pouco se via além das queixas de Cristiano Ronaldo às constantes entradas vigorosas dos adversários.
 
O cenário prometeu mudar aos 16 minutos, quando Bruno Alves deixou uma primeira ameaça. O desvio de cabeça do defesa central do Fenerbahçe passou ao lado, coisa que já não aconteceu aos 21 minutos. João Moutinho bateu um canto da direita, deu-se um desvio ao primeiro poste e Bruno Alves apareceu no coração da área a rematar certeiro, de pé direito, para a vantagem Lusa em Belfast.
 
O golo de Portugal não representava necessariamente uma superioridade em campo, mas a vantagem devia ter dado outra estabilidade emocional e futebolística à equipa; não deu, ainda que na dezena de minutos seguintes tivesse dado essa ilusão. A verdade é que a equipa de Paulo Bento manteve a atitude de passividade e aos 36 minutos pagou a factura.
 
Também de canto, a Irlanda do Norte chegou ao empate, com McAuley a antecipar-se a Bruno Alves e Hélder Postiga para desviar de cabeça para o fundo das redes de um impotente Rui Patrício. As contas voltavam ao início, simples de fazer mas complicadas de construir.
 
E tudo ficou tão mais complexo aos 43 minutos, quando Hélder Postiga encostou a cabeça ao oponente e recebeu ordem de expulsão. A decisão do árbitro pode ser exagerada – e é -, mas está longe de merecer total reprovação. O avançado do Valencia pôs-se a jeito e não escapou; ele e a Selecção, que ficava com 45 minutos de jogo pela frente em inferioridade numérica.
 
Uma condição que não demorou muito a conduzir Portugal ao precipício. Minuto 52, novo canto para a Irlanda do Norte e reviravolta completa no Windsor Park, com o golo de Weird a dar vantagem à equipa da casa, ainda que em posição claramente irregular. O que já estava mau para a Selecção Portuguesa assumia contornos desastrosos e que ameaçava deixar Portugal em posição delicadíssima na luta pelo apuramento.
 
Mas após tanto contratempo para Portugal, Chris Brunt viu o segundo cartão amarelo, aos 61 minutos, e também foi expulso. Novamente em igualdade numérica, a Selecção Portuguesa cresceu e Cristiano Ronaldo apareceu. O Capitão de Portugal fez o empate, aos 68 minutos, com um grande golpe de cabeça, mais uma vez na sequência de um canto, e aos 77 voltava a usar a cabeça para devolver a vantagem a Portugal.
 
Logo depois, Lafferty viu o cartão vermelho directo e Ronaldo respondeu-lhe com novo golo, fixando o resultado final em 4 x 2 para Portugal. Mesmo com limitações físicas, Ronaldo foi Herói e liderou o caminho que aponta cada vez mais ao Brasil, na noite em que ultrapassou Eusébio no número de golos apontados: 43. 
 
Retirado de zerozero
 
Melhor em Campo: Cristiano Ronaldo

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